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21/07/2017 às 05h49min - Atualizada em 21/07/2017 às 05h49min

Sete agentes penitenciários são presos por chacina no Lagoinha

Eles foram detidos ontem durante operação deflagrada pela Polícia Civil

VINÍCIUS ROMARIO | REPÓRTER
Delegados Rafael Herrera e Edson Rogério de Moraes disseram que vítimas foram escolhidas aleatoriamente / Foto: Vinícius Romario

 

Sete agentes penitenciários do presídio Jacy de Assis foram presos, ontem, durante a operação Legalidade, deflagrada pela Polícia Civil (PC). Eles são suspeitos de uma chacina que resultou na morte de cinco pessoas em agosto de 2015, no bairro Lagoinha, zona sul de Uberlândia.

A motivação do crime, de acordo com a PC, seria o assassinato do agente penitenciário Edson Ferreira da Silva, de 49 anos, ocorrido horas antes da chacina.

Segundo o delegado regional da PC, Edson Rogério de Morais, cinco agentes foram presos em casa, um foi detido durante o trabalho e o último se entregou. Eles deverão ser levados para Belo Horizonte, onde ficarão presos em um pavilhão especial durante os processos do inquérito.

O crime aconteceu na madrugada do dia 17 de agosto de 2015. Cinco pessoas, entre elas quatro homens e uma mulher, estavam na rua Platão quando dois carros se aproximaram. As vítimas foram abordadas, colocadas em posição de busca e executadas. A PC suspeita que até quatro autores efetuaram os disparos.

Durante a chacina foram mortos Juliano Ribeiro Cintra, de 27 anos, Fabrício Silva dos Santos, de 35 anos, Amauri Nunes de Oliveira, de 50 anos, Kaynna Cristina Alves Caetano, de 26 anos, e Diego Mathias Neves, de 29 anos.

De acordo com o delegado Rafael Herrera, nenhuma das vítimas da chacina tinha envolvimento na morte do agente. “Os suspeitos praticaram esse crime como forma de vingança. Estavam com raiva, querendo fazer justiça contra a criminalidade. As vítimas eram usuárias de drogas e foram escolhidas aleatoriamente”, afirmou Herrera.

Um mês após a chacina, três suspeitos da morte do agente foram presos durante a Operação Hades, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia.

De acordo com Herrera, os sete agentes presos não confessaram o crime, mas as provas obtidas são suficientes para comprovar a participação de todos. “As munições e armas usadas, além dos fatos colhidos nos dão essa segurança”, disse o delegado.

Ainda segundo Herrera, os sete agentes deverão ser indiciados por homicídio duplamente qualificados, com os agravantes de execução sem chances de defesa para a vítima e motivo fútil. Se condenados, as penas podem passar dos 100 anos.

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado de Administração Prisional, responsável pelos agentes, afirmou que tem conhecimento do caso, mas só irá se pronunciar após o fim das investigações.

 

AGENTE MORTO

O agente penitenciário Edson Ferreira da Silva, de 49 anos, foi morto a tiros em uma emboscada após deixar o serviço, no presídio Jacy de Assis. Silva seguia pela alça de acesso da avenida Anselmo Alves dos Santos, no entroncamento com as rodovias BR-050 e BR-452, quando foi cercado pelos criminosos. Segundo a PM, a vítima foi atingida por disparos de pistola .40.

Três homens foram presos um mês após a ocorrência. Segundo as investigações, o trio cometeu o crime como forma de “batismo” para o ingresso em uma facção criminosa.


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