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04/04/2019 às 08h15min - Atualizada em 04/04/2019 às 08h15min

Biquíni Cavadão reforça sua história com Uberlândia

Banda carioca está na estrada com tour “Ilustre Guerreiro”, homenagem ao padrinho Herbert Vianna

ADREANA OLIVEIRA
Biquíni Cavadão se apresenta amanhã, no Castelli Master, no projeto “Uberlândia Music” (Vinícius Mochizuki/Divulgação)
Mais um capítulo da história da banda carioca Biquíni Cavadão passará por Uberlândia na noite desta sexta-feira (5), dentro do projeto “Uberlândia Music”. Os primeiros shows da banda por aqui foram nos anos 90. Se apresentaram desde espaços como uma fábrica de cerâmicas desativada, no bairro Custódio Pereira, até o estádio Parque o Sabiá, em duas edições do “Triângulo Music”.

Para eles, especialmente para o vocalista Bruno Gouveia, as passagens por aqui sempre têm um sabor de volta ao lar. “Nasci no Triângulo Mineiro, em Ituiutaba. Ir à região me faz voltar à infância que tive, às voltas que realizei já com a banda consagrada, mas o que me chama à primeira vista é o relevo e a vegetação. As intermináveis retas da estrada, o sobe e desce, o tipo de sol que faz e o calor humano. Fui mais vezes à Uberlândia que à minha própria Ituiutaba. Meu último show lá foi em 2003. Já em Uberlândia, fiz alguns mais recentes. Nossas apresentações no Triângulo Music até hoje estão em nossa memória”, contou ele, em entrevista ao Diário de Uberlândia.

A banda chega desta vez com a turnê “Ilustre Guerreiro” (2018), um álbum todo dedicado ao cantor, compositor e guitarrista Herbert Vianna (Os Paralamas do Sucesso), responsável por dar o nome da banda que a partir de 1985 já fazia um barulhinho no BRock. Em 1986 veio primeiro disco, “Cidades em Torrente”, que traz “Tédio”, que Herbert ajudou a gravar.

Essa homenagem em forma de versões das canções de Herbert Vianna – para eles uma figura ímpar do nosso rock - poderia ter até saído antes. Segundo Bruno, o projeto existe desde 2007. “Falamos entre nós que seria ótimo um dia prestar homenagem a alguém tão importante na carreira da banda. Mas a gente é assim, meio lento com tudo. Os fãs até hoje nos cobram um acústico, por exemplo. São projetos que vão brigando entre si ao longo dos anos até que viram a bola da vez. Decidimos gravar o disco em 2017. Até conseguir marcar com o produtor Liminha, obter as autorizações e tudo mais, levou tempo”, explicou Bruno.

O disco saiu no final de 2018, lançado de forma independente, e a turnê segue a todo vapor. São oito músicas no disco que abre com “Vital e sua moto” e fecha com “Se eu não te amasse tanto assim”, passando por “Ska” e “Aonde quer que eu vá”.

O show deve e vai contar também com músicas consagradas pelo Biquini Cavadão como “Zé Ninguém”, “Timidez”, “Janaína”, “Meu reino”, “Vento Ventania” e segue a lista. “Demos toda ênfase na tour ‘As voltas que o mundo dá’, tocando várias músicas por quase dois anos. Agora, vamos nos ater ao novo trabalho e claro passeando por grandes sucessos. É assim que tornamos cada tour diferente e especial”, disse o vocalista.

INTENSIDADE E AMIZADE

Nesses mais de 30 anos de carreira o Biquíni Cavadão sempre foi uma banda marcada pela intensidade dos shows ao vivo. Mesmo com todas as instabilidades às quais estamos sujeitos de tempos em tempos a banda sempre se manteve forte no circuito. A troca de energia entre banda e público ainda é aquele tipo de recarga na bateria que compensa todo o trabalho envolvido na formatação de uma turnê.

“O que nos move é esta energia que recarregamos todo fim de semana no palco. Vejo o Biquíni Cavadão como uma antena, capaz de transmitir e também receber esta dose de energia”, disse Bruno Gouveia.

Além de músicos, companheiros de estrada, os músicos são muito amigos. Bruno, Carlos Coelho (guitarra), Miguel Flores (teclado) e Álvaro Birita (bateria) resistem às armadilhas do show business com respeito. “Discussões acontecem, mas a gente se respeita muito. Miguel disse uma vez algo que resume bem a nossa situação: consideramos que, acima de nós, existe algo muito mais importante, famoso e talentoso, sem estrelismos ou coisa que o valha, que é o Biquíni Cavadão. Pensando assim, fica mais fácil de entender e respeitar a opinião dos outros. Colocamos tudo na mesa e o voto da maioria vence, a minoria veste a camisa e vai junto. Se não dá certo, rediscutimos e vamos em frente”, comentou o vocalista sobre a dinâmica da banda.

COMPOSIÇÕES E EXPOSIÇÃO

O trabalho de Bruno Gouveia como compositor ecoa também em vários artistas, em projetos como o Rock Your Babies (clássicos do rock em arranjos para bebês) e agora em “A Vida dos Santos”. “Essa é uma biografia dos santos da igreja católica, narrados por Francisco Cuoco”, explicou. No Biquíni além dele Birita e Coelho também compõem. “Compomos sozinhos, entre nós e com parceiros de fora. Assim como os discos, as músicas também costumam levar muito tempo para ficarem prontas”, brinca o mineiro que adiantou: “Neste momento estou finalizando uma autobiografia”.

Junto com a Nenhum de Nós, o Biquíni Cavadão está entre as primeiras grandes bandas nacionais a investir no relacionamento com os fãs pela internet. Mas muito mudou – e muda a todo momento -  desde a criação do primeiro site. Por isso, é preciso tomar cuidado para otimizar o uso das plataformas disponíveis e não ser escravo delas.

“Quem deve dar o limite é você, sempre. Saber o que dizer e o que mostrar ajuda muito. Do contrário, o interesse dos outros também cai. Queremos que, quem quer que tenha interesse por nosso trabalho, encontre, sempre, informações relevantes e use o canal para conhecer mais pessoas assim. Visibilidade é bom, mas não é sinônimo de sucesso. Buscamos quantidade com qualidade”.

O PROJETO

O “Uberlândia Music” realiza sua primeira edição amanhã com Biquíni Cavadão e abertura da banda de rock uberlandense Defuzz. A ideia é proporcionar uma experiência agradável além dos shows. Segundo os produtores, o Castelli Master disponibilizará toda a estrutura de decoração, buffet e organização em eventos, aliando acústica exemplar, conforto e requinte para clientes exigentes.

SERVIÇO

O QUE: Uberlândia Music
QUEM: Biquíni Cavadão (RJ) – abertura com Defuzz (Udi)
QUANDO: sexta-feira (5), a partir das 21h
ONDE: Castelli Master
INGRESSOS: Ingressos: R$ 40 (Arena), R$ 70 (frente do palco), R$ 500 (mesa para quatro pessoas) e R$ 1 mil (longe para 10 pessoas) à venda nas lojas Óticas Diniz e pelo site oquevemporai.com (somente arena e frente do palco)
INFORMAÇÕES: 99167-6167

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