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20/04/2018 às 19h35min - Atualizada em 20/04/2018 às 19h35min

Reunião debate proibição de barracas para romeiros

MPF, PRF, DNIT e sociedade civil tentam encontrar solução para impasse

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
Ministério Público Federal convocou audiência após receber representação de responsáveis por barracas | Foto: Mariely Dalmônica

O Ministério Público Federal (MPF) em Uberlândia realizou hoje uma audiência pública para discutir a proibição do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sobre a montagem de barracas de apoio aos romeiros que vão em direção a Romaria, às margens da BR-365. Objetivo foi ouvir os cidadãos, o Dnit e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para tentar encontrar solução ao impasse. Possibilidades serão avaliadas nos próximos dias.

O Dnit proibiu a instalação de barracas ainda no ano passado, mas mesmo assim as estruturas foram montadas após liminar judicial. À época, o Departamento justificou que a decisão para barrar as estruturas teria sido tomada por motivos de segurança e por causa obras na BR-365.

De acordo com o procurador Leonardo Andrade Macedo, o MPF recebeu uma representação com relatos dos responsáveis pelas montagens das barracas. “Para eles, a falta de barracas durante o percurso dos romeiros faria com que o trânsito de veículos aumentasse, e com isso, também poderia aumentar o número de acidentes”, disse.

As barrancas que se instalam ao longo da rodovia fornecem água, alimentos e assistência médica para romeiros que seguem a pé para a tradicional festa de Nossa Senhora da Abadia, que acontece em agosto.

Segundo a inspetora Jane Santos, a PRF quer a segurança dos romeiros e não é contra a instalação de barracas, mas elas precisam estar em locais adequados. “Nós solicitamos que o Dnit instalasse placas e isolasse uma faixa só para os romeiros andarem no ano passado”, contou a inspetora.

De acordo com Márcio Antônio Rezende, padre do Santuário Nossa Senhora da Abadia, a festa é uma tradição de 147 anos e há anos não acontecem acidentes durante o percurso dos romeiros. “O movimento é maior em apenas dois fins de semana do ano e essa fé deve ser respeitada”, disse.

O Sérgio Marques monta uma barraca há 11 anos para ajudar os fiéis que passam por lá. Ele gostaria que fosse feito um caminho adequado para que os romeiros caminhassem com maior segurança. “Enquanto isso não acontece, esperamos que o Dnit e a PRF ajudem na sinalização e não retirem as nossas barracas”, afirmou.

Para André Faleiros, presidente da irmandade Nossa Senhora da Abadia, além de quebrar uma tradição, a falta de barracas poderia ocasionar acidentes devido ao grande fluxo de carros. “Com a retirada das barracas, nós também retiramos o conforto dos romeiros, e todos eles necessitariam de carros de apoio”, disse.
 
OPÇÕES
 
Ao fim da audiência, Macedo disse que irá analisar algumas opções nos próximos dias, antes de expedir recomendações. Entre elas estão a construção de uma faixa só para romeiros e um estudo geográfico de locais adequados para instalar as barracas.

“Uma outra opção seria que a PRF fizesse recomendações, como um manual de boas práticas para os romeiros e o Dnit não praticasse atos de fiscalização durante os dois fins de semana de festa, porém, as barracas devem estar dentro dos parâmetros de segurança".
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