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08/08/2018 às 08h06min - Atualizada em 08/08/2018 às 08h06min

Nova unidade ajudará na abertura de leitos

Obra irá proporcionar ampliação de mais de 40 leitos para tratamento na rede

VINICIUS LEMOS | REPÓRTER
Centro de Cuidados Paliativos deve entrar em funcionamento no fim de 2019 | Foto: Vinicius Lemos
Com o aumento de 25% no número de novos casos oncológicos registrados entre 2016 e 2017, o Hospital do Câncer (HCa) em Uberlândia agora espera entregar, ainda no fim de 2018, a parte física do Centro de Cuidados Paliativos. Esta é a primeira etapa da segunda unidade do hospital e até o fim de 2019, mais de 40 leitos serão abertos para o atendimento paliativo, o que vai reduzir a pressão por leitos de tratamentos na rede de saúde do Município.
O investimento no Centro até agora chega a R$ 8 milhões e outros R$ 2 milhões ainda serão necessários para instalação de mobiliário e equipamentos. A obra foi iniciada em maio de 2016.

Os números foram apresentados durante um encontro de prestação das contas de 2017 do Grupo Luta Pela Vida (GLPV), organização não governamental que ajuda na manutenção do HCa em Uberlândia. “Tudo o que foi feito aqui veio de doação da sociedade, agradecemos e precisamos que continuem a doação, porque o benefício é para todos”, disse o presidente do GLPV, Renato Pereira.
De acordo com o diretor do hospital, Rogério Araújo, a unidade iniciará com 10 pacientes em 2019 e ampliará para 42 leitos, todos voltados para cuidados dos pacientes cujo tratamento não mais evolui. A intenção é proporcionar a eles um ambiente mais tranquilo e com assistência médica nessa etapa da vida. “Vamos selecionar paciente e famílias que estão preparadas para vir para cá, porque será oferecido qualidade aos poucos dias que eles têm de vida. É possível ter uma boa morte, porque se não é possível mais combater a doença, os sintomas nós conseguimos, com um ambiente virtuoso para que o paciente parta em paz”, afirmou.

Araújo explicou que o Centro é o primeiro construído no País com esse objetivo e que sua entrada em funcionamento irá liberar 50% dos leitos da unidade 1 do HCa, que hoje são ocupado por pacientes paliativos. Com isso, mais pessoas poderão ser internadas exclusivamente para o tratamento. O médico oncologista ainda explicou que poderá receber pacientes que hoje são atendidos em unidades municipais, como as UAIs.

No ano passado, cerca de 3,5 mil novos casos chegaram ao Hospital do Câncer de Uberlândia, enquanto em 2016 esse número foi de 2,8 mil aproximadamente. A demanda levou o HCa a ter 7,5 mil pacientes em atendimento durante 12 meses.
 
Pesquisa
Perda de pacientes chega a 50% por diagnóstico tardio
 
Apontamentos do Hospital do Câncer convergem para a realidade brasileira em que metade dos pacientes acaba morrendo por conta do diagnóstico tardio. Situação que a unidade em Uberlândia espera reverter. A etapa seguinte da segunda unidade do HCa é a construção do Centro de Pesquisa e Diagnóstico. A obra é mais cara e beira R$ 100 milhões, mas de acordo com o presidente do Grupo Luta Pela Vida, Renato Pereira, com o novo Centro, o objetivo é atingir patamares de países como os Estados Unidos. “O sucesso do paciente nos Estados Unidos é de 90%, a diferença é a prevenção e o diagnóstico precoce”.
 
Dedicação
 
Ex-dono de uma charcutaria em Uberlândia, o empresário Humberto Costa Araújo, de 35 anos, passou por um tratamento tão intenso quanto o câncer com o qual foi diagnosticado em 2017. Ele ficou internado no Hospital do Câncer entre maio e outubro do ano passado. O prontuário dele soma cerca de 1,2 mil páginas e o seu câncer se espalhava. “Era um câncer muito agressivo e não foi um diagnóstico tardio”, explicou. Ele passou por três meses de quimioterapia e teve algumas sessões de hemodiálise enquanto estava em tratamento. O câncer foi vencido e ele se encontrava na fase de acompanhamento.

Recentemente, Humberto anunciou que reabriria a charcutaria, que havia deixado de lado para cuidar da saúde. Entretanto, um novo tumor foi encontrado e ele resolveu vender a empresa. Nas próximas semanas ele fará novos exames e vai passar por uma cirurgia, pois o caso é considerado mais simples que o anterior. De qualquer forma, ele voltará para a cidade de Paracatu, onde está a família. A empresa foi negociada e Humberto Costa, em mais uma luta contra a doença, se mostra tranquilo e confiante. “Não encaro de forma pessimista, como espírita eu acho que vivi legal e tenho confiança. O Hospital do Câncer foi crucial e não teria sobrevivido se não fosse pela equipe. Não teve um porém sequer, todos (são) dedicados”, afirmou.
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