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08/02/2019 às 09h29min - Atualizada em 08/02/2019 às 09h29min

Oposição questiona recursos do Município

VINÍCIUS LEMOS
Com os trabalhos das comissões da Câmara Municipal de Uberlândia apenas começando em 2019, as discussões e falas em tribuna dos vereadores acabam por ganhar destaque nas sessões ordinárias em relação a projetos apresentados. Na quarta reunião deste mês, o vereador Silésio Miranda (PT) trouxe um dado para o qual pretende pedir explicações à Prefeitura. Segundo ele, o Município começou o ano com mais de R$ 170 milhões em caixa, o que, na visão dele, seria um montante que mostraria uma situação financeira diferente da apresentada pelo prefeito Odelmo Leão. Lideranças do prefeito rebateram a afirmação.

Miranda apresentou relatório retirado do Portal Transparência da Prefeitura que mostrou uma arrecadação consolidada em 2018 de R$ 2,216 bilhões, R$ 171 milhões a mais do que as despesas liquidadas (R$ 2,045 bilhões). Em 2017, ainda de acordo com o relatório apontado pelo vereador de oposição, o Município arrecadou pouco mais de R$ 2,02 bilhões e liquidou dívidas na ordem de R$ 1,947 bilhão, o que deixou em caixa no início do ano passado R$ 73 milhões.
“Estamos confeccionando um pedido de informações para saber os valores empenhados, porque mesmo com esses valores ainda sobra dinheiro. É um valor significante e vem crescendo. O prefeito senta no dinheiro, mas fala que não tem esse dinheiro. Ele amplia a dificuldade para fora, mas internamente cria facilidade para administrar”, disse Silésio Miranda.

No início deste ano, em entrevista ao Diário de Uberlândia, o prefeito Odelmo Leão afirmou que 2019 começaria com cerca de R$ 1 bilhão em prejuízos e dívidas no Município. Atualmente, a dívida do Estado com o Município é de cerca de R$ 210 milhões. O orçamento previsto para o ano de 2018 era de R$ 2,5 bilhões.
O vice-líder do prefeito no Legislativo, vereador Wender Marques (PSB), disse que os valores apresentados não fazem diferença na atual situação do Município. “Claro que a Prefeitura continua em dificuldades. Se essa informação [do relatório] é verídica, quem faz gestão sabe que ter dinheiro em caixa não significa ter dinheiro. Esse governo tem responsabilidade e se tem dinheiro, tem compromisso com ele. A diferença, é que eles [governo PT] gastavam tudo o que tinham e começavam a dever o próprio servidor”, afirmou.

Questionada sobre as falas de Silésio, a Prefeitura enviou ao Diário de Uberlândia uma documentação que mostrava o fluxo de caixa do Município até 31 de dezembro de 2018. Segundo o documento, havia nos cofres públicos a quantia de R$ 141,9 milhões. Desse montante, R$ 133,5 milhões eram recursos vinculados, que são verbas com destinação já especificada.

DISCUSSÃO

Líder do executivo contra-ataca vereadora


Também chamou a atenção, mais para o fim da sessão de ontem, a discussão entre a vereadora Jussara Matsuda (PSB) e o líder do prefeito, Wilson Pinheiro (PP). Por conta de uma questão que envolve os exames de raio-X na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Roosevelt, Jussara tem criticado o Município, pois, segundo ela, falta aparelho adequado no local. Matsuda voltou a falar sobre o assunto na tribuna, citando que, em outubro, ofereceu ao Município 100 mamografias em sua clínica de saúde para a campanha do Outubro Rosa, ajuda que teria sido dispensada.

Wilson Pinheiro, então, exigiu da vereadora um posicionamento mais efetivo na cobrança de dívidas de recursos que poderiam ir para a saúde e também para a finalização de obras na cidade. Ele ainda explicou que a UAI Roosevelt está em reforma para receber um novo aparelho de raio-X e que os exames têm sido feitos com um equipamento portátil. Contudo, os ânimos se exaltaram quando Pinheiro, ainda na tribuna, diminuiu a atuação da médica vereadora. “Aqui temos 27 vereadores e 26 querem resolver o problema da saúde em Uberlândia. Qual a única que não quer? A vereadora que é médica, porque se a saúde pública fosse plena, o consultório e a clínica dela não teriam clientes.”

Jussara voltou ao microfone para fazer novas críticas ao governo municipal e se defender. “Vejo isso [fala de Wilson] como uma falta de respeito à minha pessoa enquanto parlamentar e enquanto médica. Sempre deixei claro que meu papel é defender a população. Se eu tenho um trabalho fora na área da saúde e se ele é saudável financeiramente a incompetência é do governo. Se o serviço de saúde fosse perfeito, as pessoas não precisavam procurar a mim e nenhuma outra clínica particular. A saúde é um direito do povo e um dever do Estado.”
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