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04/08/2018 às 08h12min - Atualizada em 04/08/2018 às 08h12min

Ciclistas partem para Romaria

No último fim de semana, vários grupos fizeram o trajeto por estradas de terra, alguns por nova rota

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
Foto: Sandro Lôbo/Divulgação
Gabriel Maia estava ansioso para a chegada deste fim de semana, quando vai pedalar com mais 20 ciclistas por 150 km em direção a Romaria. O grupo vai seguir um novo percurso neste ano, caminho que foi descoberto pelo empresário há seis meses. Até o dia da festa de Nossa Senhora da Abadia, que acontece no dia 15 deste mês em Romaria, milhares de pessoas farão a viagem de bicicleta saindo de Uberlândia.

Todos os anos, grupos como o de Gabriel pedalam até Romaria. A viagem, que virou tradição entre muitos ciclistas da região, será um pouco diferente para quem já tem o costume de pedalar por longas distâncias. “O pessoal sempre usa um caminho tradicional, passando pela floresta da Duratex, a própria empresa dá apoio aos ciclistas. Mas dessa vez, a gente escolheu um caminho diferente, vamos passar pela Cachoeira das Irmãs, que fica próxima a Araguari, pelo Cascalho Rico e por Estrela do Sul”, conta Maia, que organiza a primeira edição do Bike4Fun.

A saída estava prevista para às 6h30 deste sábado, com os ciclistas se encontrando em Capim Branco. Segundo Maia, o trajeto é mais bonito e foi feito para quem gosta de se aventurar. “Vamos sair do convencional, não vamos andar em linha reta. Entraremos em uma parte bastante montanhosa, vamos ganhar 40 km a mais. Iremos parar em alguma cidade, almoçar, e devemos chegar em Romaria por volta das 16h ou 17h de sábado. Muita gente se interessou pelo novo caminho, mas alguns desistiram antes da hora, primeiro querem ver como vai ser o resultado.”

Maia pedala de Uberlândia até Romaria desde 2008, e no próximo fim de semana vai novamente para a cidade, dessa vez, pelo caminho tradicional. “Eu vou todos os anos pela festa, a energia do lugar é excelente. Quando o pessoal chega na porta da igreja, já se ajoelham. Nessa época, a cidade se modifica, independente da religião, tanto os ciclistas, como o pessoal que vai a pé”, afirmou.

Neste sábado, o cozinheiro Sandro Lôbo também estava com o compromisso marcado com 114 ciclistas, alguns deles fazendo o percurso pela primeira vez. O encontro seria na rodoviária de Uberlândia, às 6h, com a turma fazendo o trajeto por terra, pedalando por 110 km e passando por três pontos de apoio.

Lôbo faz o trajeto até Romaria desde 1977. Nunca faltou um ano, sempre de bike. “Admiro quem vai por promessa, mas eu vou por esporte mesmo”, contou.

No começo, ia de speed, que é a bicicleta adequada para o asfalto. Depois, em 1988, passou a utilizar a mountain bike, que é o equipamento ideal para trilhas. Desde 2013, só faz o percurso por terra. “Por uma questão de conforto e segurança”, disse Lôbo, que anualmente organiza os passeios com estrutura de apoio a cada 30 km e transporte para a volta.

O cozinheiro diz que também contribuiu para essa decisão de fazer o trajeto só por terra o fato de a cada ano a turma do pedal aumentar. “Vem gente de Tupaciguara, Monte Alegre, Itumbiara, Prata, Araguari só para fazer o caminho com a gente”, diz.

Segundo calcula, mais de mil ciclistas fizeram o percurso até Romaria no ano passado nessa mesma época. “Além das bicicletarias, tem pelo menos 20 grupos avulsos de pedal que vão para Romaria”, contou.

O empresário Wagner Ferreira e uma turma de 30 inscritos, do Grupo Trilha Bike, vão para Romaria amanhã. O encontro será às 4h e eles devem chegar à cidade depois de 8h de viagem. “Este ano tem um pessoal novo que vai nos acompanhar. No caminho que fazemos, não encontramos nenhum romeiro, passamos pelo cafezal e por uma mata de eucaliptos”, contou Ferreira, que é católico e faz o trajeto desde 2008.

Antes de começar a ir de bike para a cidade, o empresário tinha a promessa de dar apoio para os romeiros durante o trajeto. “Hoje vou só de bicicleta, nunca fui a pé. Fazemos dois pedais por ano, um na época da festa e um fora de época. Neste ano, fomos em abril”, disse. O retorno será em veículo, com as bikes transportadas numa carretinha adaptada.
 
ROTA EXCLUSIVA
Caminho da Fé regional ainda é uma promessa

 
Sandro Lôbo acredita que a região já necessita de um trajeto oficial para romeiros, e que poderia ser compartilhado também por ciclistas, a exemplo do Caminho da Fé, que existe no interior de São Paulo e que interliga vários municípios até o Santuário de Aparecida. Esse trajeto de peregrinação foi inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. “Se divulgar e arrumar uma estrutura de apoio, dá muito mais gente”, acredita.

A proposta de implantação de um caminho com estrutura semelhante no Triângulo Mineiro é defendida pelo Ministério Público Federal e até já foi assunto de audiência pública realizada em julho com prefeitos da região e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). A intenção é permitir que o acesso até Romaria, principalmente por peregrinos, seja feito em caminho alternativo e mais seguro, distante da rodovia.

Por enquanto, o projeto, que conta com o incentivo da Paróquia de Romaria, está só na promessa. Na última audiência não obteve o apoio suficiente de autoridades e a proposta é que a iniciativa seja incluída no futuro edital de licitação para duplicação da BR-365, no trecho até Patrocínio.
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