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23/08/2018 às 08h16min - Atualizada em 23/08/2018 às 08h16min

PF e Exército fazem apreensão de fardas

VINICIUS LEMOS | REPÓRTER

A Polícia Federal (PF) e o 36º Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMec) cumpriram, na manhã de ontem, em Uberlândia, sete mandados de busca e apreensão durante uma operação conjunta contra o uso de fardas e símbolos do Exército por parte de uma instituição que não tem ligação com as Forças Armadas. Não houve presos, mas a instituição será investigada, tanto pelo Exército quanto pela PF, por causa do uso indevido dos símbolos e por possíveis outros crimes, uma vez que o grupo arrecadava mantimentos e organizava projetos sociais como se fossem em nome da instituição militar.

Pelo menos 40 agentes da PF e do 36º BIMec participaram do cumprimento das ordens de apreensões, todas expedidas pelo Justiça Militar de Juiz de Fora. Foram encontrados uniformes com insígnias e brasões do Exército, além documentos que tinham nomes, patentes e símbolo militar como se fossem carteiras funcionais das Forças Armadas.

O uso indevido desses símbolos, como se os homens ainda fossem militares da ativa, pode configurar crime militar, da mesma maneira que os envolvidos podem responder na Justiça comum pela mesma prática. Além disso, será apurado se não houve outras práticas delituosas, como estelionato, uma vez que a arrecadação de recursos foi feita sem ligação com o 36º BIMec.

O delegado chefe da PF em Uberlândia, Carlos Cotta D’Angelo, explicou que já existem inquéritos para verificar a prática considerada criminosa. Segundo ele, nesse primeiro momento não há motivo para prisão dos envolvidos, o que pode acontecer posteriormente com a apuração dos fatos. O foco inicial é esclarecer e evitar o uso das fardas e de documentos não oficiais. “Você usar uma gandola ou roupa camuflada não é crime. O que você não pode é usar símbolos nacionais para induzir alguém a acreditar que você é militar. Aí é crime. Isso vai ser apurado”, disse.

O Exército já tinha conhecimento da prática do uso das fardas, dos símbolos e dos documentos, e por isso apurava a situação, uma vez que o grupo chegou a pedir a autorização para o uso dos materiais. Entretanto, a instituição nunca obteve, oficialmente, a anuência para o emprego desses símbolos e uniformes.
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