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08/05/2019 às 08h40min - Atualizada em 08/05/2019 às 08h40min

ONG busca doações para implantar posto do CVV em Uberlândia

Entidade precisa de R$ 20 mil para viabilizar espaço voltado à prevenção de suicídio

DANIEL POMPEU
ONG realiza encontros e treinamentos com candidatos interessados em se voluntariar no CVV | Foto: Arquivo pessoal
O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ter um posto de atendimento em Uberlândia a partir de setembro. A concretização do espaço depende da arrecadação dos R$ 20 mil necessários para implantação do local, que será voltado ao trabalho de prevenção ao suicídio. O Núcleo de Apoio à Vida de Uberlândia, ONG mantenedora do CVV no município, busca recursos por meio de uma campanha virtual no Vakinha.com. 

O CVV realiza, pessoalmente, pelo telefone 188 - que funciona 24 horas por dia, gratuitamente - ou por chat online, atendimentos de pessoas em situações de dificuldade emocional. O Centro é uma associação sem fins lucrativos que atua na prevenção de suicídios através do diálogo e apoio emocional por parte daqueles que se voluntariam para participar da organização.

Mantida principalmente por doações dos próprios voluntários e órgãos apoiadores, o centro tem aproximadamente 109 postos espalhados pelo País e mais de 2,9 mil voluntários, que são treinados para lidar com as situações. Em Minas Gerais, nove cidades têm postos físicos do CVV, incluindo Belo Horizonte, Ouro Preto e Uberaba. A organização é reconhecida pelo Ministério da Saúde como iniciativa nacional de prevenção ao suicídio.

De acordo com David Cava, presidente do Núcleo de Apoio à Vida em Uberlândia e Engenheiro Químico de formação, o objetivo agora é convencer a comunidade da importância da existência de um posto do CVV na cidade e conseguir viabilizar sua implantação. "É um movimento que a gente está fazendo em função de criar uma onda positiva, divulgando, movimentando energia”, disse Cava. Ele explicou que o Núcleo tem entrado em contato com órgãos e instituições que estão associados à causa, como é o caso do Corpo de Bombeiros.

A expansão física do CVV para os municípios funciona em formato de franquia social. A mantenedora é responsável em implantar e manter o posto de atendimento. Segundo Cava, já houve uma tentativa de manter uma estrutura do Centro em Uberlândia, que funcionou de 2002 a 2014. A longo prazo, entretanto, a dificuldade está em conseguir manter um fluxo constante de doações e voluntários para realizar os atendimentos.

“Por experiência própria, eu digo que um dos grandes motivos que tira energia dos voluntários é, muitas vezes, não ter a garantia do recurso financeiro para manter o posto.”

O psiquiatra Leandro Nogueira de Souza também faz parte do Núcleo de Apoio à Vida em Uberlândia e é quem está coordenando a implantação do CVV na cidade. Ele destaca que iniciativas como a do centro são muito importantes em um contexto de crescimento dos índices de suicídio nas últimas décadas. “O suicídio é hoje um problema de saúde pública mundial que atinge todas as classes da sociedade”, afirmou.

Souza disse ainda que o problema está muito associado à depressão e dependência química, e é preciso oferecer uma atenção sensível ao se deparar com casos como estes. “As pessoas às vezes acham que [depressão] é frescura, falta de vontade, eles não entendem como uma doença. No CVV, todos os voluntários recebem um treinamento extenso”, disse. De acordo com ele, o treinamento para que voluntários possam começar a atender dura cerca de 40 horas.
 
PREVENÇÃO
O médico destaca que é possível prevenir o suicídio. Para familiares e amigos, é importante, de acordo com ele, estar atento a um conjunto de sinais indiretos, como não conseguir ter uma rotina produtiva, sofrer com alterações no sono e na alimentação, passar por isolamento social e outras mudanças drásticas comportamentais que podem indicar sofrimento.

“A principal ideia que tem que ser quebrada é a de que a pessoa não vai fazer nada quando fala que está desistindo de viver”, disse. Ele recomenda que, ao se deparar com tal situação, o ideal é fazer com que a pessoa se sinta acolhida, sem desconsiderar seus sentimentos, e não deixá-la sozinha, além de orientar pela busca de um profissional qualificado.

Os interessados em se voluntariar no CVV podem entrar em contato pelo telefone 9 9992-3558 ou pelo e-mail [email protected].

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