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29/03/2019 às 18h12min - Atualizada em 29/03/2019 às 18h37min

​Justiça manda a júri mulher acusada de dopar e matar gestante em Uberlândia

Sentença de pronúncia foi expedida nesta semana; crime foi registrado em 2017 no bairro Monte Hebron

CAROLINE ALEIXO
Gabrielle estava grávida de oito meses quando foi assassinada no Residencial Monte Hebron | Foto: Reprodução/Facebook
A acusada de matar a gestante Gabrielle Barcelos Silva, de 18 anos, será submetida a júri popular em Uberlândia. A ré Aline Roberta Fagundes está presa desde o crime e a defesa poderá recorrer da sentença de pronúncia que foi expedida na última terça-feira (26). A mulher foi denunciada por assassinar a jovem com o intuito de roubar o bebê que ela esperava, no bairro Monte Hebron, em 2017.

O crime foi registrado na rua Vandervaldo Rosa no dia 5 de dezembro de 2017. Segundo a denúncia, a autora morava próximo à vítima e a convidou para ir até sua casa, com o discurso de que tinha perdido um bebê recentemente e queria doar peças do enxoval. 

A vizinha, hoje com 39 anos, serviu café para Gabrielle com aproximadamente 40 gotas de calmante com o intuito de dopá-la. A vítima estava grávida de oito meses.

Depois que o medicamento fez efeito, a denunciada cortou o pescoço da vítima com uma faca de cozinha, tentou sufocá-la com um pano e fita adesiva para, em seguida, cortar a barriga da gestante para retirar o bebê. Devido ao parto forçado, a criança até hoje demanda cuidados por causa de complicações à saúde. Ela ficou sob a guarda da família paterna. 

O corpo da jovem foi escondido nos fundos da casa dentro de uma vala rente ao muro. Após o assassinato, ela foi até o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) simulando que havia acabado de dar à luz a criança.  

Ainda no inquérito policial, ficou constatado que a mulher cometeu o crime bárbaro para forjar o parto porque não aceitava o fim do relacionamento amoroso com o namorado. 

Vítima fez postagem sobre a gravidez no dia anterior ao crime | Foto: Facebook/Reprodução

DENÚNCIA

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou Aline por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel, mediante dissimulação - ao atrair Gabrielle prometendo os presentes de bebê e dopá-la - e outros recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.

Além disso, ela também foi acusada pelos crimes de ocultação de cadáver, subtração de incapaz, dar como próprio parto da vítima e tentativa de aborto, já que colocou em risco a vida do bebê.

Ao pronunciar a ré confessa para que seja julgada pelo Tribunal do Júri, o juiz manteve as acusações do homicídio com todas as qualificadoras e os demais crimes indicados, com exceção de aborto tentado, uma vez comprovado nos autos que não ocorreu o fato.

O juiz Dimas Borges de Paula ainda determinou que a ré permaneça no presídio Professor Jacy de Assis. “A ré aguardará o julgamento presa, como garantia da ordem pública e para assegurar eventual aplicação da lei penal, tendo em vista a gravidade dos fatos, a ausência de comprovação de ocupação lícita e residência fixa, persistindo os motivos de sua prisão preventiva”.

A reportagem conversou com o advogado de Aline, que informou que irá se inteirar da decisão de pronúncia para adotar as medidas legais cabíveis da defesa. 

 

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