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14/12/2018 às 08h42min - Atualizada em 14/12/2018 às 08h42min

Um museu de grandes novidades

Equipe da Nós Projetos apresenta a nova versão de portal com histórias exclusivas de Uberlândia

NÚBIA MOTA
Celso Machado, Adriana Sousa e Lucas Capral trabalharam juntos na nova versão do Museu Virtual de Uberlândias | Foto: Nubia Mota
O escritor britânico Benjamin Disraeli tem uma frase que resume bem o trabalho de resgate histórico do publicitário Celso Machado e sua equipe da Nós Projetos: "O maior bem que você pode fazer pelo outro não é somente dividir suas riquezas, mas revelar a ele as dele."  Ontem, em um café da manhã realizado no Teatro de Bolso do Mercado Municipal, foi apresentada a nova versão do Museu Virtual de Uberlândia, uma ferramenta disponibilizada para revelar à população, assim como foi dito por Disraeli, a rica memória dessa cidade de 130 anos.
 
O Museu Virtual foi criado em 2005, ficou por 1 ano fora do ar e agora volta com novo fôlego e nova cara, por meio do incentivo do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia (PMIC). Hoje, navegando pelo site, o usuário já terá acesso a vídeos, fotografias e publicações. Entre os vídeos, tem, por exemplo, uma entrevista exclusiva com o professor da UFU Warwick Estevam Kerr, o maior especialista em genética de abelhas do mundo, falecido há 3 meses aos 96 anos. “Com 5 anos de idade, eu ganhei uma colmeia do meu pai de uma abelha chamada mandaçaia. Quando a gente estuda abelha, a gente aprende um monte de coisa, entre elas que as abelhas são poucos estudadas”, disse ele em um dos trechos da entrevista concedida em 2009 a Celso Machado.
 
Ainda no acervo particular de Celso, existem fitas de 40 a 30 anos atrás e o grande trabalho da equipe foi o de assistir a essa imensidão de vídeos, separar e classificar os conteúdos. Nessa primeira etapa, mais de 400 vídeos e imagens já foram disponibilizados. Os vídeos digitalizados foram também migrados para o Youtube. O acervo rendeu outras duas plataformas de conteúdo. A primeira é o programa de TV Uberlândia de Ontem e Sempre, criado em 2005, exibido aos domingos, às 10h30, na TV Paranaíba. A segunda é o Almanaque Uberlândia de Ontem e Sempre, publicado semestralmente desde em 2011 e está na 15ª edição. “O Celso é um arquivo vivo. Essa preocupação dele da valorização das memórias, daquilo que o outro tem para contar é de suma importância. Não tenho conhecimento de outro museu virtual assim em outra cidade”, disse Mônica Debs, secretária municipal de cultura.
 
Muita coisa, o publicitário nem se lembrava mais que tinha.  Do programa Close, apresentando pelo jornalista Olívio Calábria na década de 80, traz registros únicos dos mestres Capela e Lotinho, que marcaram a história do carnaval uberlandense. Anda tem as entrevistas  com o radialista Alfredo Paniago Rodrigues, o Alfredinho, apelidado o deputado do sertão e que acompanhou o surgimento do rádio na cidade, do empresário Genésio de Melo Pereira, criador da faculdade de engenharia da UFU e do médico Domingos Pimentel de Ulhôa, entre outros. A intenção é abastecer ainda mais o portal gradativamente. “É um material de pesquisa disponível e acho que vai ser de muita utilidade, especialmente para alunos e para quem, assim como nós, é apaixonado por Uberlândia. Pelo pique nosso, acho que esse Museu tem começo, mas não tem fim”, afirmou Celso Machado.
 
No site, foram criadas salas, onde serão separados os assuntos por temas. Agora, já é possível acessar a sala Grande Otelo, Maria Inês Mendonça, Pena Branca e Xavantinho e Nininha Rocha. A sala dedicada a pianista falecida há menos de um mês traz um vídeo dela tocando o clássico “Unforgettable”, de Nat King Cole, no Uberlândia Clube, acompanhada pelo contrabaixista Sérgio Melazzo. O vídeo foi exibido há 26 anos no programa Close. Outras salas serão criadas ao longo do tempo.
 
A jornalista Adriana Sousa, coordenadora do projeto do Museu Virtual de Uberlândia, disse que a participação da população é importante. Além de acessar os conteúdos, a intenção é que as pessoas doem fotos, vídeos e outros materiais guardados em casa. “Se tem uma história bacana da sua família, queremos conhecer. Assim como o Celso tem o acervo privado, acho que mais com mais de 5 mil fitas, deve ter muita gente que tem foto, jornal e revista em casa”.
 
Ainda de acordo com a jornalista, não é de conhecimento da equipe nenhum museu contando histórias de uma mesma cidade. “Quando o Celso começou a fazer esse material, era possível falar com filhos de quem chegou aqui primeiro. Esse fato de ser uma cidade jovem ajuda muito. É uma cidade jovem que preserva a história documental, mas não preserva a história arquitetônica. Já a memória oral, só nosso projeto tem”, afirmou Adriana.
 
 
O Museu Virtual de Uberlândia pode ser acessado pelo endereço:
www.museuvirtualdeuberlandia.com.br
 

 
 
 
 
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