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19/06/2019 às 18h24min - Atualizada em 19/06/2019 às 18h24min

Antes mesmo da seca, índice de queimadas registrou aumento em Uberlândia

127 incêndios foram registrados de janeiro a abril, mais que o dobro de mesmo período de 2018

MARIELY DALMÔNICA
Número de ocorrências no primeiro quadrimestre mais que dobrou em relação ao ano passado | Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
A época mais seca do ano está só começando mas já preocupa as autoridades, tendo em vista o aumento, cada vez mais cedo, de ocorrências envolvendo queimadas na área urbana e rural.

Nos últimos dois anos, o mês de junho foi marcado pelo aumento nas ocorrências de incêndios, principalmente em lotes vagos urbanos. No ano passado, 641 queimadas foram registradas no Município, sendo que 492 aconteceram entre junho e setembro.

Em 2019, mesmo intensificando as ações de prevenção e combate, o Corpo de Bombeiros de Uberlândia registrou um número maior de ocorrências no primeiro quadrimestre na comparação com mesmo período dos últimos dois anos.

Entre janeiro e abril, 127 incêndios foram registrados na cidade, mais que o dobro do mesmo período de 2018, quando 62 foram registrados – em 2017 foram 64. Dos 127 incêndios do ano, 99 foram em lotes vagos em área urbanas, enquanto o restante foi registrado em áreas rurais, áreas de reflorestamento e áreas de órgãos públicos e privados.

Segundo dados da Prefeitura de Uberlândia, 219 fiscalizações foram realizadas pelo órgão durante os 12 meses de 2018. Entre essas fiscalizações, 110 irregularidades foram encontradas. Todas geraram notificações emitidas pela Prefeitura, mas apenas 45 foram atendidas, ou seja, os autores corrigiram os problemas apontados. As outras 65, por não terem sido atendidas, se transformaram em multas para alguns moradores da cidade. De acordo com a Prefeitura, os dados de 2019 ainda não foram finalizados, pois são tabulados anualmente.

Neste ano, o período de maior estiagem e baixa umidade chegou mais cedo, e o clima seco favorece ainda mais a propagação dos incêndios. “A tendência é que a situação fique mais crítica. O grande problema do nosso inverno é esse ar seco, que aumenta a poeira e contribui para doenças respiratórias”, afirmou o climatologista da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Paulo César Mendes.

Segundo Mendes, o Triângulo Mineiro está dentro da normal climática, e o clima deve continuar seco até o início de outubro. “Há baixa umidade relativa do ar entre as madrugadas, quando a temperatura fica próxima aos 15 graus, e no meio da tarde sobe para os 26”, disse.
 
PRÓXIMO QUADRIMESTRE
Para os próximos meses, o 5º batalhão do Corpo de Bombeiros está planejando criar um comparativo detalhado que englobe os incêndios florestais e o período seco, já que neste ano o aumento de ocorrências começou já no primeiro quadrimestre do ano. O objetivo é saber, de forma aprofundada, como o clima interfere nas queimadas.

“No período seco as queimadas aumentam e isso é indiscutível. Muitas pessoas dizem que uma lupa ou um vidro no mato seco vai pegar fogo sozinho. Pode acontecer, mas são casos extremos, o humano é o principal causador do incêndio”, afirmou o Sargento Dhiego Costa, responsável pela seção de planejamento do 5º Batalhão. Um levantamento por horário, feito pelos Bombeiros, reafirmou a informação. No ano passado, a maioria das queimadas (11%) ocorreu entre às 18h e às 19h. O período com menos registros é de madrugada, até às 8h.

Ainda de acordo com o sargento, a maior parte dos moradores que ateiam fogo em terrenos, abandona o local rapidamente. “Além dos danos causados para a flora e para a fauna, tem muita gente que não sabe que é crime e que pode ser multado por isso”, disse Costa. Em casos onde o causador do incêndio é localizado, a Polícia Militar é acionada para fazer a abordagem.

As dicas de prevenção para incêndios devem ser seguidas anualmente, independente do clima e da estação. A população deve evitar jogar cigarros em vegetações secas, não acender fogueiras perto de folhas secas e não deve jogar vidros no chão.

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