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20/01/2019 às 01h34min - Atualizada em 20/01/2019 às 01h34min

Blocos devem animar o Carnaval de Uberlândia

Ao menos vinte eventos organizados por foliões estão programados para os quatro dias de feriado na cidade

MARIELY DALMÔNICA
Foto: Divulgação

Existe aquele ditado que diz que o ano só começa depois do Carnaval. Em Uberlândia, por falta de verbas, o tradicional desfile de escolas de samba segue suspenso em 2019, mas alguns foliões decidiram fazer uma programação “não oficial” para entrar no segundo trimestre de 2019 com bastante alegria. Cerca de vinte bloquinhos alternativos estão confirmados, com começo programado para o fim de fevereiro.

Diante do quadro de dificuldade financeira no Município, a Secretaria de Cultura da cidade não irá investir em uma festa para os moradores, segundo a secretária da pasta, Mônica Debs. “Haverá um carnaval, que está sendo realizado por pessoas independentes com o apoio do poder público. Tudo está no nome deles [dos organizadores], a segurança é responsabilidade de cada um dos blocos. Estamos auxiliando com energia, espaços públicos e tablados de madeira que servirão de palco”, disse.

De acordo com a secretária, faltam apenas alguns passos para fechar o Carnaval de 2019 na cidade. A próxima reunião envolverá a comissão que trata dos eventos, o Corpo de Bombeiros e o Ministério Público. “Está mudando, agora temos um outro formato do Carnaval de rua. Está sendo uma boa alternativa em cidades grandes”, disse Mônica Debs.

Em julho do ano passado, a Prefeitura abriu um edital para os blocos se cadastrarem. Dos cerca de 20 blocos programados para o feriado, apenas parte deles procurou a Secretaria de Cultura. Luiz Gustavo Miotto, um dos fundadores do Abre Alas, coletivo que está por trás de quatro blocos de Uberlândia, se inscreveu nesse edital, e mesmo sem uma cobertura de despesas do município, manteve o planejamento de pé. “Levamos essa demanda até a Secretaria de Cultura e ficamos muito contentes quando eles publicaram um edital para credenciamento. Foi nossa primeira conquista concreta na direção de uma gestão pública orientada a nossa demanda”, afirmou Luiz Gustavo.

O coletivo surgiu depois dos blocos de rua realizados em 2017 e 2018. Para este ano, a proposta é a mesma: mostrar que, antes, as pessoas viajavam para fora de Uberlândia não porque o Carnaval de outros lugares é melhor, mas sim porque faltava opção de folia na segunda maior cidade de Minas Gerais. “A quantidade de pessoas presentes no ano passado foi surpreendente. Fizemos uma festa muito bonita e sem qualquer tipo de confusão”, afirmou o organizador.

Neste ano, o Karnaval não oficial do Udão, organizado pelo Abre Alas, contará com dois blocos do último ano, o do Pexim, realizado no Teatro Municipal, e o Corpo Sensual, na praça Clarimundo Carneiro. Dois novos blocos carnavalescos também vão estrear neste ano, segundo o organizador. O Brilha Brilha Espassim acontecerá no pátio do Antigo Fórum, local inédito na realização de eventos culturais, e o Pedaladão, que reunirá ciclistas e passará por áreas mais favoráveis e centrais de Uberlândia.

REGIÃO
Municípios ainda estudam realização da festa

Com dificuldades para quitar as contas, principalmente pelos atrasos nos repasses de verbas estaduais, municípios da região ainda estudam a realização do Carnaval em 2019. Nos últimos anos, a principal festa do calendário nacional foi cancelada em boa parte das cidades do Triângulo.

Assim como Uberlândia, Araguari é uma das poucas cidades que já bateu o martelo na questão. Pelo terceiro ano consecutivo, não haverá Carnaval no município em virtude dos problemas financeiros e da falta de repasses do estado, segundo o presidente da Fundação Araguari de Educação e Cultura de Araguari (Faec), Rafael Guedes.

O município de Prata, por sua vez já iniciou os preparativos para a festa desde o início da semana passada. O prefeito Anuar Arantes divulgou em sua página no Facebook que o CarnaPrata acontecerá entre os dias 1º e 5 de março, na praça XV de Novembro. A estrutura contará com dois palcos do tipo geospace (em formato de concha) e terá bandas de axé e de samba, cantores sertanejos, tenda eletrônica, DJs e uma praça de alimentação.

A prefeitura de Monte Alegre de Minas colocará o assunto em pauta apenas na próxima semana, segundo o chefe de gabinete Elpídio Cavalcante. Nos últimos dois anos, a cidade também não bancou a festa de rua.

O município de Campina Verde também está estudando as possibilidades de realizar sua festa de rua. Segundo a secretária de Cultura da cidade, Mariana Rezende, a prefeitura terá um posicionamento apenas na próxima semana.

O carnaval de Nova Ponte só será definido em meados do próximo mês, de acordo com Eduardo Pereira, secretário de Cultura, Turismo e Esporte. Como a dívida do estado é alta, o município está priorizando investimentos no transporte e na educação. “Mas estamos fazendo um levantamento, existe uma expectativa, economizamos para isso”, afirmou.

Monte Carmelo não realiza o evento carnavalesco desde 2017, mas neste ano as coisas podem ser diferentes, segundo o diretor da Casa da Cultura, Murilo Naves. “Não temos nada fechado, mas acredito que vamos conseguir. Temos que resgatar isso do zero e levantar um recurso para não passar em branco”, afirmou.

O Carnaval de Ituiutaba, conhecido por adicionar o sertanejo universitário nos blocos de rua, está há cinco anos sem ser realizado. O Diário de Uberlândia entrou em contato com a prefeitura da cidade, mas ninguém se manifestou sobre a realização do evento. Também não se manifestaram as prefeituras de Coromandel e Rio Paranaíba.

A reportagem não conseguiu contato com as prefeituras de Indianópolis e Tupaciguara.

BELO HORIZONTE
Capital terá mais de 500 blocos neste ano

Em 2018, quatro milhões de pessoas participaram dos 420 desfiles de blocos de rua na capital do estado e, neste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte espera por um crescimento de público de 20%. O evento já conta com 590 blocos de rua cadastrados, que farão cerca de 700 desfiles no período oficial do Carnaval de Belo Horizonte. Segundo a prefeitura, a programação será destinada a todos os públicos.

Alguns blocos do Carnaval de Belo Horizonte nasceram para homenagear artistas famosos. O Ziriguidum Stardust reúne sua bateria para executar os clássicos de David Bowie, enquanto o Chama o Síndico embala sucessos de Tim Maia e Jorge Ben, o Toca Raul homenageia Raul Seixas e o Filhos de Clara revive Clara Nunes.

No ano passado, o É o Amô levou mais de 120 mil foliões amantes do sertanejo de raiz para o coração da Savassi. O bloco mistura o sertanejo dos anos 80 e 90 com bateria de Carnaval.

Ainda no ano passado, a cultura do hip hop, do rap e do funk também ganhou lugar no Carnaval de Belo Horizonte com o bloco Carnarap.

O bloco Todo Mundo Cabe no Mundo acolhe pessoas com deficiências de todos os tipos. A ideia é que todos têm direito de ser feliz.

O Afoxé Bandarerê, Afro Magia Negra, Afrodum, Thirey Afoxé Ilê Odara são blocos afros. A Alcova Libertina e o Bloco dos Camisa Preta são destinados aos roqueiros. O Magnólia, o Sou Jazz Bloco e o Bloco Fúnebre tocam jazz. O Blocão é para quem deseja levar o cachorro como acompanhante. Alô Abacaxi e Garotas Solteiras são conhecidos pela defesa da causa LGBT. O Sagrada Profana e o bloco Bruta Flor reforçam o empoderamento feminino. O Pisa na Fulô, Baião de Rua, Forrozeiros de Rua são destinados aos forrozeiros. O Unidos de Guadalupe e o Bloco Se Joga são para os religiosos.

O Padecendo no Paraíso, o Circo Marimbondo Show, o Fera Neném, o Bloco dos Super Heróis, o Bloco da Bolinha Preta, o Bloquim Dubem, o Ser criança é ser feliz e o Bloco PufTictá são destinados às crianças.


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