Cinco produtores de queijo da região foram escolhidos, ontem, para participar do 11º concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal, que será realizado em 2018. A escolha ocorreu durante o 2º Concurso Regional do Queijo Minas Artesanal da região do Triângulo Mineiro, realizado no Camaru. Entre os ganhadores, dois produtores são de Uberlândia.
Além dos representantes da cidade, participaram produtores das cidades de Monte Carmelo, com dois ganhadores, e Araguari, com um ganhador. O evento é promovido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), com o apoio do Sindicato Rural e da Prefeitura.
Um dos ganhadores foi o produtor uberlandense José Eustáquio Moreira, que participou da competição pela segunda vez. De acordo com ele, após conseguir o selo Queijo Minas Artesanal, em 2014, a produção e qualidade de seu produto só aumentaram. “Senti um crescimento de 60% no meu faturamento e na minha produção. Hoje consigo fazer 70 queijos por dia e a procura tem aumentado cada dia mais”, disse.
Outra produtora que representará Uberlândia no ano que vem é Maria Ieda Paulo de Jesus, no ramo há mais de 30 anos. Ela conta que conseguiu o selo Queijo Minas Artesanal há dois anos. No entanto, para seguir os critérios necessários, ela precisou diminuir a produção, para focar na qualidade. “Hoje consigo fazer 100 kg de queijo por semana, o que é bem menos do que eu produzia antes, mas, pelo outro lado, com a qualidade que adquiri, aumentei meu faturamento em 100%”, afirma.
O último concurso regional realizado em Uberlândia aconteceu em 2015, edição em que somente um produtor foi escolhido. Na ocasião, Patrício Fernandes, de Monte Carmelo, foi o grande campeão. Em 2017, Fernandes trouxe novamente seu queijo e também foi escolhido para participar da etapa estadual.
“É gratificante ter o nosso produto reconhecido, ainda mais por ser um trabalho que começou com a minha avó. Poder continuar a levar essa tradição é muito importante”, ressaltou Fernandes.
QUEIJO MINAS ARTESANAL
O queijo minas artesanal é produzido com leite cru e prensado manualmente. Outra característica é a utilização do “pingo”, um fermento lático natural que dá cor e sabor característico ao queijo.
Os queijos apresentados ontem foram analisados por cor, sabor, textura, formato e apresentação.
REGIÃO
Segundo o gerente regional da Emater, Gilberto Carlos de Freitas, o Programa Queijo Minas Artesanal promove a identidade dos queijos artesanais produzidos em sete regiões do estado, denominadas como: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro. Essas regiões incluem 75 cidades com mais de 9 mil produtores, responsáveis por produzir cerca de 50 mil toneladas de queijo por ano e geram cerca de 30 mil empregos diretos.
“Todo o programa é acompanhado pela Emater, que fica responsável por auxiliar os produtores e a forma de produção, e conta também com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que trabalha na fiscalização das propriedades”, disse.
Freitas ressalta também o que os produtores interessados em adquirir o selo Queijo Minas Artesanal devem fazer. “O ponto de partida é procurar o escritório da Emater no município onde esse produtor reside. Lá, o técnico irá auxiliar, agendando visitas à propriedade, reuniões e o contato com o IMA para que haja a fiscalização e a liberação, caso o produtor atenda os critérios”, disse Freitas.
Já o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Fonseca, afirma que é necessário investir no produtor rural. “O produtor que é escolhido nesses concursos tem uma valorização de no mínimo 20%, 30% em cima do produto. Isso aperfeiçoa cada vez mais o trabalho daquela pessoa, além de gerar mais renda”, afirmou.