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02/04/2019 às 13h53min - Atualizada em 02/04/2019 às 13h53min

Cafeicultores estimam queda de 400 mil sacas em Uberlândia e região

Evento debate crise na produção nacional de café; esta é a primeira edição do Encoffee na cidade

NÚBIA MOTA
Preço da saca do café está cerca de R$ 100 abaixo do ideal, diz Associação dos Cafeicultores de Araguari | Foto: Divulgação/Embrapa
O preço do café, neste ano, não está muito atrativo para os produtores, variando entre R$ 390 e R$ 400 a saca, sendo que o ideal seria de, no mínimo, R$ 500. A expectativa da Associação dos Cafeicultores de Araguari (ACA) é de safra baixa para 2019 para produtores de Araguari, Uberlândia, Indianópolis e Cascalho Rio, quando devem ser colhidas 450 mil sacas.

No ano passado, foram colhidas 850 mil. Mesmo com a crise no setor, prevista para os próximos dois anos em decorrência de uma alta na safra internacional, os produtores locais estão se unindo para enfrentar melhor o momento, trocar informações e buscar soluções para reduzir a produção. Para isso, Uberlândia está sediando, pela primeira vez, o Encontro de Gestão de Cafeicultores (Encoffee) hoje e nesta quarta-feira (2), no Center Convention.


O evento reunirá cerca de 300 cafeicultores convidados de todo Brasil e contará com palestrantes como o jornalista William Waack, o diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) Luiz Cornacchioni, o CEO da MPrado Consultoria Empresarial, Marcelo Prado, o professor da Universidade do Café, Samuel Giordano, a diretora da MPrado, Luciana Martins, o CEO da Ipanema Agrícola, Washington Rodrigues, entre outros.

Dentre os assuntos debatidos estão a cadeia produtiva do café e a inovação do segmento produtivo, a avaliação de novos conceitos e ferramentas de gestão, a análise de novas práticas e soluções que podem impactar positivamente na atividade.

“Um evento desse, numa época de crise, é muito importante porque o produtor vai lá para tirar as dúvidas. Vamos saber como lidar com as lavouras, porque o café não pode deixar de adubar, porque a lavoura é perene e se não cuidar dá mais prejuízo. Um evento desse é uma forma de diminuir o custo de produção”, disse Cláudio Morales Garcia, presidente da ACA.

De acordo com o Luciana Martins, que além de palestrante é uma das organizadoras do encontro, o Encoffee é originário do Top Farmers, um evento criado há 6 anos em Campinas (SP) para produtores de soja, milho, algodão e café em grandes extensões, acima de 400 hectares.

Como o público do evento que se inicia hoje, com lavouras de 100 hectares em diante, não se enquadrava no Top Farmers, foi feita uma análise e Uberlândia foi escolhida para sediar esse encontro e receber produtores dos seis estados com mais plantio de café. Além de Minas, virão pessoas de Goiás, Rondônia, São Paulo, Bahia e Espírito Santo.

“Até os produtores que estavam no Top Farms devem estar presentes devido à temática. O Encoffee vem para atender uma demanda de gestão, vamos falar de custo de produção, sobre agricultura 4.0 e geração de valor”, disse Luciana Martins.

Eduardo Mosca produz, há 20 anos, café na Fazenda Gameleira, localizada em uma área no sentido Uberlândia a Araxá, e será um dos participantes do Encoffee. Apesar da crise apontada pela ACA, ele está otimista, e cita o surgimento de novas áreas plantadas na região.

“Conversando com alguns viveiristas, eles me disseram que só a região de Araguari produziu mais de 7 milhões de mudas e todas já foram para o campo. Então houve uma preocupação de renovação e plantio de áreas novas. Apesar do preço estar ruim, o produtor sabe que tem que investir, senão vai morrer na praia”, disse Mosca, que está na contramão da maioria dos produtores e deve colher mais do que no ano passado.

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