O ano de 2018 começou com aumento de até R$ 0,30 no preço do litro da gasolina nos postos de Uberlândia. Ontem, primeiro dia útil do ano, foi possível encontrar postos com combustível a R$ 4,69. O aumento foi justificado pelos reajustes feitos pela Petrobras nas últimas semanas de 2017, além da correção da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tanto para a gasolina, quanto para o etanol, concedida pelo governo de Minas Gerais.
Ainda que a Petrobras tenha anunciado um recuo de 0,1% no valor da gasolina nas refinarias para hoje, desde junho de 2017 o combustível acumula uma alta de 31,87%. A última alteração no preço havia acontecido em 30 de dezembro, quando o reajuste havia sido de 1,9%. A estatal adotou em julho do ano passado um novo sistema de correção dos valores de combustíveis nas refinarias e segue o mercado internacional. Somente no último mês houve mais de 20 correções de valores.
A metodologia usada para precificar gasolina e diesel, segundo a própria empresa, “tem como base o preço de paridade de importação, que representa a alternativa de suprimento oferecido pelos nossos principais concorrentes para o mercado - importação do produto. Além de uma margem que considera os riscos inerentes à atividade de importação como volatilidade da taxa de câmbio e dos preços".
ICMS
Em Minas, a alíquota do ICMS foi reajustada de 29% para 31% para a gasolina. No caso do etanol, a alteração foi de 14% para 16%. Os preços-base para cobrança do imposto também foram aumentados e no caso da gasolina chegou a R$ 4,42 por litro, o que representa cerca de R$ 0,12 a mais do que o praticado anteriormente.
No caso do álcool, o aumento de R$ 0,08 do preço-base para cálculo do ICMS fez com que o índice atingisse R$ 3,13. Com isso, já na tarde desta terça-feira, também foi possível encontrar o combustível até R$ 0,30 mais caro nos postos de Uberlândia, saindo de R$ 2,99 a R$ 3,29.
Na tarde de ontem, o posto gerenciado por Pedro Henrique Jorge ainda não tinha repassado os aumentos para os preços na bomba, o que iria acontecer até hoje. “Não há como segurar. Os reajustes (da Petrobras) acontecem quase todo dia. Os postos repassam, o que não é bom para a gente também, pois há reclamação do motorista e a redução de movimento”, disse.
O representante comercial Maurílio Portes concordou com o gerente e contou que reduziu o uso do carro desde o momento em que o preço da gasolina ultrapassou a casa do R$ 4. “Recebo ajuda de custo para trabalhar, mas, com o preço da gasolina inflacionado, uso menos o meu carro para passeio, por exemplo”, afirmou.
PROTESTO
O sindicato patronal do setor em Minas Gerais, o Minaspetro, organiza uma campanha de protestos contra os recentes aumentos de alíquotas e preços dos combustíveis e disponibiliza material gráfico para os revendedores. O objetivo, de acordo com a entidade, é mostrar “que, na maioria dos postos, o combustível revendido no estado ultrapassará a marca de 50% de impostos em seu preço final”.
Segundo o presidente da Minaspetro, Carlos Guimarães, essa é uma maneira de mostrar que os estabelecimentos também estão insatisfeitos. “Queremos que os clientes entendam que estamos juntos com eles nesta revolta contra o atual preço da gasolina”, explicou.