Economista do Cepes/UFU, Álvaro Fonseca, faz análise dos dados | Foto: Fernanda Paranhos
O salário mínimo ideal para uma família de quatro pessoas que reside em Uberlândia seria de R$ 3.244,88, segundo cálculo do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômicos Sociais (Cepes), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
A previsão é feita de acordo com a análise dos produtos da cesta básica do trabalhador e do preço que cada item custa, levando em consideração o Índice de Preços no Consumidor (IPC). A cesta básica atual custa R$ 386,25. São 13 produtos alimentares contabilizados: arroz, feijão, farinha de trigo, batata, tomate, açúcar, banana, carne, leite, pão, óleo, margarina e café. Estes itens foram determinados em 1938, no Decreto de Lei n°399, que visava estabelecer os produtos ideais para o brasileiro em idade adulta.
De acordo com o economista do Cepes, Álvaro Fonseca, a análise destes custos, disponível em boletins públicos, é feita mensalmente. A pesquisa atual apresenta que, mediante a inflação de janeiro de 0,59%, em Uberlândia, o salário mínimo, que é R$ 998,00, equivale a 30% do valor necessário para quem mora na cidade.
Cesta básica alimentos em Uberlândia
Arte: Alexandre Barbosa
O valor da cesta básica também impacta. Se considerado que o acesso a estes itens são de apenas uma pessoa (um trabalhador), significa que uma família de quatro pessoas, por exemplo, com uma renda única de um salário não tem condições de prover moradia, transporte, lazer e vestuário. Via de regra, saúde e educação são oferecidos pelo Estado.
Segundo o economista, na atual realidade do país e do município, uma pessoa que vive com dois salários mínimos já enfrenta profundas dificuldades. “É muito difícil viver com dois, se for uma família padrão. A pessoa se vira”, reflete Fonseca.
O valor ideal para uma renda mensal é expressivo e distante do salário mínimo do brasileiro. Entretanto, de acordo com o especialista, quem vive em Uberlândia tem uma condição “privilegiada” visto que está em uma área em que o setor hortifrúti granjeiro é abundante.
“Isso influencia muito porque, por exemplo, não há demanda de frete para a maioria destes itens, como frutas, verduras, legumes, carnes e cereais. [Este cenário] faz Uberlândia ser uma das mais baratas no quesito alimentação, se comparada com outras cidades do mesmo porte, como Ribeirão Preto e Goiânia, por exemplo. Come-se bem aqui, sem gastar tanto”, completa.
Economista do Cepes/UFU, Álvaro Fonseca, faz análise dos dados | Foto: Fernanda Paranhos
