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07/12/2018 às 06h54min - Atualizada em 07/12/2018 às 06h54min

Casa de Apoio precisa de doações para sobreviver

Mesmo com muita ajuda de 12 voluntários, as despesas mensais chegam a R$ 3.500

MARIELY DALMÔNICA
Estela diz que a casa deverá receber ajuda de prefeituras, mas ainda não sabe quanto | Foto: Mariely Dalmônica
Há dois anos e sete meses, 17 pessoas se juntaram para montar a Casa de Apoio ao Estrelassulense, que recebe diariamente cerca de 30 pacientes que vem para Uberlândia fazer consultas e outros procedimentos no Hospital de Clínicas e no Hospital do Câncer. A casa, que foi criada para receber moradores de Estrela do Sul, hoje também acolhe pessoas de Cascalho Rico, Grupiara e outros municípios.

“Antigamente o pessoal chegava em Uberlândia e não tinha onde ficar, não tinham dinheiro, porque essas cidades não geram emprego. Aqui é o ponto de apoio de todos. Todos os móveis que temos foram doados e comida também não costuma faltar”, afirmou a vice-presidente do grupo, Estela Maris Campillay. Mesmo com a ajuda de 12 voluntários e com muita doação de alimentos, a casa ainda precisa de ajuda para quitar as despesas mensais, que chegam a R$ 3.500. “Nós pagamos aluguel, água, luz, internet, gastamos até quatro botijões de gás por mês. Não temos ajuda de nenhuma prefeitura, mas vamos receber uma subvenção das três cidades [Estrela do Sul, Cascalho Rico e Grupiara], só não sabemos o valor que eles vão repassar”, afirmou Estela.

Segundo a vice-presidente, o grupo realiza bazares e bingos para arrecadar dinheiro e pagar as despesas da casa. “Todo mês fazemos algo, porque a doação está muito baixa, no dia 16 de dezembro vamos realizar um bazar em Grupiara.” A Casa de Apoio também conta com um bazar fixo, que vende roupas para adultos e crianças por R$ 5. A residência fica na avenida Levino de Souza, 1688, no bairro Umuarama.
 
PACIENTES
 
José Pereira é de Estrela do Sul e conhece a Casa de Apoio desde a fundação. “Venho aqui direto. A melhor coisa que existiu para nós foi essa casa. Tempos atrás passávamos muita fome, a gente não bebia nem café, ficava só na porta do hospital”, disse José, que descobriu um câncer há cinco anos e atualmente vem a Uberlândia apenas para fazer acompanhamento.

Antes de voltar para casa, Donizete Rosa e a esposa, Luzia Maria de Oliveira, sempre aguardam a van da Prefeitura de Estrela do Sul na Casa de Apoio. “Venho aqui [na Casa] desde quando abriram. Antes a gente ficava no sol e na chuva, agora é uma beleza. Tenho vários problemas de saúde, às vezes venho fazer consulta, outras, tirar sangue”, disse Donizete.

“A gente vem de mês em mês. Sempre que posso acompanho ele, mas quando é para buscar o remédio, ele vem sozinho e espera aqui [na Casa]”, disse Luzia Maria.

Marcelo Salgado é de Gameleira, outro município de Minas, e vem para o Hospital do Câncer todos os dias para tratar o câncer na laringe. “Agora vou vir 40 dias seguidos para fazer a radioterapia. Quando chego aqui sou muito bem recebido, tratam a gente muito bem e dão um almoço bem caprichado”, afirmou.
Aparecida Mendes, esposa de Marcelo, viaja todos os dias para Uberlândia para acompanhar o marido, e quando chega em casa vai logo para o trabalho. “Sou cozinheira, começo a trabalhar 18h30. Meus patrões são muito bons, quando não consigo ir trabalhar, me dizem para ficar tranquila”, disse Aparecida, que é cozinheira em Gameleira.
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