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27/05/2018 às 05h38min - Atualizada em 27/05/2018 às 05h38min

Motoristas de aplicativos reclamam de insegurança

Trabalhadores não veem apoio de empresas e temem por fuga de passageiros

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Criminosos têm usados perfis falsos para pedir corrida e, posteriormente, assaltar motoristas | Foto: Divulgação
 
Motoristas que transportam passageiros por meio de aplicativos relatam insegurança e falta de apoio das empresas que oferecem o serviço em Uberlândia. O maior problema, de acordo com a associação que representa os trabalhadores do setor na região, é o uso do dinheiro para o pagamento do serviço, o que passou a atrair a atenção de criminosos. Por isso, a categoria pede por mudanças nas plataformas.

Não existe um levantamento oficial do número de roubos, agressões ou furtos a motoristas que prestam este tipo de serviço. Contudo, o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo do Triângulo Mineiro (Amapptm), Rodrigo Passos, disse que em grupos de conversa dos trabalhadores, os avisos de ataques são constantes, com piora nos finais de semana.

Para Passos, a primeira ação para melhorar a segurança é barrar o uso do dinheiro. “Só cartões, inclusive há a possibilidade de criação de cartões do próprio aplicativo. Ele deve ser de uso pessoal”, disse. Ele ressaltou que o sentimento é de desamparo, o que, se não houver melhora, pode levar a uma diminuição de passageiros, que se sentirão com medo. “Passageiro sofre por tabela, porque se eu for abordado, o passageiro também pode ser.”

Os passageiros têm o seguro em aplicativos com a Uber, que tem um custo fixo de R$ 0,75 referente à cobertura. Os motoristas, no entanto, não possuem esse custo ou ajuda e precisam manter o seguro veicular por conta própria.

RESPONSABILIDADE

Um dos métodos que os criminosos usam para se aproveitar da fragilidade dos motoristas se dá por meio de pedidos de corridas por perfis falsos. No local, o ladrão se identifica como um amigo ou familiar daquele apontado no perfil e, durante a corrida, anuncia o assalto.

Por isso, a Amapptm alertou sobre a responsabilidade do usuário em pedir corrida para terceiros, uma vez que o que ocorrer no carro recai sobre o dono do perfil, existindo, inclusive, multas para casos de danos nos carros.

Procurada, a Uber não respondeu às demandas do Diário de Uberlândia.

PREJUÍZO

Com menos de dois meses de serviço, o motorista Cleiton Oliveira foi roubado depois de uma corrida. Ele também conseguiu escapar do que julga ter sido uma tentativa de assalto. Os prejuízos passam de R$ 1,5 mil.

Na madrugada do dia 13 de maio, no bairro Custódio Pereira, zona leste de Uberlândia, Oliveira deixou um passageiro e, quando arrancava com o carro, foi abordado por um homem armado, que lhe tomou o telefone celular, carteira com documentos e dinheiro, joias que usava e a chave do carro, para que não o perseguisse.

Semanas antes, o carro foi atingido por uma pedra no para-brisa, o que ele supôs ter sido alguém tentando fazer com que parasse. Cleiton Oliveira seguiu dirigindo até achar um local seguro. “Registrei o roubo, mas não foi achado nada, nem documentos nem as chaves. Dá vontade de desistir, mas a gente dá a cara a tapa para trabalhar”, disse.
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