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21/12/2018 às 07h58min - Atualizada em 21/12/2018 às 07h58min

Família de Aécio é alvo de mandados de busca

Intenção era coletar provas que esclareçam indícios de lavagem de dinheiro e corrupção

FOLHAPRESS
A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã de ontem três mandados de busca e apreensão em endereços ligados à família do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A ação, nova fase da Operação Ross, deflagrada na semana passada, foi autorizada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal. O objetivo da operação, segundo a polícia, é coletar provas que esclareçam indícios de lavagem de dinheiro e corrupção.

Um dos endereços alvo de busca é de Inês Neves da Cunha, mãe de Aécio, no bairro do Sion; outro, é o apartamento de Frederico Pacheco, primo de Aécio, que já foi alvo da PF no ano passado; o terceiro é a sede da empresa Albatroz. O inquérito apura os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Grupo J&F - holding controladora da JBS - teria repassado cerca de R$ 110 milhões a Aécio e parte do valor teria sido distribuído para 12 legendas que o apoiaram na disputa presidencial contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.

As investigações da PGR apontam que parte do dinheiro foi entregue em espécie a Aécio, enquanto outra parte dos repasses foi feita por transferência bancária e pelo pagamento de serviços simulados.

É a segunda vez neste mês que parentes do senador (e futuro deputado federal) são alvos de uma operação da polícia. A primeira foi no dia 11 de dezembro, quando a Operação Ross foi até imóveis ligados ao senador e à irmã dele, Andréa Neves, para coletar provas em mandados de busca e apreensão. De acordo com a Polícia Federal, a Operação Ross esteve atrás de documentos relacionados a uma emissão de notas frias, que a PF suspeita que encobririam uma suposta propina de R$ 128 milhões paga pela JBS para o tucano de 2014 a 2017. A Operação Ross também teve como alvo o deputado Paulinho da Força (SD-SP).
 
OUTRO LADO
 
A defesa do senador Aécio Neves disse que soube das buscas na residência da mãe dele com surpresa e indignação e considerou a ação da polícia desnecessária. "Uma completa desnecessidade e descabimento da medida, pela total desvinculação de sua mãe com os fatos apurados." Segundo o advogado de defesa de Aécio Neves, Alberto Zacharias Toron, o mandado de busca foi motivado por uma denúncia anônima de que o imóvel de Inês Neves da Cunha, mãe de Aécio, teria recebido caixas com documentos no dia da operação Ross. "Esse relato é mentiroso."

"É lamentável que a intimidade de uma senhora seja afrontada dessa forma, sem que haja nada que justifique. A empresa Albatroz foi fechada há vários anos, sendo, portanto, incompreensível o pedido de busca."

A defesa do senador Aécio Neves afirma que o senador sempre esteve à disposição de todas as autoridades. "Ele é o maior interessado na elucidação dos fatos."

"Por fim, aguardamos a finalização célere das investigações para que fiquem provadas, de uma vez por todas, as falsas e convenientes acusações feitas por criminosos confessos que ensejam esse inquérito", declarou Toron.
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