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09/11/2017 às 05h39min - Atualizada em 09/11/2017 às 05h39min

Servidores pedem punição à presidente do Sintrasp

Denúncia aponta desvio de finalidade de imóvel cedido ao sindicato

VINÍCIUS LEMOS | REPÓRTER
Naara Bernardelli responde a um processo administrativo disciplinar na Prefeitura / Foto: Aline Rezende/Ascom CMU/Arquivo

 

Um grupo de servidores encaminhou um requerimento para que a Procuradoria Geral do Município apure uma eventual prática de crime cometido pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Uberlândia (Sintrasp), Naara Augusta Rezende Bernardelli. É pedida ainda uma ação de indenização, via judicial, por conta de problema já apurado e que envolve irregularidades na gestão do clube recreativo destinado aos servidores públicos municipais de Uberlândia. Atualmente, Naara Bernardelli já responde um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), instaurado no dia 26 de outubro, tendo como base o resultado de uma sindicância administrativa que apurou as denúncias.

O documento foi feito com base nos levantamentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou, em 2014, desvios de finalidade de um imóvel doado pelo Município ao Sintrasp, para a construção de sua sede social, com área de lazer e esporte para os associados. No entanto, segundo a denúncia, o imóvel localizado no bairro Jardim das Palmeiras foi cedido a uma entidade estranha à relação jurídica pactuada (Associação Vereda do Cerrado) e que estaria utilizando a estrutura para fins particulares, mesmo com cobrança de mensalidade. Ainda de acordo com a denúncia, a associação que passou a administrar o espaço destinado ao clube do servidor seria presidida pelo marido de Naara Bernardelli. Além disso, o documento encaminhado à Procuradoria do Município no dia 31 de outubro considera uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que “confirma materialidade bem como a autoria de práticas de malversação e desvio de finalidade de patrimônio público cedido pelo Município”.

Por conta do processo administrativo, Naara Bernardelli pode perder o cargo de servidora municipal, mas o requerimento pede outras duas providências, sendo uma ação judicial por danos materiais e morais e a outra uma notícia crime via Ministério Público Estadual (MPE).

O procurador Anderson Rosa Vaz, um dos autores do requerimento, explicou que o pedido é uma iniciativa de um grupo de aproximadamente 200 servidores. Para Vaz, as práticas ilícitas estão provadas. “A autoria está confirmada pela CPI, pela Sindicância Administrativa e ação judicial que provou desvio de finalidade do imóvel cedido. Os servidores esperam, agora, a justa punição administrativa, e a avaliação da Procuradoria Geral do Município para possível notícia crime e propositura de ação civil pública pelo próprio Município na defesa do patrimônio público e dos milhares de servidores públicos prejudicados pela má gestão do Sintrasp”, afirmou.

 

NAARA

Procurada pela reportagem do Diário do Comércio, Naara Bernardelli afirmou desconhecer o requerimento e que não houve nenhum comunicado. Ela diz que o caso se trata de perseguição política. “Mais um passo da perseguição. Tem que chegar ao meu conhecimento para depois saber o que se passa”, disse.

Naara Bernardelli está no quarto mandato consecutivo à frente do Sintrasp. A gestão passada foi praticamente sustentada por liminar. No início do ano houve intervenção judicial no sindicato durante o processo eleitoral, que até hoje é questionado por chapas de oposição. Uma nova liminar, obtida na segunda instância mineira mantém a presidente eleita no cargo até o julgamento do mérito.


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