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22/02/2019 às 08h07min - Atualizada em 22/02/2019 às 08h07min

Com déficit, Município vai contratar 100 agentes

Cidade enfrenta epidemia da doença, com 900 notificações semanais

VINÍCIUS LEMOS
Município tem 67 agentes a menos do que o preconizado para a cidade | Foto: Secom/PMU
Diante de uma situação de epidemia, com cerca de 900 notificações de dengue por semana, a Prefeitura de Uberlândia tem um déficit no número de Agentes de Combate a Endemias (ACE) atuando contra o mosquito Aedes aegypti. Atualmente, 280 profissionais realizam o trabalho, 67 profissionais a menos do que os 347 preconizados para a cidade, segundo parâmetros do Ministério da Saúde. Para tentar resolver o problema, o Município iniciou o processo de contratação de 100 novos servidores para o combate direto ao transmissor de dengue e outras doenças como zika e chikungunya. A Prefeitura, no entanto, enfrenta duas dificuldades, que são o preenchimento de todas as vagas e o treinamento dos selecionados, que pode demorar até dois meses.

O secretário municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues, explicou que, para contratação, usa o cadastro de reserva do último processo seletivo para agentes, quando 680 pessoas foram selecionadas. A primeira convocação, de 50 pessoas, resultou no comparecimento de 34 delas. Mais 50 serão chamadas nos próximos dias para os cargos. Posteriormente, será feito o treinamento, que dura de 30 a 60 dias. Além daqueles que não respondem à convocação, existem desistências ainda na capacitação, segundo Rodrigues.

Entretanto, o objetivo é que a maior parte dos 100 novos agentes estejam prontos para o trabalho antes de abril, mês considerado o pico dos números envolvendo a dengue em Uberlândia. Neste ano, já foram notificados no Município 2.083 casos de doença. “Atualmente, nossos números são piores do que os 2016, quando tínhamos cerca de 200 notificações por semana. Começamos [este ano] com 250 [notificações], foi para 450 e agora estamos com 900 notificações por semana. Há muito tempo não tínhamos um verão tão quente e com chuvas generosas, tudo o que o mosquito precisa [para se reproduzir]”, disse o secretário. O índice de infestação de focos do mosquito transmissor da dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela está em 5,2%, quando o desejável é de até 1%.

A contratação dos novos agentes de saúde é temporária, com contrato de seis meses, podendo ser renovado por mais seis. Gladstone Rodrigues disse que não é possível manter o número ideal de agentes durante todo o ano. Se somarmos outros agravos além da dengue, como malária e combate a peçonhentos, Uberlândia precisaria de um número ainda maior de servidores: 410.

A Prefeitura diz que usa ainda a mão de obra de agentes comunitários do Programa Saúde da Família no auxílio à verificação de casas e orientação às famílias. Mesmo que essa não seja a atribuição desses servidores, é somada uma força de trabalho de 350 pessoas.

AJUDA

Do Governo Federal, o Município recebe uma ajuda de até 25% no custeio dos agentes de combate ao Aedes, o que poderá representar R$ 150 mil mensais para um valor global de R$ 600 mil em uma futura folha de 380 servidores. Atualmente, a cidade também usa um caminhão do chamado fumacê, cujo veículo e veneno são cedidos pelo governo Estadual. Nos últimos dias, ele rodou por bairros da zona oeste, principalmente Guarani, Tocantins, Luizote de Freitas, Taiaman e Jardim Patrícia, segundo a Prefeitura.

A Secretaria faz um uso mais cauteloso do fumacê, já que o sistema mata mais insetos além do mosquito Aedes aegypti e também pode causar efeitos não desejáveis à população.

HIDRATAÇÃO

Por causa do aumento do número de casos de dengue entre a população de Uberlândia, a Secretaria de Saúde decidiu pela volta das salas de hidratação, recurso que já foi utilizado em outras ocasiões em que houve epidemia da doença. Ao menos cinco Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) – Luizote, Planalto, Roosevelt, Tibery e Martins – já estão com os espaços montados e em funcionamento. Há ainda a possibilidade de que haja a ampliação para áreas externas desses locais, por meio da montagem de tendas e com poltronas e suporte do soro. O atendimento pode ser feito por 24h nas UAIs.

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