Participantes de diferentes programas do Instituto Algar participaram de talk show (Luiz Crosara/Divulgação) Nesta semana tivemos más notícias sobre a educação dos jovens no Brasil. Dados divulgados do Pisa - um programa internacional de avaliação de estudantes - aplicado em 70 países deixa o Brasil em posições preocupantes: 65º em ciências, 63º em matemática e 53º em leitura. Os dados são de 2015. Em maio deste ano um novo teste foi aplicado e os resultados devem ser revelados no segundo semestre de 2019 e as perspectivas para nosso país não são as melhores.
Nesse cenário, especialistas como o pesquisador Naercio Menezes, coautor do estudo “Por que o Brasil vai mal no Pisa – Uma análise dos determinantes do desempenho no exame”, publicado recentemente, não falta só conhecimento do conteúdo para os jovens brasileiros entre 15 e 16 anos, alvos do estudo, mas faltam também as chamadas habilidades socioemocionais, que podem ajudar na gestão do tempo para realização das questões e na calma na hora da realização das mesmas.
Neste cenário, vale a pena destacar iniciativas que contribuem para a formação de crianças e jovens fora do ambiente escolar. Em Uberlândia, por exemplo, há 16 anos o Instituto Algar plantava uma semente que germinou e hoje impacta na qualidade de vida de milhares de famílias a partir dos trabalhos com os jovens.
“Vocês não imaginam a diferença que faz R$ 300, R$ 400 dentro de uma casa quando sua mãe está desempregada”, desabafou Gabriela Martins, primeira Jovem Aprendiz do projeto. Ela compartilhou sua história em evento realizado pelo Instituto no início deste mês.
Assim como ela, Jorge Mauro da Silva Júnior, conseguiu não só um emprego, de carteira assinada e tudo, como também melhoria no modo como vê o mundo. “Eu era muito fechado, se me perguntavam algo eu respondia ‘sim, não, talvez’, hoje tenho condições de argumentar e sou fanático por dinâmicas em grupo”, contou.
Para que jovens como esses tenham uma chance de transformar as próprias vidas como também de suas famílias, o Instituto trabalha com cinco programas educacionais - alguns desenvolvidos em parceria com outras instituições -, o Instituto Algar beneficiou 16,8 mil alunos em 2017, número 40% maior do que o ano anterior.
Segundo a CEO de Gente do Grupo Algar, Eliane Garcia Melgaço, o importante nos dias de hoje é trabalhar com o que chamam de “tecnogente”. “A tecnologia tem que estar a serviço das pessoas e para criarmos um impacto positivos é preciso empatia e isso só o ser humano tem”, comentou.
O Instituto Algar atende crianças e jovens entre 6 e 17 anos, regularmente matriculados em escolas públicas. Aos 14 anos, Otávio Mota participa desde os 9 anos de atividades do Algar Transforma. Conhecido como “menino rock power” por estar sempre agitado, ele tinha um pouco de dificuldade de concentração e no relacionamento interpessoal, se considerava “antissocial”. Atualmente ele está terminando o ensino médio e vai prestar vestibular para Educação Física.
“Sou professor de taekwondo também e tenho duas paixões que levarei para a vida toda que são o esporte e o cinema. Quem me conheceu há alguns anos percebe o quanto mudei. Estou muito mais paciente, gosto de conversar e minha forma de ver o mundo mudou. Confesso que era até preconceituoso, algo que hoje não faz o menor sentido”, contou.
MUDANÇAS Programas se transformam com o passar do tempo
Apresentação de alunos participantes do programa Algar Transforma (Luiz Crosara/Divulgação) Carolina Toffoli Rodrigues, coordenadora executiva do Instituto Algar, conta que no começo a atuação da instituição acontecia dentro das escolas. “Percebemos que mais importante do que atividades pontuais era necessário dar continuidade ao programa, acompanhar as crianças até que cheguem ao ensino médio e tenham condições de entrar bem no mercado de trabalho”, disse.
Segundo ela, pesquisas mostram que oito a cada dez jovens são demitidos por questões comportamentais. “Pensando nisso, repensamos nossas práticas e criamos o ‘Talentos de futuro’ que dá aos jovens a oportunidade de não apenas obter o conhecimento técnico como também desenvolver habilidades socioemocionais”. Os participantes certificados são encaminhados para a Fundação Maçônica Manoel dos Santos e Rede Cidadã, que são responsáveis pela inserção dos jovens no Programa Jovem Aprendiz do grupo Algar e de outras empresas de Uberlândia e da região.
O Programa Transforma trabalha com oficinas de arte, cultura e esporte, em quatro unidades físicas nos bairros Alvorada, Shopping Park, Cidade Jardim e Jardim das Palmeiras. Por meio de atividades artísticas e esportivas os jovens aprendem habilidades que agregam valor para toda a vida como trabalho em grupo, concentração, raciocínio, compartilhamento e criam uma rede de amizades que os fortalece como seres humanos.
EDUCAÇÃO Na frente educacional, outro programa do Instituto Algar é o Talentos de Futuro, que contribui para a formação de jovens do ensino médio com foco no mercado de trabalho por meio do desenvolvimento de habilidades e competências comportamentais. Os participantes certificados serão encaminhados para a Fundação Maçônica Manoel dos Santos e Rede Cidadã, que são responsáveis pela inserção dos jovens no Programa Jovem Aprendiz do grupo Algar e de outras empresas de Uberlândia e da região.
Ainda na frente educacional, o Programa Conectados fomenta o desenvolvimento de estratégias educacionais que utilizem a tecnologia em sala de aula e na gestão pedagógica; o Programa de Voluntariado, que mobiliza e estimula a realização de ações voluntárias nas empresas do Grupo; e a Escola de Inteligência, que visa desenvolver competências socioemocionais de alunos de escolas rurais.
O Instituto Algar, fundado em 2002, também atua nas frentes de meio ambiente - com mais de 300 iniciativas implantadas - e incentivos fiscais – 7,5 milhões investidos em 65 projetos.
SERVIÇO As atividades do Instituto Algar funcionam no contraturno escolar e atendem crianças e jovens entre 4 e 17 anos matriculados regularmente na rede pública de ensino. Para saber mais e se tem interesse em participar acesse:
institutoalgar.org.br.
