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09/07/2018 às 18h33min - Atualizada em 09/07/2018 às 18h33min

Uberlândia cai 102 posições em índice de desenvolvimento

Pior desempenho registrado na cidade foi na área de emprego e renda

NÚBIA MOTA | REPÓRTER
Uberlândia estava em 73º colocação no Brasil em 2014; em 2016 caiu para 175º (Gustavo Patrício/Divulgação)
Uberlândia caiu 102 posições, em dois anos, no Índice de Desenvolvimento Municipal – Edição 2018, feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado na última semana e que avaliou 5.471 municípios, onde vivem 99,5% da população brasileira. Em 2014, a segunda maior cidade de Minas Gerais estava na 73ª colocação no Brasil e, em 2016, despencou para 175º lugar. Dentro do Estado, Uberlândia caiu uma colocação no mesmo período, sendo considerada a 6ª cidade mineira no ranking de desenvolvimento.

Para calcular os números, a Firjan monitora as áreas de emprego e renda, educação e saúde, com base nas estatísticas oficiais dos respectivos ministérios. O índice varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais perto de 1, maior o desenvolvimento. Nos dados consolidados das três áreas, Uberlândia apresentou desenvolvimento moderado, com índice médio de 0,83. Na área de emprego e renda, entre 2014 e 2016, a cidade caiu de 76ª para 158º colocação no Brasil e de 5º para 13º no Estado, com o pior índice de 0,71. Na educação, caiu quase 300 posições, de 1.205º para 1.502º e no Estado caiu de 182º para 234º, com índice de 0,84. Já na área da saúde, Uberlândia caiu de 183º para 295º no Brasil e de 16ª para 29º em Minas Gerais, com o melhor índice da série de 0,93. 

De acordo com Anna Carolina Gaspar, analista de Estudos Econômicos do Sistema Firjan, a principal queda de Uberlândia, referente a emprego e renda, tem o mesmo motivo de todos os municípios brasileiros em declínio, que é a crise econômica pela qual o país passa, sobretudo ao que se refere ao fechamento de postos de trabalho. “A queda no índice de emprego e renda do Brasil começou a cair em 2014 e 2015 e avançou em 2016. Em Uberlândia, essa queda começou ainda antes, em 2013, quando o índice era de 0,82 e atingiu o mínimo em 2015, de 0,67. Em 2016, a cidade teve um avanço e chegou a 0,71, mas não chegou ao patamar de antes e vai demorar a se recuperar”, afirmou a economista.

Ainda segundo Anna Carolina, o crescimento de 5,9% na área de emprego e renda não pode ainda ser comemorado, porque não foram abertos mais postos de trabalho. As demissões se mantiveram e o índice só apresentou melhora porque houve aumento da renda, devido à política de valorização do salário mínimo que, em 2016, teve um reajuste de 10%. “O índice de emprego e renda tem dois componentes que é geração de emprego e o segundo que é de renda, mas só o último avançou por causa do salário mínimo”, disse ela. 

Minas Gerais 

Mesmo com a queda no ranking nacional de 73ª para 175º lugar de cidade mais desenvolvida do país, Uberlândia está entre os 35 únicos municípios mineiros com alto desenvolvimento no índice geral, o que a deixa na 6ª colocação no Estado. Segundo a Firjan, o melhor desempenho de Uberlândia frente às outras cidades se deve as áreas de saúde e educação, já que com relação a emprego e renda, o desenvolvimento é moderado. 

A única cidade de Minas Gerais entre as 100 mais desenvolvidas no Brasil é Patos de Minas, no Alto Paranaíba, a 220 km de Uberlândia, que ocupa a 1ª colocação no Estado e a 46ª no país.

Futuro

A estimativa da Firjan é que, assim como todo o Brasil, Uberlândia se recupere apenas em 2027, pois, de acordo com a analista de Estudos Econômicos da federação carioca, Anna Carolina Gaspar, apesar da perda de postos de trabalho ser rápida, a recuperação é muito lenta. 

“Isso não é feito da noite para o dia. Trazer novas empresas, empregar, operacionalizar é algo lento mesmo”, concorda com a previsão da Firjan o presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), Fábio Pergher. Para ele, é necessário que o poder público municipal e estadual e a sociedade civil organizada trabalhem juntas para trazer para a cidade empresas que necessitem de mão de obra qualificada, com salários mais atrativos. “Aqui tem muita empresa de prestação de serviço, onde os maiores contratantes são call centers, que pagam mal e não têm mão de obra qualificada. Uberlândia precisa atrair empresas com valor agregado, com melhor remuneração, que gere mais tecnologia. Precisamos descobrir nossa verdadeira vocação”, disse o empresário. 

Já o economista Fábio Machado é mais otimista e acredita que Uberlândia deve levar a metade do tempo previsto para se recuperar, por ter uma economia diversificada, tanto na agropecuária, indústria e comércio e pela localização privilegiada, onde passam as principais rodovias de escoamento. “A renda da cidade é baixa, estamos também passando por uma crise econômica, com baixo investimento público, o que acabou prejudicando a economia. Mas acredito que, por ter essa diversificação de áreas, Uberlândia se recupere mais rápido do que o resto do país, daqui uns 5 ou 6 anos”, disse Fábio Machado. . 

Índice de desenvolvimento 

Emprego e renda
 
  Nacional Estadual
2016 158º  13º
2015 170º 14º
2014 76º

Educação
 
  Nacional Estadual
2016 1.502º  234º
2015 1.337º 180º
2014 1.205º 182º

Saúde
 
  Nacional Estadual
2016 295º 29º
2015 201º 16º
2014 183º 16º
 

Consolidado
 
  Nacional Estadual
2016 175º 
2015 134º 
2014 73º 

Fonte: Firjan

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