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22/09/2018 às 06h00min - Atualizada em 22/09/2018 às 06h00min

Risco de dengue aumenta com estação chuvosa

NÚBIA MOTA
Agentes também fazem vistorias em imóveis fechados com a parceria de imobiliárias | Foto: Marco Crepaldi/Secom/PMU
Neste sábado (22), às 22h54, começa a primavera, que põe fim a estiagem e dá início a uma estação mais chuvosa e quente. Duas condições favoráveis para proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus da dengue, zika e chikungunya. Os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver por cerca de 1 ano em local seco, enquanto esperam o período de chuvas para formar novas larvas. 

Por isso, não se pode perder mais tempo para limpar as casas e os ambientes de trabalho. Os agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) estão na rua diariamente para conscientizar a população, e têm encontrado vários focos onde podem acumular água, além da resistência de moradores que não querem abrir a porta. Em Uberlândia, até agosto deste ano, houve 1.421 casos de dengue confirmados, 7 de chikungunya e 6 confirmações de zika.  Não houve mortes. 

O coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, José Humberto Arruda, lembrou que o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado em agosto com registro de 1%, mostrou que 81% dos criadouros do mosquito estavam dentro de casa, principalmente nos ralos (21,1%), nas caixas de passagem (9,9%), plantas na água (8,1%), pratos que sustentam as plantas (7,4%) e em vasos de plantas (6,8%), todos alimentados com água de torneira, ou seja, pelo próprio morador. 

“Esse 1% representa índice de controle, mas é um índice de seca e quando chover, tende a aumentar. Até a condição de limpar o quintal no período de chuva é mais difícil. Mas independente de clima, é preciso que o morador tenha uma conduta e jogue no lixo garrafas e frascos. Temos uma quantidade muito grande de gente acumulando material no quintal. Guarda, por exemplo, um sofá velho no fundo de casa, na esperança de que vai usar um dia. Esse apego precisa ser repensado”, afirmou Arruda.

Entre as 14 ações de combate ao mosquito transmissor, os agentes do CCZ coletam cerca de 22 mil pneus por mês em borracharias, mantém as visitas domiciliares com 160 agentes, monitoram o ambiente em que vivem as pessoas infectadas, além de disponibilizar outro contingente de servidores para ir às empresas, em pontos estratégicos, como ferros-velhos, nas universidades, entre outros. Sem contar os trabalhos intensificados em imóveis fechados para aluguel ou venda, com a parceria de imobiliárias, e a inserção do peixe lebiste nos locais que não podem ser tratados com larvicidas, tais como piscinas, fontes e tanques de decantação. 

“Fazemos ações de rotina diariamente, mas o maior problema é o comportamento das pessoas, que deixam a piscina cheia e vão viajar, deixam embalagens no quintal, vasos de planta. Informação tem, mas é preciso ter atitude. Colocamos a culpa no vizinho, mas precisamos olhar nosso quintal”, disse o coordenador do Programa de Controle da Dengue.

Além do descuido do cidadão, outro problema enfrentando pelo CCZ é a dificuldade de acesso aos imóveis. Em grande parte dos casos, segundo Arruda, o morador se nega a abrir a porta ou receber os servidores da Prefeitura, treinados para identificar situações alheias a um cidadão comum. “No caso de dificuldade de identificação, o morador pode ligar para o Centro de Controle de Zoonoses e passar o nome do servidor. Houve um aumento muito grande de imóveis difíceis de entrar. Sabemos que alguns moradores estão trabalhando, mas muitos outros se recusam a deixar o servidor entrar, o que vem favorecendo as doenças e pode ocasionar mortes”, afirmou Arruda. 

Casos de janeiro a agosto

Dengue
2016 - 9.239 confirmados
2017 - 1.610 confirmados 
2018 -  1.421 confirmados

Chikungunya
2016 - 9 notificados (não fizeram exames de confirmação)
2017 - 15 confirmados
2018 - 7 confirmados

Zika
2016 - 75 confirmados
2017 - 8 confirmados
2018 - 6 confirmados

Óbitos

Dengue
2016 - 2
2017 - 1
2018 – 0
*Chikungunya e Zika não causaram mortes

Recomendações à população: 

- Receber os agentes de zoonoses 
- Manter os quintais limpos
- Manter as garrafas vazias e baldes virados para baixo
- Colocar areia nos vasos de plantas
- Cobrir as caixas d’água
- Guardar pneus em locais adequados
- Colocar rede de proteção em janelas
- Limpar as calhas
- Usar repelentes
 
Centro de Controle de Zoonoses: 3213-1470

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