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18/01/2019 às 07h52min - Atualizada em 18/01/2019 às 07h52min

Preço de legumes, frutas e verduras sobe até 220%

Chuvas e entressafra são responsáveis pelo aumento em Uberlândia

VINÍCIUS LEMOS
Período também compromete a qualidade dos produtos e provoca a falta de diversos itens na Ceasa de Uberlândia | Foto: Vinícius Lemos
Legumes, frutas e verduras que sofrem com as chuvas tiveram variações de até 220% nos preços entre o fim do período seco e o mês de janeiro, de acordo com valores cotados pelo Diário de Uberlândia via Ceasaminas. Há ainda produtos em entressafra que naturalmente têm os valores elevados, a exemplo da banana. Entre o repasse dos comerciantes e os altos custos apontados pelos produtores, o consumidor tenta se esquivar dos preços mais caros. Para os próximos meses, a expectativa é de recuo nos valores da maior parte dos produtos.

O campeão de aumento foi o jiló comprido, cuja caixa de 17 kg foi comercializada a R$ 80, ontem, na Ceasaminas. No início de outubro, o preço do mesmo produto ficou em R$ 25. A segunda maior flutuação foi a caixa de 16 kg da banana prata, que ontem estava a R$ 35, mas no final do período de estiagem era vendida a R$ 12 na central de abastecimento em Uberlândia, ou seja, uma variação de 190% nos preços.

O chuchu foi outro destaque de reajuste. Há cerca de 100 dias, o valor da caixa de 23 kg era de R$ 30. Ontem, o produto foi vendido a R$ 80, o que atesta variação de 166%. Abobrinha comum, banana nanica e maçã, couve, couve-flor, mamão havaí, uva niágara e tomate também são outros produtos que tiveram aumento de preços nos últimos três meses. As variações foram de 12% a 77%, a depender do produto e da embalagem.

“É um período em que a mercadoria fica comprometida, inclusive na qualidade. Muitos produtos desses têm flor em sua produção. Com o excesso de chuva, aquela flor acaba abortada por podridão, o que reduz a produção na lavoura. Isso faz com que falte produto aqui na Ceasa e o preço acaba por subir significativamente”, disse o orientador de mercado da Ceasa, Eder Júlio de Jesus.
 
REPASSES
 
O produtor de banana Eurondes Coelho, de Canápolis, explicou que os custos neste período são altos, mas que os compradores e a população não têm noção disso. Dessa forma, para não prejudicar as vendas, os valores, mesmo mais altos, ficam abaixo do que deveriam ser. “A Pedra [local de venda na Ceasa] já foi R$ 8,50 e hoje custa R$ 100. Quando o produto baixa 200%, ninguém sabe o que fazemos para nos virar. Mão de obra, insumos, transporte são os custos mais altos”, disse. Nos cálculos do produtor, a caixa de banana maçã deveria ser vendida a R$ 170, caso fosse possível repassar todos os custos. “Hoje estou vendendo R$ 60”, explicou.

Produtor de tomate em Araguari, Mozart Vaz Ferreira contou à reportagem que as vendas e a produção diminuíram. “Você colhe até 500 caixas por dia de tomate na seca, mas nas águas não passa de 200 caixas. Com o preço mais alto, as pessoas que levam dez caixas, às vezes levam cinco”, afirmou.
O comprador Jorge Buzzo espera que nas próximas semanas alguns produtos recuem os preços. “Mais uma semana e o chuchu fica mais barato. O jiló começou a cair e deve cair mais, mas os custos nós temos que repassar para o cliente. Só fica no mercado quem trabalha certo. Você tem que ter jogo de cintura com seu cliente e orientar a fazer uma conta melhor”, afirmou.
 
INFLAÇÃO
 
A alimentação, no ano de 2018, foi o quarto grupo com maior acúmulo de inflação em Uberlândia. Segundo o acompanhamento do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes-UFU), houve uma variação de 2,89%. Contudo, o peso do grupo na pesquisa faz com que a alimentação seja um dos maiores gastos para a população de Uberlândia.
 
PREÇO BOM
 
O orientador da Ceasaminas em Uberlândia, Eder Júlio de Jesus, contudo, chama a atenção para as raízes, cujos valores estão em baixa e podem ser uma opção para compradores e consumidores finais. Cará, inhame e mandioca são produtos mais em conta no momento.

Outros produtos tiveram variações negativas ou mantiveram preços desde o final de 2018. Os melhores exemplos são a alface, cujo preço caiu em 33% nos últimos 100 dias, a laranja pera, que teve redução de 30%, além morango e maracujá. As uvas brasil, benitaka, itália e rubi também tiveram redução nos valores de comércio entre 12% e 30%. O pepino teve o preço mantido.
 
 
 
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