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29/11/2017 às 19h14min - Atualizada em 29/11/2017 às 19h14min

Gameleira histórica é cortada

Árvore plantada na avenida Monsenhor Eduardo não se recuperou de incêndio sofrido em outubro

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Corte foi necessário para evitar a queda sobre a avenida / Foto: Vinícius Lemos

 

Uma das maiores e mais antigas árvores gameleiras da avenida Monsenhor Eduardo, próximo à praça Sérgio Pacheco, teve que ser cortada ontem devido ao vandalismo. O trabalho durou todo o dia e buscou evitar acidentes, uma vez que galhos ou a árvore por completo poderiam cair sobre a avenida, uma das mais movimentadas de Uberlândia.

O trabalho começou às 8h e foi até o fim da tarde de ontem, com uma equipe de 20 homens aproximadamente. A poda foi de todos os galhos, deixando apenas o tronco da árvore, que não deve ser retirado, segundo levantamento feito pela reportagem do Diário. Da forma como ficou, ele não oferece risco de queda, ainda que haja grandes buracos no centro do caule.

A árvore foi queimada no dia 17 de outubro e não se recuperou. Não se tem informações de quem causou o incêndio, que chegou a afetar outra gameleira de grande porte ao lado da árvore destruída. Essa não foi a primeira vez que a gameleira cortada foi incendiada. Já em relação à segunda espécime afetada, segundo técnicos, não há o risco de desabamento e é possível que ela se recupere. No local ainda há outras seis árvores.

De acordo com a Prefeitura, uma equipe multidisciplinar da secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico acompanhava a situação, mas a gameleira não se recuperou dos danos causados pelo fogo. A decisão foi tomada após uma reunião na última semana. De acordo com o assessor técnico da secretaria de Meio Ambiente, Anderson Alves de Paula, nem mesmo a chegada das chuvas foi suficiente para que a árvore suportasse a agressão. “As folhas já tinham caído e estávamos acompanhando a inclinação dela. São biólogos, engenheiros agrônomos, geógrafos e técnicos florestais envolvidos, que entraram no consenso de que, para evitar consequências e garantir a segurança da população, não havia outra solução que não seja a retirada da árvore”, disse.

 

ÁRVORE HISTÓRICA

Tida como uma árvore com idade que varia de 80 a mais de 100 anos, a gameleira cortada, de acordo com explicação do engenheiro agrônomo Luiz Carlos Carvalho, é do gênero fícus e tem origem indiana e, presume-se, foi plantada, assim como as demais da avenida, como forma de criar sombra aos trabalhadores ferroviários. “É uma pena (o corte). São árvores antigas, referência no espaço urbano. Eram plantadas pelo crescimento rápido. Com referência ao impacto ambiental, sem dúvida é enorme, influenciando negativamente no conforto térmico”, disse Carvalho.

 

CORTES NO UTC

Ainda neste mês, o corte de uma série de árvores em frente ao Uberlândia Tênis Clube, na avenida Cipriano Del Fávero, também no Centro, chamou a atenção da população e houve manifestações contrárias na internet. De acordo com a Prefeitura, no entanto, os cortes foram necessários devido ao estado em que se encontravam os espécimes, que apresentavam “estrutura comprometida pela ação de fungos e cupins”. A “intervenção evita quedas e acidentes. Um serviço preventivo que antecede o período das chuvas”, informou uma nota publicada pela Prefeitura em uma rede social. Existe ainda a previsão de replantio de outras árvores no local.


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