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04/06/2019 às 14h40min - Atualizada em 04/06/2019 às 14h40min

Prefeito de Uberlândia diz a vereadores da base que não negocia reajuste

Projeto sobre aumento salarial dos servidores será deliberado nesta quarta-feira (5) e enviado às comissões

VINÍCIUS LEMOS
O prefeito Odelmo Leão disse em reunião com a base de vereadores que não tem a intenção de negociar o índice de reajuste salarial apresentado na última semana e que levou servidores a protestarem no início desta semana na Câmara. A conversa aconteceu na tarde de segunda-feira (3) no gabinete do Executivo, logo após a manifestação. Ao mesmo tempo, a mesa diretora da Câmara informou que nesta quarta-feira (5) o projeto de Lei que propõe 3,5% de reajuste salarial para os servidores públicos será deliberado e levado às comissões de mérito do Legislativo.

O vice-líder do governo na Câmara, Wender Marques (PSB), confirmou que não há abertura de negociação do que foi proposto no texto protocolado no Legislativo. “Possibilidade zero de negociação. Já foram feitos estudos e o que é possível fazer dentro da situação do Município são os 3,5%. A gente entende que não contempla todas as perdas do servidor, mas é o possível para o pagamento em dia. Não adianta dar a reposição desde 2016 e amanhã tivermos que escalonar os pagamentos”, afirmou o vereador. Outros colegas da Câmara, inclusive da oposição, receberam a mesma informação, segundo o Diário apurou.

Os sindicatos dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Uberlândia (Sintrasp) e dos Professores Municipais de Uberlândia (Sinpmu) propuseram reajuste de 8,63%, baseado em perdas de 2016, 2017 e 2018, tendo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como referência. As entidades ainda informaram que o reajuste proposto pelo prefeito não foi discutido com os servidores ou com representantes deles.

Boatos que correram os bastidores da Câmara davam conta de que os sindicatos poderiam aceitar um reajuste um ponto percentual maior, ou seja, de 4,5%. Mas a informação foi negada pelo presidente do Sintrasp, Ronaldo Branco. À reportagem, ele disse que não houve qualquer veiculação oficial daquela informação e que segue acompanhando a tramitação do projeto do Executivo.
 
SEM PREVISÃO
O presidente da Câmara, Hélio Ferraz – Baiano (PSDB), garantiu que fará a deliberação do texto para o posterior encaminhamento às comissões de Legislação, Justiça e Redação, de Administração Pública e de Finanças, Orçamento e Tributos. “A gente vai discutir, pegar os pareceres legais para saber se são R$ 60 milhões ou R$ 70 milhões de impacto no orçamento, e aí pedirei agilidade nas comissões de mérito”, afirmou.

Sobre prazos, Baiano salientou que cada comissão tem até cinco dias para análise dos textos, ou seja, existe até mesmo a possibilidade de que o projeto não entre em pauta ainda no mês de junho. Entretanto, ele não bateu o martelo se isso irá ou não acontecer.

A deliberação do texto é esperada por parte dos vereadores para que haja uma nova reunião entre os legisladores das três comissões de mérito junto aos sindicatos na tentativa de apresentar uma proposta de reajuste que possa satisfazer Executivo e servidores. Algo que perde força depois do que foi dito à base pelo prefeito Odelmo Leão.
 
MANIFESTAÇÃO
Baiano ainda comentou que em caso de novas manifestações, a Câmara continuará aberta aos servidores, porém ele espera diálogo. “A manifestação é legal, mas que seja de acordo com o comportamento da casa que requer respeito. Como presidente, tenho que garantir a fala do vereador e do cidadão”, disse.

Ele se referiu às vaias voltadas a Wender Marques ainda na segunda, quando a primeira sessão de junho foi encerrada com menos de duas horas de trabalho. O vereador tentava falar em tribuna sobre o reajuste quando foi interrompido ao salientar que deveria ser motivo de orgulho o índice de 3,5% oferecido pela Prefeitura.

Nesta terça-feira (4), o vereador comentou sobre o caso e fez uma análise de que o comportamento foi de uma minoria. “O movimento não representa os 15 mil servidores. A gente respeita e sabe que é de direito, mas também entendemos que os representantes sindicais dizerem para não aprovar o projeto, como disseram ontem (segunda-feira), é um verdadeiro absurdo. Eu não posso concordar que os demais servidores concordam com isso”, afirmou.
 
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