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13/03/2018 às 08h50min - Atualizada em 13/03/2018 às 08h50min

Adesão a planos de saúde cresce 6,29% em Uberlândia

Mais de 14,3 mil pessoas contrataram serviços médico-hospitalares entre 2017 e 2018

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Professora Marliane Menezes optou por aderir a um plano de saúde após ficar grávida | Foto: Núbia Mota

Em um ano, cresceu em 6,29% o número de beneficiários de plano de saúde em Uberlândia. Entre 2017 e 2018, mais de 14,3 mil pessoas contrataram planos, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A desconfiança em relação à qualidade de atendimento em unidades públicas é o principal motivo que poderia explicar o crescimento do mercado. Em todo o País, no entanto, as operadoras dos planos de saúde estão no topo das reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Em janeiro do ano passado, a ANS identificou 227.568 beneficiários de planos de saúde médico-hospitalar no Município. Em igual período de 2018, foram identificadas 241.895 pessoas com plano de saúde. Há pelo menos sete operadoras do setor em Uberlândia, além de planos feitos em clínicas locais.

Os números mostram uma evolução do mercado local, uma vez que entre os anos de 2015 e 2016 houve queda de 6,73% entre pessoas que tinham planos de assistência médica na cidade. A queda estava ligada à extinção de uma modalidade de contratos de uma das principais operadoras locais.

Com 20 anos de mercado, o consultor Rosenvaldo Alves avalia que a crise na saúde pública, de uma maneira geral, assusta as famílias, que buscam garantias no atendimento à saúde. “Quanto maior a crise, mais buscam os planos. Quando surgem epidemias, por exemplo, também há esse tipo de reação”, disse.

Outro fator que aponta para a melhora do mercado como um todo é a reação da economia nos últimos meses. “Isso dá autonomia de compra e saúde é prioridade nas famílias. Mesmo com a pequena reação recente [da economia] há o aquecimento das vendas de planos.”

SAÚDE DO FILHO

Foi por causa da gravidez que a professora de zumba Marliane Menezes resolveu contratar um plano de saúde, ainda no final de 2016. Quando deu à luz, em abril de 2017, o recém-nascido foi incluído no plano. Os custos, no entanto, impediram que o marido também estivesse na cobertura do contrato, mesmo que ela recentemente tenha renegociado o plano e contratasse outra operadora.

A professora diz que já teve problema com o sistema público de saúde. “Marquei uma ultrassonografia há alguns anos e até hoje nada, por isso fico na luta para pagar um plano privado”, disse.

CONSUMIDOR

Planos de saúde lideram ranking de reclamação

Os planos de saúde é o setor que mais recebeu reclamações de consumidores direcionadas ao atendimento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Segundo o levantamento divulgado ontem, os contatos relacionados a operadoras de saúde somaram 23,4% do total em 2017. O setor fica no topo do ranking pelo terceiro ano consecutivo, sendo responsável por 28,06% das queixas em 2016 e por 32,7% em 2015.

Em Uberlândia foram registradas 451 reclamações por parte dos beneficiários. Segundo o Idec, a maior parte das reclamações dos consumidores vem sobre o reajuste abusivo dos planos, especialmente empresariais e coletivos.
Além disso, tem incomodado os usuários as negativas de cobertura e falta de informações sobre os planos.

Dicas de segurança em um plano de saúde

A Agência Nacional de Saúde disponibiliza uma cartilha para que os usuários de planos de assistência médica se mantenham orientados no fechamento de um contrato. A advogada Janaina Almeida recomenda a consulta desse material, mas resumiu o assunto em 10 dicas básicas antes da contratação.

1. Tipo de contratação: é preciso saber qual tipo de plano é melhor, familiar ou empresarial, por exemplo.
2. Carência: necessário ter claro o período estipulado em contrato
3. Abrangência geográfica: evite sustos quando estiver fora do domicílio.
4. Cobertura: é daqui que vem grande parte da judicialização no setor. O contrato deve especificar os tipos de tratamentos e doenças que cobre e ser respeitado.
5. Rede de Prestadores: quem vai receber o paciente ligado àquela operadora.
6. Condições de reembolso: quando tenho direito a receber de volta meu dinheiro?
7. Acomodações: ser claro no recebimento do paciente, se quarto ou apartamento, por exemplo.
8. Preços: se você fica inadimplente, é possível o rompimento do contrato.
9. Reajustes: há três possibilidades de reajustes, de acordo com ANS, por faixa etária e no aniversário de contratos específicos.
10. Conferir situação da operadora junto à ANS.
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