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25/04/2018 às 19h48min - Atualizada em 25/04/2018 às 19h48min

Cemig acha 'gatos' em 60% de inspeções em Uberlândia

DA REDAÇÃO
Companhia esperava fazer mais de 600 cortes na cidade | Foto: Divulgação

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) identificou irregularidades em 60% das inspeções feitas durante a operação antigatos realizada em Uberlândia na segunda (23) e terça-feira (24). Até hoje, em continuidade do mutirão, 45 instalações foram visitadas.

Cerca de 150 profissionais da Cemig participaram da operação, que aconteceu simultaneamente em todas as regiões do estado. A expectativa era realizar 400 inspeções por suspeita de fraudes e ligações clandestinas e 5.200 cortes por inadimplência.

Em Uberlândia, a previsão inicial era realizar 37 inspeções e 600 cortes. Só no ano passado, no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, foram realizadas 6.459 inspeções, sendo que em 3.681 foram encontradas irregularidades, com 57% de acerto.

As ligações irregulares e clandestinas, popularmente conhecidas como gatos, geram prejuízo anual de aproximadamente R$ 300 milhões à companhia. De acordo com Armando Fernandes Rocha, engenheiro de planejamento energético da Cemig, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por isso, a companhia investe em operações e possui, ainda, um centro de inteligência que acompanha o consumo em tempo real de todos os seus clientes.

“Acompanhamos o consumo dos mais de 8 milhões de clientes e, além de fazer a rotina diária de inspeções através dessas avaliações de consumo, fazemos inspeções rotineiras e mutirões em todos o estado. Temos encontrado muitas irregularidades e, ao corrigi-las, conseguimos preservar a receita da companhia”, disse o engenheiro.

Armando Rocha ressalta que essa fraude acontece em todas as classes sociais e precisa ser combatida exaustivamente para conscientizar a sociedade. “É uma questão de cultura e estamos combatendo isso. O prejuízo é rateado entre a Cemig e todos os consumidores adimplentes, diminuindo os ganhos da distribuidora e encarecendo a tarifa para aqueles que usam a energia de maneira honesta.”

CRIME

Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e prevê multas e pena de um a oito anos de reclusão, além da obrigação de ressarcimento de toda a energia furtada e não faturada em até 36 meses, de forma retroativa.
 
“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes, danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia, devido às constantes interrupções no sistema elétrico provocadas pelo consumo irregular. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, afirmou Armando Rocha.

As ligações irregulares e clandestinas representam a segunda maior causa de mortes com eletricidade no Brasil, atrás apenas de acidentes fatais na construção civil e manutenção predial. A população pode denunciar irregularidades pelo telefone 116. O risco de acidentes decorre da falta de padronização e de proteção adequada das ligações ilegais, que muitas vezes deixam os cabos de energia expostos.
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