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03/05/2018 às 09h28min - Atualizada em 03/05/2018 às 09h28min

Nando Reis se apresenta hoje em Uberlândia

Cantor e compositor chega à cidade com a nova turnê 'Voz e Violão'; sua passagem mais recente por aqui foi em março de 2017 com 'Jardim-Pomar'

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Nando Reis se apresentará nesta noite no Center Convention, em Uberlândia | Foto: Carol Siqueira/Divulgação
  
Cantar, gravar e fazer shows são os três vetores que regem a carreira de Nando Reis. O cantor, compositor e instrumentista paulistano é daqueles que não fica em casa por mais de uma temporada seguida. Mal encerrou sua turnê “Jardim-Pomar” (álbum vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa em 2017), ele já está na estrada novamente. Hoje Uberlândia recebe seu show mais recente, “Voz e Violão”, no qual apresenta seus grandes sucessos da forma como foram concebidas. O álbum “Voz e Violão, no Recreio – Volume 1”, foi lançado pouco tempo antes de “Jardim-Pomar” e é encontrado nas versões CD e vinil.
 
Por conta de um deslocamento de retina, esse show marcado originalmente para 16 de maio, traz o melhor de Nando para seus fãs. Afinal, seja na discografia solo, com os Titãs, Os Infernais ou como produtor, seu repertório é do tipo que agrada diferentes gerações. Nesta entrevista, Nando conta como foi sua recente passagem pela Europa, fala da necessidade de se readequar ao mercado ao voltar a atuar como artista independente e sobre parcerias.
 
DIÁRIO DE UBERLÂNDIA - Nando, como foi a turnê na Europa? Foi nesse formato que você vai fazer aqui também, voz e violão? Que tipo de público você encontrou por lá?

A turnê foi maravilhosa. Fiz algumas apresentações ao lado da Gal e do Gil, com o Trinca de Ases. Depois, aí sim sozinho, me apresentei em Londres. O show que fizemos lá foi o “Voz e Violão”, exatamente o mesmo que apresentarei em Uberlândia. Foi uma experiência única tocar em lugares tão incríveis.

O que considera ser o maior desafio em um show intimista como este que em alguns lugares contam com plateias na casa de 3 mil, 4 mil pessoas?

Não sei se posso chamar de desafio, mas a conexão com o público é mais íntima, é diferente. Para mim é um equilíbrio, um contraponto alternar os dois tipos de shows. Minha vontade de fazer coisas é maior do que apenas o show que eu faço com a banda.

Em “Jardim Pomar” (2016) você voltou com muito frescor, um belíssimo disco que realmente me surpreendeu, ele tem uma crescente que conquista os ouvintes aos poucos. Como você considera a repercussão dele até agora?

A repercussão foi a melhor possível. Tanto do disco quanto do show. Fiquei muito feliz com o desenrolar da turnê, com a receptividade do público e com tudo que o “Jardim-Pomar” me proporcionou. Encerramos as apresentações desse show com saldo totalmente positivo.
 
Sua carreira é marcada por grandes parcerias – uma delas, a que mais me surpreendeu e agradou foi com o Barret Martin que muito respeito e admiro também – atualmente, você tem alguém em mente com quem gostaria de dividir uma composição e ainda não teve a oportunidade?

A cabeça está sempre viajando em novas ideias, novas parcerias. Mas basicamente eu componho e escrevo para mim, para organizar meus pensamentos sobre coisas que me intrigam e importam. E sei que tenho uma forma peculiar de escrever. Quando componho sozinho, faço tudo junto: letra e música. Com parceria a coisa funciona diferente, dependendo quem for. Então, sempre estou aberto.
 
Em “No Recreio – Volume 1” (2015) você chegou a ir para os Estados Unidos para encontrar o Jack Endino no processo de mixagem ou não? Gostaria que falasse um pouco sobre o impacto dele na sua carreira, seja com os Titãs ou solo, ou com os Infernais porque é algo que não ficou em um trabalho só, de tempos em tempos voltam a se encontrar.

Eu gosto muito de trabalhar com o Jack Endino, a relação é de mútua admiração. Gosto de ir pra Seattle, em seu estúdio, para gravar. Acabo vendo a minha vida de outra perspectiva. Jack é um grande amigo e grande parceiro de trabalho também. Além de tudo, outros grandes músicos vieram até mim por intermédio dele, principalmente no “Jardim-Pomar” e isso é sempre muito enriquecedor.
 
Como se sente quando ouve uma música sua tocar no rádio?

Minha carreira se baseia em três vetores: compor, gravar/lançar e fazer shows. Eu trabalho com algo que me dá muito prazer. E quando você ouve sua música tocando na rádio, sendo levada para outras pessoas, é muito gratificante.
 
No Brasil percebe-se a crescente tendência no lançamento de singles. Recentemente entrevistei o Leoni e ele disse que não sabe se voltará a lançar CDs, que continuará produzindo música, porém não nesse formato. Qual a sua postura sobre essa questão?

Eu vivi toda a transição e a transformação da indústria fonográfica com a chegada da era digital. E desde que me tornei independente e tive que aprender a me envolver com a parte comercial, fiz várias experiências para me entender com um mercado que se transforma toda hora. A minha maior dificuldade foi encontrar o espaço para colocar e atingir a parcela do púbico que ainda se interessava em adquirir o produto físico, que a música digital vinha tornando a compra do CD uma prática obsoleta. Para mim, a volta do interesse pelo vinil, por exemplo, comprovou que a ideia do avanço tecnológico não se dá de forma linear, que o suporte físico é fundamental para a compreensão da totalidade da criação artística contida em um disco. A sequência das músicas, a relação multissensorial (auditiva, tátil, visual, olfativa), a experiência vinda do contato com o objeto, a relação do conteúdo sonoro com a arte da embalagem, enfim, tudo isso se perde na música digital.
 
Para finalizar, você poderia me dar sua opinião como cidadão e artista brasileiro sobre o nosso atual cenário político e quais são suas perspectivas para os próximos anos?

A situação política do nosso país é tenebrosa. Há uma grande falta de ética não só dos políticos, mas também do poder judicial. Eu ando muito desanimado e acho que o Brasil vai levar muitos anos para se refazer, para reconstruir. Eu sou um otimista eterno, mas diante de tudo o que estamos vivendo, não consigo manter esse espírito. Claro que ainda há pessoas e possíveis candidatos que eu acredito, mas o tempo é de reflexão.
 
SERVIÇO

O QUE: Show “Voz e Violão”
QUEM: Nando Reis
ONDE: Center Convention (Av. João Naves de Ávila 1.330, Piso C, Tibery)
QUANDO: hoje, às 21h
INGRESSOS: Setor 1: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia-entrada), Setor 2: R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia-entrada) e Setor 3: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada) à venda na Loja Dudalina no Center Shopping (sem taxa de conveniência) e pelo site alphatickets.com.br (com taxa de conveniência)
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
INFORMAÇÕES: 3231-4533 (Dudalina)
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