Com saldo positivo de 317 novas vagas formais criadas, setembro marcou o terceiro mês consecutivo com bons resultados em geração de emprego no ano em Uberlândia. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na última semana. Os resultados, contudo, são analisados com cautela pelo mercado, principalmente por conta da rea- ção do comércio. Ainda que tenha apresentado o melhor resultado no último mês entre todas as áreas pesquisadas, o setor continua com saldo negativo no ano (mais demissões do que contratações).
Segundo o Caged, em Uberlândia houve 7.768 contratações em setembro contra 7.451 demissões no período. Em saldo, o resultado é ligeiramente maior do que o de setembro de 2016, quando 306 vagas foram criadas. O saldo nos nove meses de 2017 medidos pelo Cadastro aponta 540 contratações a mais que desligamentos no Município. O acumulado até então é um avanço se comparado ao saldo de igual período do ano passado, quando Uberlândia tinha fechado 2.859 vagas.
A recuperação da economia local, segundo o economista Renan Würfel, é real, mas vagarosa, como era de se esperar. “O problema é não existir grande confiança na economia. Muitas empresas esperam o melhor momento”, disse.
O especialista explicou que a tendência é de melhora até o fim do primeiro semestre de 2018, mas com o fator eleições, fica difícil, nesse momento, precisar o que realmente pode acontecer no próximo ano.
COMÉRCIO
Com 244 postos de trabalho criados em setembro, o comércio teve o melhor resultado entre os diversos setores monitorados pelo Caged. Em segundo e terceiro lugares ficaram os serviços e indústria de transformação e serviços, saldos de 138 e 116 vagas, respectivamente.
Números fornecidos pela Prefeitura apontam que as profissões mais contratadas foram as de vendedor de comércio varejista e operador de telemarketing. Do outro lado, agropecuária foi o setor que mais fechou empregos formais no último mês, chegando a 114 deles, seguido da construção civil, que terminou setembro com saldo negativo de 73 vagas.
Para o diretor financeiro do Sindicato do Comércio de Uberlândia (Sindicomércio), Carlos França, o oferecimento de vagas de grandes supermercadistas foi essencial para os últimos números apresentados pelo Caged. Segundo ele, levando em consideração o saldo negativo de 867 postos de trabalho no ano, se 2017 terminar com resultado parecido com 2016, haverá o que se comemorar. “Muita gente migrou para o setor de serviços, onde a mão-de-obra não precisa de tanto capital quanto em um comércio. Existe até uma previsão de conseguirmos criar 5% a mais de empregos até o fim do ano”, disse França.
MINAS E BRASIL
O mês de setembro registrou aumento de 34.392 vagas nos postos de trabalho com carteira assinada em setembro no País, de acordo com o Caged. Este foi o sexto mês seguido em que foram abertas mais vagas de trabalho formal. No acumulado do ano, o saldo positivo chega a 208.874 empregos, um aumento de 0,5% em relação ao estoque de empregos de 2016.
Minas Gerais, contudo foi destaque negativo, com o fechamento de 4.291 vagas no período. Rio de Janeiro, com redução de 4.769 vagas, e Goiás, com menos 3.493 postos, fecham a lista dos piores geradores de emprego em setembro no País.