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08/02/2019 às 09h20min - Atualizada em 08/02/2019 às 09h20min

Uberlândia já tem 1.130 casos notificados de dengue

Veículo fumacê é empregado para tentar conter a transmissão da doença

FERNANDA PARANHOS
Secretaria Municipal de Saúde intensifica ações no combate à transmissão da doença | Foto: Araipedes Luz/Secom PMU
Dados divulgados no Boletim Epidemiológico de Monitoramento de Dengue, Chukungunya e Zika Virus, da Superintendência Regional de Saúde, apontam o aumento de 921,32% de casos suspeitos de dengue nas 18 cidades atendidas na Regional. Em 2018, entre o primeiro dia de janeiro, até o dia 5 de fevereiro, foram registrados 136 casos. Até o dia 4 deste mês o registro foi de 1389. Deste valor, 1130 estão localizados em Uberlândia, de acordo o Boletim. Isso significa que, do total de casos possíveis de dengue em toda Regional, 81% estão no município. No mesmo período do ano passado, que corresponde às cinco primeiras Semanas Epidemiológicas foram 113 casos
 
A coordenadora de vigilância em saúde da regional de Uberlândia, Rosana Gervásio, se surpreendeu com a quantidade expressiva de possíveis infectados pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, que também transmite a febre amarela. “É um número preocupante. As ações são contínuas, durante todo o ano e nós já temos a orientação para passar aos nossos municípios afim de evitar que esses números aumentem. O foco maior é apoiar os agentes de endemia em campo”, comenta Rosana. Além de potencializar as equipes, a Regional de Saúde utiliza, desde o ano passado, um dispositivo chamado “ovi trampa”, que permite a contabilização da infestação de mosquitos em tempo real. “São armadilhas que foram instaladas em três municípios prioritários: Uberlândia, Patrocínio e Araguari. [Com isso] monitoramos, a condição de infestação do mosquito. [O recurso] antecipa o Liraa - Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti. A gente acompanha por semana e assim a gente tenta evitar que mais pessoas fiquem doentes”, explica.
 
Uberlândia está em epidemia da doença. De acordo como o Coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, José Humberto Arruda, o número expressivo de possíveis contaminados levanta a suspeita de que o que está circulando é um novo vírus. “Tem municípios já que já fizeram o isolamento desse vírus então, a gente crê que tem um vírus novo circulando e como a população não tem resistência, fica todo mundo suscetível. A dengue [é transmitida por] 4 virus diferentes e alguns são mais raros. A epidemia que nós tivemos em 2015 foi pelo Tipo 1. Esse que estou citando agora, é o Tipo 2. Eles ficam alternando. Isso contribui muito com o aumento dos casos”, explica o coordenador.
 
O balanço final do Liraa deve ser divulgado amanhã, mas os primeiros levantamentos apontaram os bairros Guarani, Tocantins, Luizote de Freitas , Taiamam  e Jardim Brasília com o maior número de notificações. Arruda explica que isso não significa que o levantamento trará um valor alto de manifestação do mosquito nestes lugares. “Tem bairros com infestação alta mas que não está a alta o índice de notificação, isso é relativo”, comenta Arruda. 
Em todo o estado, há 12.323 notificações, sendo que duas mortes estão sobre a análise com a possível confirmação da doença.
 
FUMACÊ

Desde ontem os bairros mais notificados estão recebendo o fumacê. A estratégia do Centro de Controle de Zoonozes é de soltar o veneno a cada dois quarteirões. O horário para o trânsito do veículo com o fumacê também é determinado pelo comportamento do aedes: sempre no início da manhã e no final da tarde, quando eles passam de um foco para outro. Questionado sobre os malefícios do veneno utilizado, José Arruda informou que há sim possibilidade de que a ação afete outros insetos, mas que o impacto ambiental é pequeno se comparado com o benefício causado. Até o momento apenas um carro está fazendo o serviço que deve continuar nas próximas semanas.

Ambos os coordenadores que atuam na prevenção ao mosquito, José Arruda e Rosana Gervásio, atribuem a dois fatores o aumento do número de casos. O tempo chuvoso, com oscilações de intenso calor, característicos do verão e a falta de consciência da população que continua mantendo pontos de acúmulo de água parada, ambiente ideal para a reprodução do vetor, em ambientes domésticos. “O grande problema disso tudo é que banalizaram a doença”, reforça Rosana Gervásio.

MUNICÍPIO                                        2018           2019
Abadia dos Dourados 1 0
Araguari 3 73
Araporã 6 3
Cascalho Rico 0 0
Coromandel 0 1
Douradoquara 0 0
Estrela do Sul 0 4
Grupiara 0 0
Indianópolis 0 1
Iraí de Minas 1 0
Monte Alegre de Minas 3 1
Monte Carmelo 2 61
Nova Ponte 2 5
Patrocínio 0 13
Prata 0 95
Romaria 0 0
Tupaciguara 5 2
Uberlândia 113 1.130

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