Em Uberlândia, cobertura vacinal está em 90%, segundo a PMU / Foto: Araípedes Luz/Secom/PMU Chegou a 76 o número de mortes por febre amarela em Minas Gerais, segundo o boletim epidemiológico divulgado nesta semana pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). O informe mais recente mostrou que foram confirmadas 15 novas mortes pela doença. No boletim epidemiológico anterior, divulgado pela pasta em 6 de fevereiro, eram 61 óbitos. Não há nenhuma morte confirmada nos municípios que compõem a Unidade Regional de Saúde de Uberlândia.
Ainda segundo os dados da SES, desde o início do 2º período de monitoramento da febre amarela (julho/2017 a junho/2018), foram confirmados 183 casos da doença no estado - outros 404 casos continuam em investigação.
Do total de casos confirmados de febre amarela silvestre, 167 (91,3%) são do sexo masculino e 16 (8,7%) do sexo feminino. Dentre os óbitos, três foram do sexo feminino, representando 3,9% do total de óbitos confirmados. Todos os casos foram confirmados laboratorialmente. Até o momento, não há relato de vacinação para a febre amarela entre os casos confirmados. A mediana de idade dos casos confirmados é de 48 anos. A letalidade por febre amarela em Minas Gerais no período de 2017/2018 é de aproximadamente 41,5%.
COBERTURA VACINAL Atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais está em torno de 83,38%. Ainda há uma estimativa de 3.299.174 pessoas não vacinadas contra o vírus, especialmente na faixa-etária de 15 a 59 anos, que também foi a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida em 2017. Entre os 853 municípios do Estado, 37,63% (321) delas não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 33,65% (287) dos municípios têm entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados; com mais de 95%, estão 28,72% (245) das cidades mineiras com recomendação de vacina.
Em Uberlândia, de acordo com informações divulgadas pela Prefeitura, foi atingida 90% da cobertura vacinal. O índice recomendado pelo Ministério da Saúde é de 95%.
MACACOS MORTOS Apesar de não haver registros relacionados à febre amarela em humanos em Uberlândia, há a confirmação de um macaco contaminado pelo vírus na cidade. O animal foi encontrado morto em novembro de 2017. Desde o dia oito deste mês, cinco primatas foram achados mortos na cidade. Estes casos ainda são investigados.
REFERÊNCIA Internações do Triângulo serão atendidas no HC-UFTM
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, unidade vinculada à Rede Ebserh, vai oferecer atendimento para casos de febre amarela detectados nos 54 municípios que compõem as Gerências Regionais de Saúde de Uberaba, Uberlândia e Ituiutaba. A instituição foi escolhida pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais para centralizar as demandas com necessidade internação.
A medida, que já está valendo, foi tomada após reunião de gestores do HC com a subsecretária de Gestão Regional da SES, Márcia Silva, e o secretário municipal de Saúde de Uberaba, Iraci Neto, ocorrida em meados de janeiro. Uma comissão formada por membros da unidade hospitalar, Superintendência Regional de Saúde e município finalizouo fluxo a ser observado nos atendimentos.
Segundo o infectologista Rodrigo Juliano Molina, membro da comissão, “os casos suspeitos serão comunicados à Central Regional de Regulação pelos serviços de saúde de origem, após realizados exames que evidenciem a infecção”. A Central, por sua vez, enviará o paciente para confirmação de sorologia e tratamento no HC-UFTM, em todos os casos graves, sem necessidade de espera por vaga. Quadros leves e moderados receberão cuidados ambulatoriais na própria cidade de origem.
“No Hospital de Clínicas, os atendimentos serão iniciados no pronto-socorro, onde infectologistas e a equipe de plantão vão definir a melhor conduta para cada caso: internação em enfermaria ou em unidade de terapia intensiva - UTI”, informou a chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente, Cristina Oliveira.
De acordo com o superintendente regional de Saúde de Uberaba, Ivan Silva, eventuais extrapolamentos no uso dos leitos de UTI serão remunerados pela SES à secretaria municipal, que efetuará o repasse, de modo a preservar os recursos alocados nos tratamentos intensivos de costume do Hospital de Clínicas.
O superintendente regional acrescenta que a escolha do HC-UFTM para assumir a centralização se justifica na experiência da equipe técnica, além da excelência no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias, “características que demonstram capacidade de oferecer atenção qualificada em casos graves”. A equipe médica conta com oito infectologistas em esquema de atendimento 24 horas, todos os dias da semana.