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22/04/2019 às 13h24min - Atualizada em 22/04/2019 às 13h24min

Temporada de gripe reacende alerta para prevenção

Uberlândia esteve entre os quatro municípios com maior número de casos ano passado; campanha é ampliada nesta segunda (22)

MARIELY DALMÔNICA
A partir desta segunda-feira (22), a vacinação se estende aos demais públicos-alvo da campanha | Foto: PMU/Divulgação
Em Uberlândia, no ano passado, foram registrados 23 casos de Influenza, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Cinco notificações foram de Influenza A(H1N1), seis de Influenza A/H3 sazonal e 12 por Influenza A não subtipado. Houve um óbito por Influenza A/H3 sazonal, dois por Influenza A(H1N1) e cinco por Influenza A não subtipado. Situação que colocou o município entre os quatro com maior número de casos de gripe em Minas Gerais, e reacende o alerta para este ano.

Em todo o estado, 169 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) tiveram resultados positivos para Influenza e 98 mortes foram confirmadas pelo vírus ano passado. Em 2019, até o dia 16 de abril, de 456 casos de SRAG, 13 estão associados à Influenza em Minas Gerais. Dos 41 óbitos por SRAG, um foi confirmado por Influenza.

Em todo o Brasil, foram registrados até 23 de março 255 casos de influenza, com 55 óbitos, segundo o Ministério da Saúde. O subtipo predominante no país é da influenza A H1N1, com 162 casos e 41 óbitos. O estado do Amazonas é o que apresenta a maior circulação do vírus, com 118 casos e 33 mortes.

A influenza, ou gripe, é uma infecção aguda do sistema respiratório. Inicia-se com febre, dor muscular e tosse seca. A doença é propagada facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização. Idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou imunodeficiência são mais vulneráveis aos vírus.

A gripe ainda é confundida com o resfriado, que também é uma doença respiratória, mas causada por um vírus diferente. Os sintomas são mais brandos e duram menos tempo, incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo e dor de garganta leve. A ocorrência de febre é menos comum no resfriado e, quando presente, é em temperaturas baixas.

 
“São doenças diferentes provocadas por vírus diferentes. O resfriado é mais tranquilo, a influenza é uma doença de impacto mundial, tanto em morbidade quanto em mortalidade. Tivemos vários óbitos confirmados por influenza no planeta inteiro. O vírus pode acometer os pulmões, diferente do resfriado, causando uma insuficiência respiratória, o que leva a morte”, afirmou Marcelo Sinicio, médico da Vigilância Epidemiológica (Vigep), da Secretaria Municipal de Saúde.

No País, circulam três tipos de vírus influenza. O tipo A é encontrado em humanos e também animais, como aves e cavalos, e é classificado em diferentes subtipos: A(H1N1) e A(H3N2) que infectam apenas os humanos; A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) tem origem em animais e também atingem pessoas; e A(H7N9) que é de origem aviária.

O tipo B infecta exclusivamente os seres humano e não é classificado em subtipos. Já o tipo C atinge humanos e suínos, causa apenas infecções respiratórias brandas, e não está relacionado com epidemias.

A febre costuma ser um dos primeiros sintomas da gripe e dura em torno de três dias, em geral acima de 38°C, seguida de dor muscular e de garganta e tosse seca. Os sintomas respiratórios duram por cerca de três a quatro dias, após o desaparecimento da febre. Crianças e idosos podem atingir níveis mais altos de temperatura.

Os demais sinais e sintomas da influenza incluem calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, dor nas juntas, prostração, secreção nasal excessiva, diarreia, vômito, fadiga, rouquidão, olhos avermelhados e lacrimejantes. A transmissão acontece por meio de gotículas de salivas. Segundo Sinicio, entre 10% a 20% da população carregam o vírus da Influenza. “Tem que ter muito cuidado, higiene, usar lenço, água e sabão para lavar as mãos e não fugir da vacina”, afirmou o médico.
 
Vacina é a melhor forma de prevenção
A melhor forma de evitar a gripe é se vacinando contra o vírus. A vacina oferecida pelo Ministério da Saúde é trivalente e protege contra três cepas do vírus influenza. Para 2018, a Organização Mundial da Saúde definiu a composição da vacina com duas cepas de influenza A (H1N1 e H3N2) e uma linhagem de influenza B.

Essa vacina não está na rotina do Calendário Nacional de Saúde, e somente é oferecida em um período específico, durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que começou no último dia 10 em todo o país. Neste ano, o slogan da campanha é “Não coloque a sua vida e a de quem você ama em risco. Vacine contra a gripe”.

Em todo Brasil, o objetivo é vacinar 58,6 milhões de pessoas, entre 10 de abril e 31 de maio. Até o dia 18 de abril, foram priorizadas crianças e gestantes, grupos mais vulneráveis às complicações causadas pela Influenza. A faixa-etária do público infantil foi ampliada em 2019, de até 5 anos para até menores de 6 anos.

A partir desta segunda-feira (22), a vacinação se estende aos demais públicos-alvo da campanha que são: trabalhadores de saúde, povos indígenas, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), idosos (a partir dos 60 anos), professores, pessoas portadoras de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico, população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medida socioeducativa, e funcionários do sistema prisional, além das gestantes e crianças de seis meses a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias). O dia D de mobilização será no dia 4 de maio.

A meta é vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos prioritários em todo o País. Como nos anos anteriores, a escolha dos grupos que receberão a vacina segue uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Por isso, são priorizadas as populações com maior chance de complicações e óbitos por SRAG.

As gestantes são prioridade por tem uma menor resistência à doença, segundo a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Cláubia Oliveira. “A gestante tem alto risco de complicações, principalmente no terceiro trimestre de gravidez. Quando a gente vacina a gestante, a gente protege o bebê”, disse. No caso das puérperas, o risco de óbito é quatro vezes maior do que de uma pessoa que não seja esteja grávida.

As crianças e os idosos também são prioridade porque não possuem a mesma resistência que pessoas adultas. O risco de hospitalização de ambas faixas etárias é elevado, de acordo com a coordenadora. “Elas transmitem o vírus por um tempo mais prolongado, esse contágio pode acontecer em uma creche, na escola. Elas são fontes de infecção para o resto da família”, disse Cláubia.

A Influenza em pessoas com comorbidades também tem mais chances de evoluir para óbito, por isso elas estão no grupo de risco. Os trabalhadores de saúde devem se vacinar porque estão mais expostos à contaminação e devem dar assistência à população. Os professores entram no grupo de risco porque se relacionam diariamente com crianças.

De acordo com Cláubia, neste ano, a Secretaria de Saúde estará atendendo os pacientes acamados a domicílio. “A família ou o próprio paciente podem nos procurar, basta ligar no 0800 940 1480”, disse a coordenadora.

O objetivo é aplicar 170 mil doses de vacina no município, segundo a pasta. Cerca de 46 mil crianças, 6.935 gestantes, 16.796 trabalhadores da saúde, 1.140 puérperas, 63.295 idosos e 8.740 professores devem receber a vacina de acordo com o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). O número de pessoas dos outros grupos que devem ser vacinadas não foi divulgado.

* Leia a reportagem na íntegra na edição impressa do Diário de Uberlândia deste domingo (21). 

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