27/06/2018 às 08h13min - Atualizada em 27/06/2018 às 08h13min
MPF pede que HC aumente turno de hemodiálise
MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
DIVULGAÇÃO O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF) ajuizou uma ação civil pública com pedido de liminar para que o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) passe a oferecer sessões de hemodiálise no turno da noite. Atualmente, o hospital atende pacientes com doenças renais agudas e crônicas graves de manhã e à tarde. Outras clínicas particulares de Uberlândia também oferecem o tratamento.
Para o procurador da República Cléber Eustáquio Neves, autor da ação, o número de vagas ofertado não é suficiente. “Existem dois turnos de atendimento, mas também existe uma lista de espera, com pessoas em casa aguardando. Se o paciente passar mal, ele é internado por tempo indeterminado enquanto aguarda uma vaga e está sujeito a infecções hospitalares. O caso passou a ser de urgência e não mais ambulatorial, como deveria ser”, afirmou.
Marcos Erlan, presidente da Associação dos Renais Crônicos, Doadores e Transplantados de Uberlândia (Arcron) faz hemodiálise três vezes por semana há 18 anos. “Quando comecei a fazer, não tinha problemas com fila. Hoje, as clínicas já não têm mais vagas. No início deste ano, tínhamos 22 pessoas esperando, os mais graves já estavam internados. Entendo que é necessário a criação desse terceiro turno, mas também existem outras possibilidades, como aumentar verbas para absorver pessoas que vêm de outra cidade.”
Érica Alves também faz parte da associação e realiza o procedimento há 10 anos em uma clínica particular da cidade. “Nós, da associação, estamos discutindo muito sobre o assunto. Sabemos que há pessoas esperando por uma vaga, que não existe nem nas clínicas, nem no hospital”, disse.
A ação ressalta que, mesmo que o terceiro turno não atenda a todos os pacientes, será possível absorver a maior parte da demanda. Além disso, a liminar também pede que a universidade pague indenização por danos morais coletivos pelo tempo em que não disponibilizou à população o terceiro turno.
Por meio de nota, o HC-UFU disse que reconhece o aumento crescente da demanda de pacientes que necessitam deste serviço. “Entretanto, como é de amplo conhecimento, o HC-UFU passa por dificuldades financeiras, fruto, dentre outros, de atrasos no pagamento dos serviços prestados [por parte do Governo Federal e do Estado de Minas Gerais], dificultando honrar compromissos com funcionários, fornecedores e com a contratação de equipe multiprofissional para ampliação de serviços [Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Assistente Social, Psicólogo, Porteiros, entre outros]. Neste momento, todos os esforços são para manter os dois turnos funcionando. A direção acredita que boa parte das dificuldades serão amenizadas com a adesão à Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares]. Todos os esclarecimentos detalhados têm sido feitos ao Ministério Público Federal, Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia e Procuradoria da UFU.”