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06/09/2017 às 05h05min - Atualizada em 06/09/2017 às 05h05min

Agronegócio: tecnologia vai dominar o campo

O setor que tem os números mais positivos da economia brasileira se reinventa rapidamente

ADREANA OLIVEIRA | EDITORA
Thiago Silveira é presidente do Sindicato Rural de Uberlândia / Foto: Adreana Oliveira

 

O homem urbano passa 24 horas do seu dia conectado a algo que tem origem no campo. O agronegócio brasileiro é uma das esperanças da recuperação da economia do país, e Uberlândia está em uma região rica e com boas perspectivas. A tecnologia no campo é algo que veio para ficar, mesmo dentro da agricultura familiar. Um exemplo é o queijo de minas artesanal da família de Marly Leite, de Sacramento, eleito, neste ano, o melhor do mundo em um concurso realizado na França que contou com mais de 700 produtores.

A família de Marly é uma das mil famílias assistidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Segundo o gerente regional de Uberlândia, o engenheiro agrônomo Gilberto Carlos de Freitas, o queijo de minas artesanal é prova de que o “artesanal” no nome não significa “sem tecnologia”.

“Há pouco mais de 30 anos, o foco da Emater é a agricultura familiar. Damos um suporte para produtores de leite, agroindústria de pequeno porte, olerícolas. A abrangência é grande porque a região se destaca na produção de segmentos diversos, como a fruticultura e a produção de grãos”, explicou. A Emater orienta os produtores a se adequarem às legislações sanitárias, trabalhistas e ambientais vigentes e coloca novas tecnologias e crédito rural a favor do pequeno produtor.

Na linha dos grandes, Thiago Silveira, sócio da Xapetuba Agropecuária, tem um modelo de agronegócio moderno que explora as atividades de suinocultura, avicultura, pecuária de leite e melhoramento genético. Para ele, qualquer empreendimento precisa estar de olho na produtividade e ser eficiente, para tornar-se competitivo em relação a custo e ter uma atividade saudável do ponto de vista econômico. “E sem tecnologia, isso é impossível, porque ela ajuda a aumentar a produtividade. Por isso, é uma necessidade no campo, seja em maquinários, seja em equipamentos e softwares de gerenciamento”, explicou ele, que também é diretor do Sindicato Rural de Uberlândia.

Os empresários do setor não param. Viajam para feiras em todo o mundo e testemunham lançamentos como tratores sem operador e aplicativos que permitem gerenciamento de produção a partir do smartphone. Ele explica que o Brasil é considerado[VP1]  é destaque na produção de carne bovina, suína e de frango, produção de soja, de milho e café e alcança o quarto lugar entre os maiores produtores de leite do mundo.

O presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Fonseca, afirma que estamos vivendo uma revolução e que, nos próximos dez anos, muita coisa vai mudar. “Não adianta querer fugir da tecnologia, que vai dominar o agronegócio. Já temos aplicativos desenvolvidos pela Monsanto, por exemplo, que me permite monitorar o que o operador está fazendo dentro da minha propriedade pelo telefone celular e custa R$ 800 por máquina”, comentou.

Para Silveira, manter os empregos no campo é fundamental, porém os trabalhadores terão novas funções. Por isso, os cursos oferecidos pelo sindicato e seus parceiros são essenciais. Agora os sindicatos enfrentam um novo desafio: devem se reinventar após a aprovação da lei que tira a obrigatoriedade da contribuição sindical. À frente de uma instituição com 54 anos de história, ele afirma que a situação não é das melhores, mas é preciso se adaptar. Os sindicatos terão de se transformar em empresas muito eficientes. Vão ter de abrir um portfólio para sobreviverem de produtos e serviços.

Atualmente, a ele cabe representar seus sócios perante o poder público, órgãos ambientais e entidades ligadas ao agronegócio, defendendo seus interesses e buscando melhores condições para a produção agropecuária. “Oferecemos uma série de benefícios hoje e logo deveremos atuar como uma corretora de seguros, investir mais no corpo técnico. Afinal, temos 600 associados e queremos mantê-los conectados com o que há de melhor no mundo do agronegócio”, finalizou.


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