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29/01/2018 às 07h10min - Atualizada em 29/01/2018 às 07h10min

Balança comercial fecha ano com 6,1% de aumento

Uberlândia tem saldo de US$ 275 mi com destaque para agroexportações

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Empresária Rosalina Vilela, da Erlan, quer dobrar faturamento com exportações em 2018 / Foto: Divulgação

Com um crescimento de saldo na balança comercial na ordem de 6,1% em 2017, Uberlândia se destacou no período como exportador de produtos agropecuários, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). Ainda que o mercado internacional atingido tenha sido variado, entre os continentes europeu e asiático, por exemplo, existem planos de expansão em tipos de mercadorias e ganhos. Algo que depende de vontade e costuras políticas, segundo o mercado, além de maior colaboração do poder público, principalmente em relação à desoneração de impostos.

Entre janeiro e dezembro do ano passado, Uberlândia conseguiu US$ 415,97 milhões em exportações, contra US$ 140,16 milhões gastos em importações. O saldo de 2017, então, ficou em US$ 275,81 milhões. Em 2016, ainda que a balança comercial também tenha ficado positiva, o saldo foi de US$ 259,94 milhões. O saldo positivo no fim do ano passado se deu pela junção de um crescimento da exportação entre os dois anos de 2,8% ao mesmo tempo que as importações caíram cerca de 3% em igual período.

Também de acordo com dados do Mdic, produtos como soja, milho, carne e tabaco estão os mais exportados. Chama a atenção que mesmo com uma crise que demitiu quase metade dos funcionários de um grande produtor de couros na cidade em 2017, o produto ainda esteja entre os cinco mais exportados de Uberlândia. Charutos e cigarros também têm uma boa parcela na balança comercial positiva, assim como óleo de soja e subprodutos. Os maiores mercados internacionais para a indústria de Uberlândia são países como China, Vietnã, Holanda, Índia, Estados Unidos, Alemanha e Israel.

Hoje a cidade está entre as 20 com maior saldo na balança em Minas Gerais e entre as 100 maiores do País, mas ainda perde para a vizinha Araguari, cujos grandes motores das exportações são café e carne. “Este saldo positivo significa divisas de capital que vem de fora para irrigar a nossa economia, aumentar nossos postos de trabalho, gerando mais equilíbrio social”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Uberlândia, Dilson Dalpiaz.

Ele também afirma que o crescimento deste tipo de negócio é importante para a economia local e que a representatividade hoje tem potencial para se desenvolver mais. Isso passaria, na opinião de Dalpiaz, pela capacitação das próprias empresas, as quais encontram no mercado externo maior concorrência e exigência.

MENOS IMPOSTOS

Do lado do mercado, mesmo feliz com o resultado em um ano que iniciou em meio à desconfiança da crise política, o pedido é de incentivos e menor carga tributária.

“A crise é política. Se tiver paz na política, nossa economia é respeitada. Mesmo com uma taxa Selic a 7,5% os juros em bancos continuam altos, até a 36% ao ano em determinados casos”, afirmou o presidente da regional Vale do Paranaíba da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Éverton Magalhães.

Ele ressaltou que o Estado mineiro hoje está quebrado, o que levou a aumentos de impostos e alíquotas, o que não ajuda na ampliação de qualquer tipo de negociação interna ou externa. Ele ainda disse que a Fiemg tem negociado para redução na tributação.

Tanto Magalhães quanto o secretário de Desenvolvimento Econômico citaram a junção de cerca de 20 entidades e empresas na busca de internacionalização de negócios do Município. O Conselho de Desenvolvimento (Coden) implantou uma câmara técnica específica para tratar do assunto. Os membros se reúnem periodicamente para tratar de projetos e iniciativas em busca de fomento das relações empresariais com o exterior.
 
DISTRITO INDUSTRIAL

Empresários aguardam municipalização de área

Paralelamente a um projeto de revitalização do Distrito Industrial de Uberlândia, empresários também esperam pela municipalização do espaço. Enquanto o primeiro visa melhorar áreas com abertura de vias e alargar outras, melhorar iluminação e também segurança, a municipalização do setor é visto pelo mercado com uma forma do próprio Município colaborar com as indústrias e, com isso, facilitar a vinda de novas empresas ou incremento das atuais.

Hoje o Distrito Industrial é ligado à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Desde 2012, por meio da Lei 20.020, a autarquia estadual tem passado a administração de distritos para as prefeituras. Foi o caso de Uberaba, cujo processo foi consolidado no ano passado.

Em Uberlândia, a municipalização é estudada há quase cinco anos. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Dilson Dalpiaz, o processo ainda passa por tratativas. Neste momento há o levantamento de área disponível, o que pode ser diferente de um antigo e não oficial número que apontava 300 mil m2 de área livre, segundo dados da União das Empresas do Distrito Industrial de Uberlândia (Unedi).

A municipalização, aponta a Fiemg, desburocratizaria negociações que envolvam o distrito. “Há bastante área, mas não atinge a capacidade instalada. É uma medida importante, mas não se pode pensar apenas naquela área como forma de ampliar a instalação de empresas em Uberlândia. Não vai ser por falta de área que isso não vai acontecer”, afirmou Dalpiaz.
 
META

Erlan quer dobrar faturamento com exportação

No último ano, a Erlan, tradicional indústria de doces de Uberlândia, voltou a investir com maior força na exportação depois de um período dedicado apenas ao mercado interno.

O resultado foi um crescimento de 98% na representatividade do faturamento da empresa. Ainda assim, a fatia das vendas em mercado externo equivale a apenas 3,33% do faturamento geral da Erlan. Para este ano, a meta é duas vezes maior: 6,5%.

A participação em feiras e visitas a clientes no exterior é a estratégia da empresa. “Em 2 017 participamos da Gulfood em Dubai, Yummex em Dubai e Anuga em Colonia, na Alemanha”, disse a presidente da Erlan, Rosalina Vilela.

Balas, pirulitos e chocolates da indústria local hoje chegam a países como Angola, Namíbia, Estados Unidos, África do Sul, República Dominicana, Emirados Árabes, Uruguai, Paraguai e Arábia Saudita. Em 2018, o plano é entrar no mercado chinês.
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