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22/07/2017 às 08h40min - Atualizada em 22/07/2017 às 08h40min

Gasolina chega a R$ 4,39 em Uberlândia após anúncio

Consumidores enfrentaram fila para abastecer com preço antigo

WALACE TORRES | EDITOR
Na semana passada a gasolina estava R$ 3,79, e ontem havia preços de R$ 4,27 a R$ 4,39 / Foto: Walace Torres

Um dia depois do governo anunciar o aumento na alíquota de impostos que incidem sobre a gasolina, o diesel e o etanol, o consumidor de Uberlândia sentiu no bolso o reflexo da medida. O que a princípio impactaria o preço dos combustíveis nas refinarias já foi repassado aos postos que, por sua vez, aplicaram ontem mesmo reajustes que chegam a 15% no caso da gasolina. O litro de maior valor que até a semana passada era vendido a R$ 3,79 foi encontrado em alguns postos a R$ 4,39. Foi a primeira vez que o preço do litro da gasolina ultrapassa a barreira dos R$ 4,10 – há cerca de dois anos o litro chegou a ser vendido por R$ 4,09, o que durou aproximadamente uma semana.

O etanol que até o último dia 15 tinha o valor máximo de R$ 2,69, ontem chegou a R$ 2,99, o que representou um aumento de 11%.

Até mesmo gerentes de alguns postos que não quiseram se identificar mas conversaram com a reportagem do Diário do Comércio, afirmaram que o aumento praticado em alguns estabelecimentos na cidade foi  “abusivo”. Segundo admitiu um gerente, em Uberlândia há uma guerra deflagrada de preços de combustíveis. “Nos últimos quatro anos, pelo menos 35 postos fecharam ou trocaram de donos por causa da guerra de preços”, disse. Ainda de acordo com ele, postos que tentam se impor adotando preços abaixo da média, muitas vezes, não conseguem se manter e acabam “quebrando” diante da concorrência que tem mais condições de bancar por um tempo maior, o preço menor.

Os consumidores que precisaram abastecer ontem chegaram a pagar uma diferença de até R$ 0,60 a mais no litro da gasolina em relação a semana passada. O proprietário de um veículo com capacidade para 50 litros, por exemplo, desembolsou R$ 30 a mais para encher o tanque, considerando o valor mais alto (R$ 4,39).

Muitos consumidores ouvidos pela reportagem disseram que foram pegos de surpresa com o reajuste, deflagrado na manhã seguinte ao anúncio do governo. “Eu não pus muita fé que iria subir nas bombas tão rápido. Acabei pagando mais caro”, disse o estudante Bruno Nascimento, que optou por abastecer R$ 50 de etanol.

 

ÚLTIMO DIA

Consumidores enfrentam fila por preço antigo 

Enquanto a grande maioria dos postos amanheceu com preços atualizados ontem, o posto no interior do supermercado Carrefour, no Centro, manteve durante todo o dia o preço de R$ 3,37 o litro da gasolina, o que provocou longas filas praticamente o dia inteiro. O etanol também tinha o preço antigo, de R$ 2,37. No começo da tarde a fila percorreu todo o interior do estacionamento e tinha chegado na avenida João Naves de Ávila. Por causa da quantidade de veículos, a direção do posto retirou o letreiro com o preço da gasolina, deixando apenas à mostra o valor do etanol. Segundo informação da gerência, o valor antigo seria mantido durante todo o dia e a retirada foi necessária para evitar que o fluxo de veículos gerasse mais transtornos ao hipermercado.

O corretor de imóveis Francisco Ismar passou uma hora e quarenta minutos na fila e aproveitou para encher o tanque. Ele pagou R$ 125. Se tivesse abastecido com o preço reajustado, pelo maior valor, teria desembolsado R$ 160. “O governo está jogando em cima dos pobres a conta”, disse revoltado.

Com a gasolina a R$ 4,39 (maior valor encontrado) ou a R$ 4,29, como adotou boa parte dos postos em Uberlândia, se torna mais vantajoso para os proprietários de veículos flex abastecer com etanol. A diferença no preço do litro em relação a gasolina ainda está abaixo de 70%. O vendedor Carlos Eduardo Guimarães tem como preferência a gasolina, mas com 15% de reajuste no preço, ele disse que a partir de agora só passará a usar etanol. “Eu gasto pelo menos um tanque por semana, com esse preço não é viável usar gasolina”, disse.

 

SINDICATO

Minaspetro repudia o aumento de alíquotas 

Em nota divulgada à imprensa, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo em Minas Gerais (Minaspetro), entidade que representa cerca de quatro mil postos revendedores de combustíveis no estado, manifestou repúdio ao reajuste de alíquotas de PIS/COFINS incidentes sobre os combustíveis revendidos em todo o território nacional.

“O Estado – leia-se também outras esferas do poder público - utiliza do setor de distribuição e revenda como mero vetor de arrecadação, instituindo aos produtos comercializados neste segmento altíssimas alíquotas, que chegam a representar, no caso da gasolina, combustível mais comercializado no país, cerca de 45% do seu valor final”, aponta.

Ainda de acordo com a entidade, “as novas alíquotas poderão trazer consequências econômicas significantes, tanto para os postos de combustí- veis quanto para o consumidor final, que terá o seu poder de compra reduzido diante dos novos valores praticados pelos postos combustíveis.

O Minaspetro destacou ainda que “o mercado de combustíveis é livre e os preços não são tabelados. Sendo assim, o que dita o preço é a concorrência, por sua vez, muito acirrada no segmento”.


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