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25/09/2018 às 18h37min - Atualizada em 25/09/2018 às 18h37min

População pede solução para MGC-452

Cruzamento com AMG-1110 é conhecido por série de acidentes graves; último deles foi no sábado

VINÍCIUS LEMOS
No último sábado (22), acidente entre veículo e caminhão causou a morte de duas pessoas | Foto: Reprodução/Via Drones
Após o acidente que matou dois jovens no cruzamento da rodovia MGC-452 com a AMG-1110, que dá acesso a um setor de chácaras, durante o fim de semana, o governo mineiro passa a ser pressionado para resolver problemas de sinalização no local. Uma reunião feita nesta terça-feira (25) entre representantes de chacareiros e da Câmara de Uberlândia com o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG), além de uma manifestação a ser realizada durante o fim de semana, são as primeiras ações, após o último acidente, para cobrar melhorias. Assine o abaixo-assinado. O Departamento disse ao Diário de Uberlândia que deslocou equipes para avaliar o trecho, conhecido pelo risco que leva aos motoristas que trafegam por ali.

No sábado (22), o carro dirigido por Paulo Felipe Guimarães, de 25 anos, bateu de frente com um caminhão carregado com 5 toneladas de preservativos. Tanto o motorista do automóvel, quanto a namorada dele, Aline Francisca Barcelos Costa, de 19 anos, morreram. O jovem tentou fazer uma conversão saindo da rodovia MGC-452 para acessar a via que leva à chácara da família dele, onde acontecia as comemorações de aniversário da mãe de Guimarães. O caminhão pegou fogo, mas o motorista conseguiu sair antes das chamas destruírem o veículo.

Segundo o médico veterinário Uécio Gomide dos Santos, que tem propriedade próximo ao cruzamento, que fica a cerca de 12 km da saída de Uberlândia, o trecho tem sinalização ruim e não apresenta segurança para acesso. Ele passa pelo local pelo menos duas vezes por semana e já quase se envolveu em um acidente. “A velocidade máxima seria de 80 km/h no local, mas não tem mais placas lá”, afirmou.  A solução, segundo ele, deveria vir com a construção de um trevo, mas o custo de R$ 3 milhões é um impeditivo diante das condições financeiras do Estado de Minas Gerais, responsável pela MGC-452.

REUNIÃO

O valor foi apresentado durante reunião feita entre Uécio Gomide e o presidente do Legislativo Municipal, vereador Alexandre Nogueira (PSD), com o chefe da coordenadoria regional do DEER, Danilo Porto, o qual informou que uma solução mais rápida e possível neste momento seria a instalação de radares nos dois sentidos da rodovia, com velocidade máxima de 40 KM/h. 

“Segundo informações extraoficiais, já morreram 11 pessoas nos últimos acidentes no local. No passado, já foi feita uma proposta entre Prefeitura, Ambev [empresa instalada no trecho] e Estado. Era para fazer o trevo, mas não conseguiram levar para frente. Vamos mexer nisso de novo”, disse Uécio dos Santos.

O chacareiro organiza junto a familiares e amigos dos jovens que morreram no acidente do fim de semana uma manifestação no próximo sábado (29), no cruzamento da MGC-452 com a AMG-1110. O objetivo é chamar atenção para a quantidade de acidentes graves no local e pedir solução para os problemas de segurança do trecho.

Outro acidente grave aconteceu no local em fevereiro deste ano, quando uma mulher perdeu o controle do carro que dirigia, próximo ao cruzamento, e atropelou cinco pessoas, deixando dois feridos e três mortos.



ESTADO

Por meio de nota, o DEER-MG informou que uma equipe “realizou vistoria no local na manhã desta segunda-feira (24) para avaliação das condições de segurança viária e posterior elaboração de um projeto, se necessário.” 

Não foram dados prazos para obras, nem as conclusões dessa vistoria. O Diário ainda procurou o Governo do Estado para saber quantos acidentes foram registrados no cruzamento, mas a Secretaria de Segurança Pública informou não ser possível filtrar as ocorrências por trecho, apenas por Município.

CUIDADOS

O comandante da 9ª Companhia de Polícia Militar Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário (CiaMAT), major Davi de Brito Júnior, explicou que o local exige cuidado do motorista por conta do movimento e da necessidade de atravessar a rodovia para acessar a via transversal. “Para fazer a conversão, é necessário ir para o acostamento, sinalizar, observar a via nos dois sentidos e fazer a transposição só quando houver segurança”, afirmou.

Ele lembrou que muitos condutores trafegam com excesso de velocidade pela MGC-452 e que isso é outro fator de risco. O comandante ressaltou que a Polícia Rodoviária Estadual faz policiamento preventivo e operações pela rodovia, mas que muitos acidentes estão ligados à falta de atenção e, por vezes, à negligência ou imperícia.

A MGC-452 está sob a responsabilidade do Estado, em específico entre os KM 139 e KM 177, que ficam sob a vigilância da Polícia Militar Rodoviária, ligada à 9ª Cia MAT. A rodovia já foi federal, depois foi delegada à Polícia Militar e hoje é estadual.
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