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08/05/2018 às 11h59min - Atualizada em 08/05/2018 às 11h59min

Nova diretoria pedirá auditoria no Sintrasp

Novo presidente disse que gestão anterior deixou uma 'caixa preta' na entidade

WALACE TORRES | EDITOR
Nova diretoria posa para primeira foto na porta do Sintrasp após tomar posse na tarde ontem | Foto: Interação Digital/Divulgação
 
A nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Uberlândia (Sintrasp) definiu como prioridade no início de mandato a contratação de uma auditoria nas contas da entidade, que nos últimos 15 anos – três mandatos e meio – foi administrada por um mesmo grupo de servidores. A intenção é que o trabalho seja contratado e realizado dentro de 90 dias.

Segundo o novo presidente do Sintrasp, Ronaldo Fernandes Branco, a antiga diretoria deixou uma “caixa preta” para a nova gestão. “Nesses 15 anos nós não tivemos prestação de contas, não tivemos assembleias. Temos como carro-chefe a auditoria. Queremos saber o que aconteceu nesses últimos 15 anos sob o ponto de vista contábil, financeiro e jurídico”, disse.

Ronaldo Branco, 54 anos, é oficial administrativo da Secretaria de Agropecuária e Abastecimento e foi eleito no último sábado com 208 votos. A chapa encabeçada por Márcio Garcia (Settran) obteve 92 votos, e a representada por Paulo Roberto Gomes (Saúde) recebeu 48 votos.

A eleição sindical aconteceu em meio a um processo judicializado. A diretoria que deixou o sindicato não convocou novas eleições dentro do prazo, no fim de 2016, o que motivou uma ação por parte de um dos candidatos na época, justamente o servidor que agora venceu a disputa do último sábado.

Ainda em 2017, a então presidente Naara Augusta Bernardelli foi eleita por aclamação para um quarto mandato consecutivo após quatro chapas concorrentes serem impugnadas. O resultado, no entanto, foi contestado e o caso foi parar no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que confirmou sentença de primeira instância que havia anulado a eleição ocorrida em março do ano passado.  A Justiça ainda determinou a intervenção no sindicato, o bloqueio das contas bancárias e das aplicações financeiras, o que deve ser revertido agora com a posse da nova diretoria.

Ontem, o interventor nomeado pela Justiça para organizar o processo eleitoral no Sintrasp disse que a antiga direção não forneceu todas as informações solicitadas. “Tivemos alguns itens, como relatórios, não apresentados pelo sindicato. Mas são coisas que oficializamos e cabe agora à nova diretoria fazer a arrecadação de bens”, disse Edvaldo Duarte de Freitas, apontando que um dos documentos não entregues foi o inventário de bens do Sintrasp.

De acordo com o novo presidente, caberá ao colegiado decidir o que será feito a partir do resultado da auditoria, caso seja constatado alguma irregularidade nas contas do sindicato. “Se der alguma coisa, a nossa diretoria já decidiu que vai levar para assembleia e o trabalhador (...) é que vai definir os rumos deste passado nebuloso. Nós vamos começar daqui pra frente. O passado, o trabalhador é que vai definir o rumo”, disse Ronaldo.

Ele disse ainda que pretende contar com a colaboração das outras chapas que participaram do processo, incluindo as duas que foram impugnadas na fase de inscrição, para montar um planejamento estratégico para os próximos quatro anos. “Precisamos de todos para elaborar um planejamento estratégico e a gente delinear e elencar a relação de prioridades da nossa atuação.”

Uma das ações que terão prioridade nesse planejamento será resgatar o antigo clube recreativo dos servidores. O espaço também foi alvo de ação judicial por causa de desvio de finalidade. O processo, segundo Ronaldo, já está em fase de execução na Justiça para que o clube seja novamente repassado ao Município.
 
OUTRO LADO 

A ex-presidente do Sintrasp, Naara Augusta Bernardelli, disse que as prestações de contas foram feitas regularmente durante a sua gestão e que deixou pronto o levantamento de todo o imobiliário para ser entregue à nova diretoria.

“O interventor pediu enquanto estava em processo de eleição, mas não cabia a ele pedir (o inventário). Mas nós providenciamos. Era muita coisa para inventariar e não houve tempo hábil antes do término do processo. Mas a documentação estava prontinha para ser entregue a ele”, disse Naara, frisando que a prestação de contas também está concluída. “Está tudo no papel (...). A nossa diretoria fez prestação de contas mensal, mas eles não queriam aceitar isso. Estava à disposição de qualquer servidor filiado que quisesse e fosse ao sindicato”, completou.
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