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20/02/2019 às 08h14min - Atualizada em 20/02/2019 às 08h14min

Alta faz preço do feijão ficar mais salgado

FERNANDA PARANHOS COM FOLHAPRESS
Gerente Cleivon Guerra espera por queda de 5% no valor do feijão na próxima semana | Foto: Fernanda Paranhos
No corredor do supermercado onde ficam os mantimentos, os sacos de feijões permanecem quase intactos. Em pouco mais de uma hora em que a equipe do Diário de Uberlândia esteve em um estabelecimento no Centro da cidade, na tarde de ontem, apenas uma pessoa parou para observar os preços fixados nas gôndolas, que tiveram alta de 25% somente neste mês.

Os valores variam de R$ 7,99 (para o feijão preto) a R$ 13,79 (jalo). Foi Edna Lúcia que parou, mexeu nos pacotes, mas preferiu não levar o feijão para casa. Ela faz uma compra mensal, suficiente para abastecer a família de duas pessoas, mas mesmo assim já notou a diferença. Para ter os potes de feijão congelado no mês de fevereiro, Edna fez uma pesquisa e optou por comprar em outro estabelecimento. “Semana passada eu já notei essa diferença [de preço] no sábado. Como eu ainda tinha em casa, esperei para ver se abaixava, mas não abaixou nada”, comentou.

O aumento é real. Segundo o gerente do supermercado, Cleivon Guerra, a justificativa dada pelos fornecedores foi a falta do produto neste período de entressafra. Oferta em baixa, demanda em alta, e o resultado vai parar no bolso do consumidor, que está pagando, em média, de R$ 9,00 a R$ 11,00 pelo quilo do feijão carioquinha, mais consumido na região.

“Este ano foi atípico, subiu mais que nos outros. Foi de 25% de uma hora para a outra porque simplesmente não tem produto no mercado. O fardo de 30 kg que custava R$ 270 foi para R$ 300. Um pacotinho [de 1kg] para nós é R$ 10 o custo. Quando a gente coloca o imposto, a gente está vendendo a preço de custo [para o cliente]. Não dá para querer ganhar dinheiro. Não tem jeito”, afirma Cleivon.

BRASIL

Este aumento não é realidade exclusiva de Uberlândia. No Estado de São Paulo a saca também passou por reajuste, sendo vendida a R$ 400, maior valor cobrado em quase três anos. Na capital paulista, o aumento foi de 28,71%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A informação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe) é de que o aumento se justifica pela diminuição do plantio e a estiagem nas regiões Sul e Sudeste, que são as maiores produtoras do grão. Técnicos do Instituto acreditam o aquecimento do preço deve permanecer até o mês de abril, quando começa a segunda safra. Não é o que espera Cleivon Guerra, que soube pelos fornecedores do supermercado que gerencia que, na próxima semana, pode haver queda de 5% no valor.
 
 
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