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08/01/2018 às 16h15min - Atualizada em 08/01/2018 às 18h31min

Reajuste da gasolina gera protesto em distribuidora

Durante toda a manhã nenhum caminhão entrou ou sair de terminal da cidade

ISABEL GONÇALVES E WALACE TORRES | REPÓRTERES
Manifestantes saíram às ruas de Uberlândia usando roupas e bandeira do Brasil / Foto: Walace Torres

 

A distribuidora da Petrobras em Uberlândia passou a manhã de hoje sem receber caminhões ou conseguir liberar a saída de veículos com combustíveis por causa de um protesto organizado pelas redes sociais contra os últimos reajustes nos preços, em especial da gasolina, que desde o dia 2 de janeiro vem sendo vendida a R$ 4,69 o litro na maioria dos postos da cidade.

Centenas de veículos se concentraram na porta do terminal, localizado no bairro Morada Nova, e fecharam as três entradas, impedindo a entrada ou saída de caminhões da companhia. O protesto foi pacífico e teve o acompanhamento da Polícia Militar e de agentes da Settran. De acordo com os organizadores, pelo menos 150 veículos se concentraram na manifestação, que após o meio-dia se transformou em carreata até o Centro Administrativo, onde os manifestantes se dispersaram.

O movimento foi uma continuidade dos protestos iniciados na semana passada quando dezenas de motoristas fizeram filas em alguns postos de combustíveis e abasteceram apenas R$ 0,50 cada, exigindo em seguida a nota fiscal. Pelo menos cinco postos foram alvos dos manifestos que aconteceram na quinta (4) e sexta-feira (5).

A manifestação de hoje teve chamadas nas redes sociais durante o fim de semana. Os motoristas se concentraram na Praça da Bicota, no Centro de Uberlândia, às 6h, e depois se deslocaram até o terminal da Petrobras. Muitos tinham bandeiras e camisas do Brasil.

O autônomo José Roberto da Silva participou durante toda a manhã e, pouco antes do meio-dia, foi em casa buscar as filhas para participar com ele da carreata. “Eu busquei minhas filhas para que elas possam ver que vale a pena lutar pra termos um Brasil melhor. Estou com o coração radiante de ver os olhos das pessoas brilhando e a população aplaudindo nas ruas”, contou José Roberto, após a manifestação.

Vários manifestantes tinham nos carros e até nas roupas adesivos com o slogan “Não cruze os braços – O Brasil é nosso”. Uma página no facebook com o mesmo nome do movimento foi criada para divulgar o protesto, além de grupos de Whatsapp com aproximadamente duas mil pessoas. A intenção é que a iniciativa se espalhe para outras regiões do país.

“Estamos despertando outras cidades, já tivemos manifestação em Uberaba, tem manifestação organizada no próximo domingo em Machado, no sul de Minas, tem pessoas do Mato Grosso, do Nordeste, Londrina entrou em contato...então queremos ser exemplo para outras cidades, outros estados. Queremos provar que é possível parar o Brasil”, disse o comerciante Lauro Rodrigues, frisando que haverá novos manifestos na cidade até que a política de reajuste nos preços dos combustíveis seja revista. “Ainda não temos condições de parar só com esse grupo, mas conseguimos fechar o abastecimento por um período. Isso é muito forte. Sabemos que a base aqui abastece Goiânia e a região. Não vamos desistir. Juntos somos muito forte”, disse.

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, o protesto não gerou risco de desabastecimento.

 

AUMENTO DE PREÇOS

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER

O ano de 2018 começou com aumento de até R$ 0,30 no preço do litro da gasolina nos postos de Uberlândia. No dia 2 já tinha postos comercializando a gasolina a R$ 4,69. O aumento foi justificado pelos reajustes feitos pela Petrobras nas últimas semanas de 2017, além da correção da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tanto para a gasolina, quanto para o etanol, concedida pelo governo de Minas Gerais.

Ainda que a Petrobras tenha anunciado um recuo de 0,1% no valor da gasolina nas refinarias, desde junho de 2017 o combustível acumula uma alta de 31,87%. A última alteração no preço havia acontecido em 30 de dezembro, quando o reajuste havia sido de 1,9%. A estatal adotou em julho do ano passado um novo sistema de correção dos valores de combustíveis nas refinarias e segue o mercado internacional. Somente no último mês houve mais de 20 correções de valores.

A metodologia usada para precificar gasolina e diesel, segundo a própria empresa, “tem como base o preço de paridade de importação, que representa a alternativa de suprimento oferecido pelos nossos principais concorrentes para o mercado - importação do produto. Além de uma margem que considera os riscos inerentes à atividade de importação como volatilidade da taxa de câmbio e dos preços".


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