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23/02/2018 às 00h12min - Atualizada em 23/02/2018 às 00h12min

Polícia Estadual vai reforçar fiscalização em vias federais

MG, SP e ES se juntam à União para tentar cercar migração do crime do Rio

ARTUR RODRIGUES | FOLHAPRESS
Torquato Jardim se reuniu com secretários de segurança dos três estados vizinhos do Rio | Foto: Isaac Amorim/MJSP

Em encontro com secretários de Segurança Pública de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, anunciou nesta quinta-feira (22) um pacto elaborado para diminuir "prováveis consequências" da intervenção no Rio de Janeiro em Estados vizinhos. A ideia é dificultar o transporte de carregamentos de munição direcionados ao Estado fluminense. A única medida concreta anunciada, porém, foi a intensificação de operações nas rodovias com a atuação de policiais estaduais em vias federais.

Torquato se encontrou na sede da secretaria de Segurança Pública em São Paulo com os secretários Mágino Barbosa (São Paulo), André Garcia (Espírito Santo) e Sérgio Barboza Menezes (Minas Gerais). A reunião, que durou cerca de duas horas, foi para articular estratégias conjuntas de segurança pública. "A intervenção do Rio, se for bem sucedida, trará consequências para os três Estados", disse Torquato. "São os três primeiros vizinhos os primeiros a ser atingidos. Se a onda virar tsunami e for necessário, esse tipo de cooperação também será realizado com tantos outros Estados forem necessários".

A convocação da reunião foi feita pelo secretário de Minas com objetivo de ter um panorama das operações da intervenção, apresentar planejamentos e estabelecer um fluxo em tempo real de informações e de inteligência.

Torquato afirmou que, se necessário, os Estados podem receber apoio financeiro. Ele ressaltou que a atuação fora do Rio continuará a ser chefiada pelos Estados, e que a integração com as forças federais ocorrerá por meio de planejamento operacional conjunto e troca de informações.

O ministro afirma que, em experiências anteriores, não houve migração de criminosos para Estados vizinhos. Mas sinalizou que pode haver intensificação de tentativas de transporte de encomendas do tráfego, como munições, por exemplo. Ele afirma que os criminosos do Rio já têm feito menos disparos contra as forças de segurança, o que significaria menos munição disponível nas mãos do crime organizado.

As polícias estaduais também devem intensificar a atuação em estradas que possam levar ao Estado fluminense, como Dutra e Fernão Dias. Além dessas grandes rodovias, estradas vicinais que podem ser usadas como alternativas para o crime organizado, também terão a fiscalização intensificada.

“Já temos operação rotineira em divisas. Vamos realizar operações com forças estratégicas da Polícia Militar, Polícia Civil, mas serão operações que não vão representar custo maior para as polícias”, acrescentou o secretário da Segurança paulista, Mágino Barbosa.

Além dos Estados vizinhos ao Rio, o governo federal afirmou que a atuação nas fronteiras também deve ser intensificada. "Os maiores produtores de cocaína e maconha são vizinhos do Brasil", disse Torquato. 

INTELIGÊNCIA

Secretário mineiro propôs reforço da integração

AGÊNCIA MINAS | BELO HORIZONTE 

No encontro com o ministro da Justiça, o secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Sérgio Barbosa Menezes, propôs o reforço da integração entre as inteligências de Minas, São Paulo, Rio e Espírito Santo, com troca de informações de forma contínua e com acesso a possíveis alertas e movimentos identificados da ação no Rio.

O “esforço de inteligência integrado”, como destacou Menezes, vai focar, principalmente, no mapeamento das divisas, avaliações de fluxos de entrada de armas e drogas e na gestão estratégica de alvos. A proposta mineira foi aceita pelo grupo, que já marcou para a próxima semana uma reunião com as áreas de inteligência dos estados e do Ministério da Justiça para tratar os desdobramentos.

O secretário mineiro sugeriu ainda a reativação de um comitê bem-sucedido no estado, nas Olimpíadas em 2016, chamado de Comitê Executivo de Segurança Integrado Regional (Cesir). Por meio do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), do Governo do Estado, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Federal, Exército, Polícia Rodoviária Federal e Sistema Prisional atuariam em conjunto, de forma a tomar decisões estratégicas de forma integrada, rápida e inteligente.

Menezes, entretanto, afirmou que as ações e integrações realizadas até então são preventivas, uma vez que não acredita na migração de criminosos para Minas.

Para ele, Minas está em posição privilegiada, preparada nas áreas de inteligência e operacional, com queda nos índices de criminalidade e, por isso, trabalha para manter essa continuidade.
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