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11/01/2019 às 07h55min - Atualizada em 11/01/2019 às 07h55min

A maioridade chega a duras penas

História do GruPontapé de Teatro, de Uberlândia, é contada em livro honesto que não maquia obstáculos

ADREANA OLIVEIRA
Grupontapé de Teatro durante o lançamento do livro em Uberlândia com a presença do autor Eduardo Moreira | Foto: Michele Nogueira/Divulgação
Empreender é uma palavra da moda, mas poucos são realmente empreendedores. Empreender na arte é quase uma missão quase impossível, até mesmo utópica. Uberlândia tem entre suas histórias uma que envolve empreendedorismo e arte iniciada há 23 anos por um grupo de amigos apaixonados pelo fazer teatral. “GruPontapé: a construção de uma maioridade” (214 páginas, R$20) traz a história do grupo uberlandense de teatro escrita por quem entende do assunto, Eduardo Moreira, do premiado Grupo Galpão, de Belo Horizonte (MG).

Ricamente ilustrada e com entrevistas de boa parte dos envolvidos nessa história, a obra ultrapassa a simples biografia “chapa branca” com um texto honesto e que não maquia os obstáculos como saídas de integrantes de forma conflituosa e um ponto que sempre perseguiu a existência do grupo, algo que muitos devem conhecer como teatro institucional.

Durante anos o GruPontapé viveu e sobreviveu com o que denominou de teatro aplicado. Peças desenvolvidas para empresas de médio e grande porte consumiam praticamente todo o tempo do grupo que levou alguns anos até conseguir estrear seu primeiro espetáculo realmente artístico.

E tudo é aprendizado. No Livro, Eduardo traz entrevistas com as personagens que fizeram e fazem parte dessa história. Algumas com breves passagens, outras que entraram no meio do caminho e aquelas que são suas maiores forças desde os primeiros dias “As Kátias” Lou e Bizinotto.

O que pouca gente sabe é que o GruPontapé chegou a vislumbrar uma mudança para São Paulo, onde os integrantes chegaram a viver por dois anos, mas as circunstâncias trouxeram o grupo à sua cidade natal, até hoje carente em investimentos na arte.

No DNA do Grupontapé está a busca pelo viver do teatro e pelo teatro. A subsistência sempre foi um ponto discutido dentro do grupo. A entrada do produtor Rubem dos Reis, que trocou São Paulo por Uberlândia tamanha sua identificação com os artistas mineiros, foi algo que favoreceu o amadurecimento do grupo como uma verdadeira empresa.

Com o passar dos anos o grupo se reinventou e hoje está conectado com a Economia da Cultura e com políticas públicas não só em benefício próprio, mas também visando contribuir com o cenário artístico não só local como também nacional.

POR AÍ

“GruPontapé - A construção de uma maioridade” teve evento de lançamento em Uberlândia no final de novembro e em São Paulo em dezembro. Com a publicação, seus atores e diretores pretendem registrar e difundir a trajetória do Grupontapé e inspirar outros grupos e pessoas. Com uma tiragem de 2 mil exemplares, a obra foi aprovada pela Lei Rouanet, que viabilizou a impressão de mil cópias, das quais 50% vão ser doada a bibliotecas, instituições ligadas a artes e educação e para alunos de escolas e ONGs. O projeto prevê também que cinco palestras com os integrantes do Grupo voltadas para adolescentes e jovens com o tema “Viver do que gosta, o melhor caminho!”.

FICHA TÉCNICA

GruPontapé - A Construção de uma Maioridade
Pronac: 14.120-64 - Lei Rouanet
Autor: Eduardo Moreira
Pesquisa: Irley Machado
Revisão de Texto: Trema Assessoria em Comunicação Ltda
Coordenação Gráfica e Editorial: Lúcia Nemer e Martuse Fornaciari [NFD]
Programação Visual: Lúcia Nemer e Martuse Fornaciari [NFD]
Diagramação: Fábio de Assis [NFD]
Coord. Adm-Financeira e Ass. Jurídica: Katia Bizinotto
Assistentes: Juliano Rodrigues (in memoriam), Juliana Nazar e Cássio Machado
Motoboy: Eliene Ricardo Ferreira Gomes
Assessoria de Imprensa: Érica Magalhães – MF Comunicação
Produção Executiva: Rubem dos Reis
Coordenação de Pesquisa: Grupontapé
Coordenação de Produção: Balaio do Cerrado Produções Culturais
Coordenação Geral do Projeto: Grupontapé
Captação de Recursos: Balaio do Cerrado Produções Culturais
Imagens do livro: Thaneressa Lima, Ninguém dos Campos, Ricardo Borges, Douglas Luzz, Vinícius Carvalho, Rafael Michalichem e Arquivo do Grupontapé.
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