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10/08/2018 às 08h03min - Atualizada em 10/08/2018 às 08h03min

Simpósio debate sobre segurança do paciente

DA REDAÇÃO
Um erro médico praticado durante cirurgia em hospital no Rio de Janeiro custou a vida da dona de casa Verônica Cristina Barros, de 31 anos. Em março de 2009, ela
deu entrada no hospital com traumatismo craniano, após ter caído no banheiro e batido a cabeça no vaso sanitário. O detalhe é que o coágulo estava no lado esquerdo da cabeça, mas os médicos operaram o direito. Ao passar por novo procedimento cirúrgico, desta vez no lado certo do cérebro, Verônica não resistiu e faleceu.

Em maio do ano passado, um hospital de Brasília foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 400 mil por danos morais a um paciente e mais R$ 50 mil aos autores do processo. Conforme a sentença, em dezembro de 2010, a vítima, portadora de esclerose lateral amiotrófica (ELA), foi internada para colocação de uma sonda no estômago. Após o procedimento, o médico prescreveu a aplicação de soro fisiológico FS 0,9% por acesso venoso, mas a técnica em enfermagem teria aplicado soro glicosado 50%. O erro gerou complicações e deixou em estado vegetativo o paciente, que veio a óbito no decorrer do processo. O hospital recorreu da condenação e o processo corre na Justiça.
Casos como esses são mais comuns do que se imagina e acontecem em toda a parte.

Segundo dados do Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, produzido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo como referência o ano de 2016, em média 829 brasileiros morrem diariamente em hospitais públicos e privados por falhas que poderiam ser evitadas. O número perde somente para o de óbitos causados por doenças cardiovasculares, que continuam sendo a principal causa, com 950 vítimas todos os dias.

As mortes por eventos adversos, como são chamadas as falhas em hospitais, são o foco de um simpósio sobre Segurança do Paciente e Qualidade na Assistência à Saúde, que acontecerá em  Uberlândia entre os dias 17 e 18 deste mês. O simpósio é realizado pelo Hospital e Maternidade Municipal e a Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Pelo terceiro ano seguido, o evento é voltado a todos os profissionais de saúde e visa estimular a reflexão sobre os perigos relacionados à assistência à saúde e o debate de ações para tornar o cuidado com os pacientes mais seguro e humanizado.

O evento terá a participação de profissionais da região e nomes de destaque no cenário nacional e internacional. Segundo o médico Thogo Lemos, presidente do Simpósio, a assistência à saúde mudou radicalmente nos últimos anos, em função de vários fatores, como uma sociedade mais informada e exigente, a judicialização do sistema de saúde, a necessidade de cumprir padrões de qualidade, entre outros. “Infelizmente, o ensino técnico ou acadêmico não tem acompanhado tais demandas, formando profissionais despreparados para uma realidade tão diferente e até mesmo ameaçadora. Daí a importância de se disponibilizar momentos de capacitação e de estímulo à reflexão sobre o que fazemos e o que queremos para o futuro; um futuro que já começou”, diz.
 
Serviço
 
3° Simpósio Sobre Segurança do Paciente e Qualidade na Assistência à Saúde
 
Data: Dias 17 e 18 de agosto
Local: Hotel Gran Executive
Horário: dia 17, das 8h às 21h; e dia 18, das 8h às 19h
Inscrições: www.simposiocuidadoseguro.com.br
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