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31/03/2018 às 08h00min - Atualizada em 31/03/2018 às 08h00min

Judeus de Uberlândia iniciam ritos de Páscoa

MARIELY DALMÔNICA | REPÓRTER
Seis componentes são colocados em bandeja da Kearah durante a Pessach | Foto: Carlos Alberto Póvoa/Arquivo Pessoal
Ovos de chocolate e colomba pascal dão lugar a alimentos não fermentados. Enquanto os cristãos comemoram a Páscoa amanhã, os judeus começaram ontem a celebrar a Pessach, a Páscoa Judaica ou a Festa da Libertação, que vai até o próximo sábado (7). Em Uberlândia, seguidores do Judaísmo realizam celebrações em casa, já que a cidade não conta com uma sinagoga.

Como a Páscoa cristã, a Pessach não tem uma data fixa no calendário, sendo celebrada no início da primavera em Israel, durante oito dias. Diferentemente da celebração católica, que representa a ressurreição de Jesus Cristo, a Páscoa Judaica comemora a libertação dos hebreus depois de 400 anos de escravidão no Egito.

“É a celebração mais importante do Judaísmo”, afirmou o professor universitário uberlandense Carlos Alberto Póvoa, que celebra a Festa da Libertação em casa.

“O Judaísmo é carregado de simbolismo, bênçãos e histórias. Durante a Pessach nós, judeus, tentamos fazer tudo como está escrito e como foi ordenado, para que nunca seja esquecido tudo que a gente passou”, disse a estudante uberlandense Flávia Teles.

Durante a celebração, nenhum alimento fermentado é consumido. “O primeiro processo é jogar fora ou doar todo o alimento fermentado que temos em casa”, explicou Teles. Neste período, os judeus têm o costume de se alimentar com o Matzá, um pão não fermentado que simboliza a fuga do Egito. Outro componente que integra os ritos é a Kearah, travessa com seis cavidades que é colocada no centro da mesa de refeições. “A Kearah tem ovos, ossos e outros alimentos que representam as dificuldades que os judeus passaram durante o tempo deserto”, disse Póvoa.

Além de alimentos típicos, a noite de Pessach é marcada por canções e leituras. “Nós lemos o Hagadá, que é o texto utilizado na noite do Pessach. Ele conta a história da libertação do povo de Israel do Egito conforme é descrito no Livro do Êxodo”, completou Flávia.

Um símbolo judeu e bastante conhecido é a kippah, acessório que os homens usam na cabeça durante a celebração. De acordo com Póvoa, ela não serve apenas como uma forma de identificação judaica. “A kippah é usada para mostrar que o homem está abaixo de Deus”, explicou.

O sétimo e oitavo dia da Pessach são finalizados com a comemoração da “Abertura do Mar Vermelho”, quando o povo judeu se salvou definitivamente da escravidão do Egito e com uma reza especial em memória a entes queridos já falecidos.

A comemoração tem o costume de acolher todos os interessados. “Pessoas que não são judias também podem fazer parte dessa cerimônia. Nós judeus somos muito abertos. Não pregamos o judaísmo, mas sempre falamos com muito orgulho sobre isso”, disse Flávia Teles.
 
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