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08/02/2019 às 11h44min - Atualizada em 08/02/2019 às 11h44min

Troca de gestão no HC segue indefinida

Oito meses após assinatura de contrato, EBSERH ainda não iniciou tratativas para assumir administração da unidade

FERNANDA PARANHOS
Reitor da UFU, Valder Steffen Jr., diz que prazo para mudança de administração no HC-UFU deverá ser ampliado | Foto: Fernanda Paranhos
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) segue sem previsão para assumir a gestão plena do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). A assinatura de contrato para a gerência da unidade foi assinada em maio do ano passado e previa prazo de 36 meses para a transição, limite que deverá ser reavaliado, de acordo com o reitor da universidade, Valder Steffen Jr.

“Havia uma expectativa de que nós pudéssemos avançar bem mais do que aconteceu. A explicação que eu encontro para isso é que a Ebserh não tinha os recursos necessários para que um passo maior pudesse ser dado. Mudou o governo, temos uma nova governança na Ebserh, e eles já estão a par da situação de Uberlândia. Estamos aguardando uma agenda com a nova governança para ver se a gente consegue retomar essa pauta”, afirma o reitor.

A gestão do hospital, desde o início de seu funcionamento, é feita pela Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (Faepu), que continua administrando a parte financeira da unidade. Os funcionários contratados pela Faepu para os atendimentos no HC-UFU devem ser substituídos através de um concurso público que será anunciado após a posse da Ebserh. O futuro concurso, segundo Valder Steffen Jr., será público e indispensável. “Isso não vai acontecer do dia para a noite. É um processo longo porque, primeiro, tem a questão de recursos. Você não consegue fazer, do dia para a noite, um concurso imenso que consiga abrigar todos os funcionários. Além disso, mesmo que tivesse o recurso, não é adequado [um único concurso], do ponto de vista da gestão, porque você vai pegar pessoas que têm conhecimento em determinada área, que atendem muito bem, e aí faz um concurso para substituir essas pessoas. Elas certamente vão prestar esse concurso. É um processo que não é simples.”
 
NOVO PRESIDENTE
 
Na semana passada, Oswaldo Ferreira tomou posse da presidência da Ebserh, em Brasília. Valder Steffen Jr. esteve presente na cerimônia e comentou que, na ocasião, o novo dirigente disse estar ciente da realidade do Hospital de Clínicas da UFU, que será um dos maiores da rede, ficando atrás apenas do HC da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do HC da Universidade Federal de Minas Gerais.

As particularidades do HC-UFU também estão sendo analisadas pela nova empresa, como, por exemplo, a representatividade do Hospital do Câncer, referência no tratamento oncológico em toda a região e que tem o suporte do Grupo Luta pela Vida. A formação de estudantes de medicina também é um ponto importante a ser observado, segundo o reitor da universidade. “O novo presidente deixou claro: os novos hospitais da Ebserh são hospitais-escola e eles têm de ser valorizados não apenas pelos serviços prestados à saúde, mas pela formação de recursos humanos que ele forma”, disse.
 
ATENDIMENTO
 
Há, no HC-UFU, 520 leitos disponíveis, valor que está aquém da necessidade do Município, como reconhece Valder Steffen. “Existe, em Uberlândia, sem falar na região, um déficit de 800 leitos hospitalares. Eu seria leviano se eu dissesse que estamos atendendo muito bem. Nós estamos atendendo o que é possível”, disse.
Sobre os repasses do Governo Federal, o reitor afirmou que no ano passado viveu períodos de extrema criticidade quando dois atrasos significativos do Fundo Nacional de Saúde aconteceram. “Houve um momento em que o Governo Federal estava com dificuldade com esses repasses. Mas para nós, isso traz uma consequência muito drástica. Nós não conseguimos pagar a folha”, confirmou o reitor, que informou ainda que a situação atual está mais controlada, mesmo com a complexidade dos leitos oferecidos.
 
 PRONTO-SOCORRO
 
Obras de novo anexo seguem paralisadas
 
Continua o imbróglio sobre a construção do novo Pronto-Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), cuja as obras estão paralisadas desde 2016. Segundo o reitor Valder Steffen Jr., ainda não há prazo para a retomada dos trabalhos.

As obras começaram em 2012 após a construtora Ibeg, do Rio de Janeiro, vencer a licitação. Há cerca de três anos foi revelado que a empresa estava em um processo de recuperação judicial e isso retardou a continuidade dos trabalhos. Desde então, o HC-UFU levantou a possibilidade de quebra de contrato e abertura de um novo processo licitatório. De acordo com o reitor, Valder Steffen Jr., a Justiça determinou que a empresa continuasse tocando a obra. O reitor informou ao Diário de Uberlândia que há R$ 22 milhões para continuar a construção dessa parte do hospital, que deverá focar nos atendimentos de trauma.

“O juiz do Rio de Janeiro determinou que a universidade prossiga com essa mesma empresa e é nessa fase que estamos. Essa determinação é do final do ano passado e nós estamos estudando de que forma isso será feito. Já avançamos um pouco, existe uma participação do Ministério Público Federal, a participação da empresa, de um representante do juiz e a [própria] universidade. Todos esses atores estão trabalhando juntos para que possamos reiniciar os trabalhos”, afirmou Steffen.

O terreno em que se encontra o empreendimento é da Faepu. Este cenário também está sob análise, uma vez que, atualmente, é proibida a construção de bens públicos em terrenos de fundações de apoio. Esta regularização está sendo providenciada, segundo o reitor. Quando o contrato com a Ebserh foi fechado, esta parte do HC não foi designada. Quando o Pronto Socorro estiver apto para funcionar, após o encerramento da construção, a admissão de funcionários através de concurso e a compra de equipamentos, um novo contrato deve ser feito para que a Empresa administre essa nova parte do hospital. Se concluído este cronograma, o Hospital de Clínicas, segundo o reitor da universidade, será o maior hospital da região e o maior de toda a rede da Ebserh, com a perspectiva de atendimento de até 750 leitos.
 
 
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