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04/03/2019 às 10h20min - Atualizada em 04/03/2019 às 10h20min

Roubo a comércios cai 35% em Uberlândia no ano de 2018

Número é explicado pelo fortalecimento de medidas preventivas e maior elo entre PM e população

MARIELY DALMÔNICA E NÚBIA MOTA
Tenente Fernando Santos é responsável pelo policiamento do bairro Brasil | Foto: Mariely Dalmônica
Em um ano, o número de registros de roubo em estabelecimentos comerciais de Uberlândia diminuiu cerca de 35%, caindo de 842, em 2017, para 550, em 2018, segundo dados fornecidos pelo Observatório de Segurança Pública Cidadã/Reds/Sesp.

A justificativa para a queda, tanto para a Polícia Militar (PM), quanto para os próprios comerciantes, está no aumento do policiamento pelas ruas da cidade, nas operações desencadeadas com as prisões de autores e na participação da própria população, tanto na identificação dos criminosos, quanto no investimento em dispositivos de segurança dentro das lojas, além da interação com os policiais.

O comerciante R.S.O tem uma loja de conveniência há 3 anos em um posto de combustíveis, localizado na avenida Rondon Pacheco. Mesmo funcionando 24h por dia, o local nunca foi alvo de assaltantes. Além de ter investido em seis câmeras de segurança, o comerciante optou por vender bebidas de maior valor, com o intuito de evitar aglomerações na porta.

Além disso, sempre que tem alguma pessoa com atitude suspeita, ele instrui os funcionários a chamarem a polícia por meio do grupo de WhatsApp da Rede de Proteção Preventiva ligado ao bairro Brasil, de responsabilidade da 91ª Companhia de Polícia Militar.

“No caixa, eu também deixo pouco dinheiro. A sangria é feita a todo momento para inibir, caso aconteça algum problema. E ainda fiz seguro da loja e não tenho preocupação com prejuízo financeiro. A preocupação mesmo está em não ficar em frente a uma arma na mão de uma pessoa que nem sabe manuseá-la”, disse.


Foi exatamente por essa situação que passaram os dois funcionários e três clientes de uma loja de celulares, localizada em um minishopping na avenida Afonso Pena, na manhã do último dia 21. Eles foram rendidos por dois homens, sendo um deles armado, que levaram toda a mercadoria, avaliada em cerca de R$ 50 mil.

A ação, de acordo com o dono da loja, Fabiano de Paiva, levou pouco mais do que 1 minuto, mas com os dados fornecidos à polícia, a dupla e uma outra mulher, que aguardava no carro do lado de fora, foram presos e todo o material recuperado. “Eu me surpreendi porque a Polícia Militar chegou de imediato e mobilizou um grande efetivo. Eles cercaram a cidade. Em meia hora, eu já estava com tudo recuperado e intacto”, disse Fabiano.

Depois do susto, o comerciante passou a deixar menos estoque de mercadoria na loja e tem acionado mais o segurança particular do shopping. Como morador do bairro Patrimônio, na zona sul, Fabiano afirmou que não é apenas no Centro da cidade que tem percebido uma maior presença policial. Próximo de sua casa, a base militar que fica em frente ao Praia Clube, de acordo com o comerciante, também tem gerado maior tranquilidade para a vizinhança.

A administradora do minishopping onde aconteceu o assalto, Denise Costa, também foi colocada na mira da arma em agosto do ano passado na sala da administração. Após o crime, um dos dois criminosos foi preso e todo o dinheiro, recuperado. “Foi ‘fita’ dada, porque foi um dinheiro que eu recebi naquele dia e eu nunca fico com dinheiro aqui dentro. Foi um caso bem específico”, disse.

As prisões, em ambos casos, só foram possíveis graças às filmagens capturadas pelas câmeras de segurança espalhadas pelo local e as características dos criminosos repassadas para a polícia.

“Quando o comerciante passa as informações corretas, eles [policiais] sabem agir rápido. A gente sabia a placa do carro, a cor do carro e quantas pessoas eram. Mas se não tivesse sido passado, o trabalho da polícia não seria efetivo. Quando eles não conseguem prender, acredito que é por falta de informação do próprio comerciante”, disse Denise.
 
SEM VIOLÊNCIA
Enquanto os roubos diminuíram 35%, o número de furtos na cidade, segundos dados do Observatório de Segurança Pública Cidadã/Reds/Sesp, teve um aumento de 5,7%, passando de 2.108, em 2017, para 2.229, em 2018.

Esse tipo de crime, segundo o tenente Fernando Ferreira Santos Neto, comandante do 2º pelotão da 91ª Companhia de Polícia Militar, responsável pelo policiamento do bairro Brasil e da pasta da Rede de Proteção Preventiva do 17º Batalhão, também pode ser evitado com algumas ações do próprio comerciante. Além de se investir em monitoramento, com sistema de câmera, de alarme, cerca elétrica e instalação de placas, outra medida para impedir os furtos é a disposição da mercadoria e dos caixas dentro da loja.
 
QUANTITATIVO DE REGISTROS DE ROUBO A ESTABELECIMENTO COMERCIAL
  2016 2017 2018
Minas Gerais 19.831 13.745 8.288
Uberlândia 929 842 550
 
 
QUANTITATIVO DE REGISTROS DE FURTO A ESTABELECIMENTO COMERCIAL
  2016 2017 2018
Minas Gerais 45.801 44.325 42.527
Uberlândia 2.025 2.108 2.229
 
* Leia a reportagem completa na edição impressa do Diário de Uberlândia deste domingo (3). 
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