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27/06/2018 às 08h21min - Atualizada em 27/06/2018 às 08h21min

Mesmo em crise, Estado garante custeio do Samu

SECRETÁRIO DIZ QUE, MESMO COM ATRASOS, VERBAS PARA SAÚDE SÃO PRIORITÁRIAS

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Estrutura foi apresentada em cerimônia oficial (Vinicius Lemos)
O secretário estadual de Saúde, Nalton Sebastião Moreira da Cruz, garantiu que haverá o repasse mensal, no valor de R$ 1,6 milhão, para custeio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na região do Triângulo Norte. O representante do Governo de Minas Gerais esteve em Uberlândia, na terça-feira (27), para a cerimônia de lançamento do Samu na região. Os atendimentos começaram no dia 3 de julho, às 7h. O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU), por sua vez, que vai concentrar os atendimentos de alta complexidade do Sistema, diz que está com restrições na escala de profissionais que podem ocasionar problemas no atendimento de pacientes encaminhados ao hospital tanto pelo Samu, quanto pelas regulações Estadual e Municipal.

A estrutura do Samu foi apresentada e está pronta para o serviço, segundo o Consórcio Público Intermunicipal da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião do Triângulo Norte (Cistri). A cerimônia aconteceu durante a manhã, na sede da 9ª Região Integrada de segurança Pública (Risp), em Uberlândia, onde houve a reunião do Governo estadual, prefeitos e representantes dos 26 municípios que fazem parte do consórcio criado para implantação do Samu, além de forças como o Corpo de Bombeiros.

Além do repasse mensal de R$ 1,6 milhão, o Samu na região começa com R$ 2,5 milhões em caixa, fruto de contribuição dos municípios onde o serviço vai funcionar. O secretário Nalton da Cruz disse que ainda que haja atrasos em pagamentos de salários e repasses a município por conta da situação financeira do Estado, o governo prioriza os atendimentos de urgência e emergência e, por isso, o custeio do Samu regional estaria sob controle. “Não é só R$ 1,6 milhão, o Estado investiu R$ 6,8 milhões para compra de equipamentos, e mais R$ 3,8 milhões, para compra de veículos. Nenhum Samu deixou de funcionar pela séria crise financeira. Sofre atrasos, mas o Estado está pagando”, disse.

ALFINETADA

O secretário ainda alfinetou a falta de Uberlândia no Cistri, quando comentou o possível aumento de demanda para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) com a implantação do atendimento de urgência na região. “[O Samu] Vai atender a 612 mil pessoas e se o Município de Uberlândia, talvez depois da eleição, quiser participar, será muito bem-vindo. Aí nós vamos multiplicar isso para 1,2 milhão ou 1,3 milhão habitantes. O HC-UFU já atende a essa população. Eu acho que até vai diminuir [a demanda], pois o paciente que vai para HC de forma desorganizada, agora só vai para a unidade se for realmente necessário”, disse.

Em reunião na última semana na Justiça Federal, a diretoria do HC-UFU havia pedido que se estendesse o prazo para início das atividades por conta de problemas para atender a futura demanda de emergência. Essa questão, segundo o prefeito de Araguari e secretário do Cistri, Marcos Coelho, poderia ser minimizada com a construção de um hospital regional, cuja necessidade foi repassada ao ministro da Saúde, Gilberto Occhi, que esteve em Uberlândia na segunda-feira. “Demoraria dois anos para ser feito [o hospital regional]. De todas as cidades hoje no Cistri, Araguari é maior e está preparada, mas ainda assim precisamos melhorar. Temos 200 leitos e a UPA [em Araguari] que faz até 9 mil atendimentos no mês. Na Santa Casa há uma equipe que é ligada à faculdade de medicina que traz conjuntamente estrutura para receber pacientes do Samu”, afirmou Coelho.

HABILITAÇÃO

A partir do momento em que passa a funcionar, o Samu pode ser habilitado pelo Ministério da Saúde no intuito de receber recursos federais, o que segundo a Secretaria de Estado de Saúde pode demorar até dois anos. A expectativa inicial era de que esse prazo não passasse de seis meses, o que foi frustrado pela experiência, segundo o Governo. Em relação ao Samu no Triângulo Norte, espera-se que haja um repasse federal de R$ 700 mil por mês, o que diminuiria o aporte estadual para R$ 900 mil mensais.

TREINAMENTO

Até a próxima terça (3), os 240 funcionários do Samu ainda farão mais um treinamento de direção das ambulâncias e também do manuseio dos sistemas dos serviços. A preparação incluirá a participação dos bombeiros. De acordo com o secretário executivo do Cistri, Rodrigo Alvim, e com o comandante do 5º Batalhão dos Bombeiros, tenente coronel André Casarim, mesmo com Uberlândia fora do Samu, os atendimentos feitos pelos bombeiros no Município vão incluir a ajuda dos médicos do serviço de urgência para diagnóstico e possível regulação dos pacientes atendidos. Eles ainda explicaram que os atendimentos serão integrados.

MAIS VAGAS

Se Uberlândia se mantivesse no consórcio, cerca de 90 outros profissionais poderiam ter sido chamados para compor o quadro do Samu em diversas áreas de atuação.

Por ter passado no processo seletivo para trabalhar no Município, o condutor socorrista Reyner Pereira Dias pediu remoção para Nova Ponte, onde havia vagas ociosas. “Muitos que passaram no processo acham que Uberlândia vai entrar no Samu depois de alguns meses e esperam. No meu caso, corro atrás do sonho de entrar na área e resolvi mudar meu atendimento para Nova Ponte”, explicou.
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