Cem analistas tributários e auditores fiscais ligados à Delegacia da Receita Federal em Uberlândia paralisaram os trabalhos ontem. Eles apoiavam o movimento nacional que pedia o cumprimento integral do acordo salarial firmado em março de 2016 e que, segundo o sindicato do setor, não foi cumprido pelo Governo. Nenhum serviço foi executado pelos filiados ao sindicato nas unidades da Receita. O movimento durou só um dia e os trabalhos foram normalizados hoje.
De acordo com levantamento do Sindireceita, a adesão na Delegacia da Receita em Uberlândia equivaleu a 100% do efetivo dos filiados ao sindicato. Além do atendimento ao público não acontecer, processos como os de restituição, emissão de certidões, revisões e de parcelamentos também foram afetados.
O Porto Seco de Uberlândia não teve movimentação e os trabalhos em unidades de cidades como Araguari, Ituiutaba, Patrocínio e Patos de Minas também foram suspensos.
Em todo o País, sete mil analistas e 12 mil auditores aderiram à paralisação. Dessa forma, até mesmo as unidades aduaneiras tiveram atividades afetadas, como não atuação na Zona Primária (portos, aeroportos e postos de fronteira) e nos serviços das alfândegas e inspetorias, como despachos de exportação, verificação de mercadorias, trânsito aduaneiro, embarque de suprimentos, operações especiais de vigilância e repressão, verificação física de bagagens, dentre outros.
O movimento partiu como pressão para que o Governo Federal implemente o bônus por eficiência que deveria ser pago de maneira variável. Esse é um dos pontos que foram negociados entre 2015 e 2016 com Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, mas que não foi respeitado até agora, de acordo com o movimento. Há um prazo até o dia 31 deste mês para acontecer.
“A paralisação é um alerta, porque ainda não vimos qualquer manifestação do Ministério. Se não for cumprido o acordo assinado em março do ano passado, em novembro vamos deliberar uma possível greve”, disse o delegado sindical do Sindireceita em Uberlândia, Renato Celso Cardoso.